14 dezembro 2006

Reconstrução no pós-guerra



Sempre me intrigou a dinâmica das reconstruções nos pós-guerra. Em situação normal, a construção de uma simples ponte, por muito óbvia que seja a sua necessidade, é longamente ponderada até ser decidida e serem afectados recursos para a sua realização. E isto com todas as condições “ideais”: tempo para planear a solução, para fazer o projecto, para consultar empreiteiros, para negociar, para construir num prazo razoável, com fiscalização adequada e tudo o mais que permitiria, em teoria, uma óptima utilização dos recursos utilizados.

Numa situação de pós-guerra, há pontes, estradas, portos, aeroportos, escolas, habitações, infra-estruturas de energia, de água e sei lá que mais a reconstruir. Numa dinâmica “normal” levaria anos e anos a realizar o equivalente a todas essas empreitadas. Num pós-guerra é muito mais rápido, apesar de, teoricamente, as condições não serem ideais. Qual a diferença? A urgência e a necessidade galvanizam as vontades ou simplesmente se injectam recursos brutalmente?

Voltei a reflectir neste tema recentemente ao ver partir o contigente de Engenharia Português que foi ajudar a reconstruir o Líbano. É verdade que há lá muitas pontes para reconstruir. No entanto, muita da destruição de infra-estruturas no Líbano não foi parte daquelas “inevitabilidades bélicas”, mas mais um capricho de Israel de demonstração de força, sem correspondente justificação militar. Evidentemente que o Líbano necessita de ajuda da comunidade internacional e tudo o que seja feito para estabilizar aquela parte do mundo é pouco, mas nós também temos cá muitas pontes para fazer e, principalmente, para consolidar. Porque raio vamos nós reconstruir aquilo que uma “birra” de Israel destruiu?


Imagem googleada de swissinfo.org

1 comentário:

bettips disse...

Olá Carlos, lá vim eu atrás das palavras e da Natureza em que vives! Já tinha passado mas desta vez demorei mais e li, li, reli. Parabéns, por palavras tão directas, quase reportagem de vida. Quanto às fotos, sempre gostei delas e comentei. Estas por aqui, completam a ideia. Abraço amigo e fica BEM.