
Li uma vez, já não sei onde, que os obesos activos são mais ponderados nos seus movimentos por lhes ser penoso ir, errar, regressar e recomeçar. Um atleta cheio de energia pode dar-se ao luxo de correr 2 quilómetros para uma deslocação que, bem pensada e planeada, poderia ser feita em 200 metros. O obeso não e, por isso, antes de avançar, verifica bem se está mesmo a tomar o caminho mais curto.
De uma forma geral, uma limitação de recursos força uma melhor gestão. Ou, buscando outra frase feita: “ A dificuldade aguça o engenho”.
Tudo isto a propósito desta “modernice” actual e monótona do rápido/urgente/urgentíssimo. Como já ouvi dizer várias vezes: mais importante do que o que se decide, é decidir rapidamente. E a tecnologia ajuda muito, porque também rapidamente podemos corrigir. Antes de haver telemóveis éramos muito mais organizados e cuidadosos. Tendo limitações de comunicação, tínhamos o cuidado de planear e acordar previamente os programas. Agora, podemos dar-nos ao luxo de “nada combinar” e em cima do acontecimento “acertar agulhas”.
Ou seja, com extrema facilidade, fazemos frequentemente a figura tonta do atleta que corre à toa percorrendo uma distância dez vezes mais do que a necessária.
Também, sendo verdade que as solicitações não são necessariamente regulares, existem duas formas de compensar essa variação. Uma é ajustando a velocidade, reduzindo e acelerando, mas nem sempre se domina bem a inércia. Outra forma é manter a corrida e ir a direito quando a coisa aperta e ziguezaguear quando há menos para fazer. Esta última tem um efeito secundário “excelente” que é transmitir a ideia de que se tem sempre muitíssimas coisas para fazer. Pode ser é viciante!
Com os votos de um de 2007 em ritmo certo!