21 novembro 2018

Fácil…?



Em julho de 2015 visitei as pedreiras de Borba, no âmbito de um programa específico organizado por uma pequena empresa promotora de turismo cultural.

Foi muito interessante, formativo… e impressionante. Estar ali junto aqueles cortes abismais foi uma experiência inesquecível. Agora, o que não podia e ainda hoje me custa a acreditar, é que tamanhos precipícios não fossem objeto de monitorização cuidada, a ponte de poder fazer ruir uma estrada e causar mortos, mesmo sem ser na ocorrência de um fenómeno natural extremo.

Somos uns otimistas! E alguém será irresponsável, eventualmente.

13 novembro 2018

Touradas, falta muito?

Por estes dias, andou a grande paróquia muito entretida com palpites, acusações, leves insultos, inflamadas injúrias, descarados disparates e outros entretenimentos sobre o tema das touradas. Tudo começou por ter sido decidido um tratamento fiscal menos simpático para o tal espetáculo e a Ministra afirmar de que essa decisão não era uma questão de gosto, mas sim de civilização.

Podemos discutir sobre se é função de uma Ministra, mesmo sendo da cultura, definir o que é ou não aceitável na nossa civilização. Podemos até discordar de ela assumir isoladamente essa definição. Mas também devemos, já agora, aproveitar a oportunidade para seriamente avaliar se esse espetáculo se enquadra nos nossos padrões civilizacionais atuais.

Ainda antes de discutir o futuro, atente-se no presente: Decreto-Lei n 260/2012 – Artigo 68 – 1 — Constituem contraordenações puníveis pelo diretor-geral de Alimentação e Veterinária com coima cujo montante mínimo é de € 25 e o máximo de € 3740: e) O maneio e treino dos animais com brutalidade, nomeadamente as pancadas e os pontapés.

Portanto, dar um pontapé num animal é uma contraordenação punível com coima; espetar-lhes uns ferritos no lombo, já pode estar bem, desde que seja coisa apreciada por gente fina. Ter um macaco a fazer macacadas num circo é um espetáculo inaceitável, proibido recentemente, lidar um touro numa arena até deveria merecer um tratamento fiscal positivamente diferenciado.

Tenham vergonha… a tourada não é coisa desta civilização e é indesculpável e injustificável mantê-la. Falta muito para acabar de vez?