08 setembro 2006

E depois ...?

“Nunca voltes ao lugar onde já foste feliz...”
Rui Veloso/Carlos Tê

“Eu só estou bem onde não estou, só quero ir aonde não vou...”
António Variações

“Avec le temps, va, tout s’en va...”
Léo Ferré

Quando se está mal é óbvio que a opção é mudar, aceitando o risco de piorar. Mas, quando um dia, uma hora, um minuto, um mês ou um ano se estiver bem? Que fazer? Tentar prolongar? “Não há bem que sempre dure...”
Se for bebida demasiado devagar, a cerveja perde a espuma e haverá um momento em que se deixa de saborear. Um pacote de leite consumido em demasiado tempo acaba por azedar.

E há alturas em que se vive um tempo ou um momento único. Ignorando o que vem a seguir, como nos devemos despedir? Com a expectativa do novo que se vai ganhar ou com a nostalgia do antigo que se vai perder? E não é possível despedirmo-nos duas vezes da mesma coisa.

No fundo, tudo é mais simples para os eternos insatisfeitos. Nunca terão dúvidas entre partir e ficar e nunca se perderão na cerveja até a espuma acabar!

3 comentários:

Anónimo disse...

Na proximidade afectiva, a dificuldade que levanta uma reflexão destas em abstracto é pensar no concreto vivido que lhe dá origem.

APC disse...

Para esses é IR, é IR...!
Enquanto houver estrada para andar, é continuar...
Bebendo a vida de trago em trago.
Não que isso seja a fórmula, pois que os insatisfeitos continuam sendo-o... Mas na falta de uma fórmula, essa é uma forma...
Fosse essa ou outra, sendo a tua, eu torço por ela, porque torço por ti!
Um beijo!:-*

APC disse...

Olha... Encontrei isto hoje e quero deixá-lo aqui. Até já! :-)

http://folhasdagaveta.blogspot.com/2007/04/ao-cabo-do-tempo.html