28 setembro 2010

Descubra as diferenças


Em ambas as imagens desfilam os participantes nas conversações de paz para o Médio Oriente que decorrem nos EUA.

Na fotografia de cima, atrás de Barack Obama, o anfitrião, vêm Benjamin Netanyahou, Mahmoud Abbas, o Rei Abdallah II da Jordânia e, arrastando-se lá atrás à esquerda, o presidente egípcio Hosni Moubarak. Aliás as especulações sobre o seu estado de saúde colocam-na na ordem do dia uma grande polémica sobre a sua sucessão. Sucessão no sentido literal e dinástico da palavra em que se procura que seja o seu filho Gamal o herdeiro.

A segunda imagem foi publica num jornal Egípcio onde se vê Moubarak em grande forma a marcar o ritmo à frente do próprio Obama. Motivo para orgulho, naturalmente.
Imagem extraída do “Le Jeune Afrique”

27 setembro 2010

O que aí vem.. ?!


Todos concordamos que com a deterioração da situação económica, poderá existir uma degradação das condições de seguranças e outras complicações. Agora, nunca imaginei que existissem riscos potenciais que justifiquem a produção do papelzinho que me caiu à porta e do qual reproduzo acima um extracto. Ter uma reserva de água em casa parece-me razoável. Agora uma mochila para cada membro da família para dois ou três dias de autonomia e guardadas no fresco até serem necessárias ?!?

Este pessoal não terá ficado excessivamente impressionado e até mesmo avariado depois de ver a “Guerra dos Mundos”? Ou os mísseis do Irão já têm alcance suficiente para chegar aqui ao nosso jardim ?

Ou será uma forma de relativizar a crise, como quem diz: “Não julguem que isto está assim tão mau porque pode piorar muito mais! Quando tiverem que sair das vossas casas a palmilhar, à procura de abrigo, com a mochila às costas, vão sentir saudades dos tempos actuais...”

Se calhar é uma solução para a crise. Manda-se o pessoal de mochila às costas para França, o Sarkosy tenta chutar para a Roménia e o nosso governo magnânimo, humanista e solidário mostra-se disposto a recolher-nos. Fica toda a gente bem na fotografia e cá entram uns euritos. Pelos menos pode ser que dêem para pagar a criação, a produção e a distribuição de tão estranho panfleto.

25 setembro 2010

Existe um comandante a bordo ?

Não será apenas em Portugal, é por quase toda a Europa. Com maior ou menor agudez, conforme os equilíbrios dentro das coligações formais ou informais e entre estas e as respectivas oposições, o poder democrático está a entrar em coma. É necessário tomar medidas que doem e essas medidas podem fazer perder o poder no país. Por outro lado, o Estado parece não conseguir mesmo reduzir a sua despesa. Se calhar não consegue porque se assim o fizesse os líderes partidários perderiam o poder dentro do seu partido. Não se tomando essas medidas por medo de perder o poder ou simples impotência, é o regime democrático que vai cair, quando se concluir pela sua inviabilidade.

A rua vai protestar contra as medidas de austeridade, naquelas “jornadas de luta” para as quais já não há pachorra. Se a colheita reduziu, de que serve insistir em manter repartição de quando a colheita era mais rica? Isso já fizemos durante algum tempo, enquanto fomos pedido emprestado e os emprestadores estavam distraídos. Agora não estão.

E, a propósito de quem empresta, que pensarão estes do facto de que neste momento neste país se gastem energias na discussão de uma urgentíssima revisão constitucional? Para lá do estrambólico conceito constitucional do legalmente atendível e da extraordinária importância de ser introduzida a menção de censura construtiva, não haverá coisas mais importantes para fazer? Eu gostaria que o dinheiro dos meus impostos fosse usado para outra coisa. Sim, porque directa ou indirectamente, palpita-me que são os meus impostos que estão a pagar esses grupos de trabalho. Mais valia irem vender “Magalhães” ou outra coisa qualquer com algum valor acrescentado nacional por esse mundo fora, acho eu.

Que dizer de uma comunicação social que faz eco cego do mais pequeno arroto do primeiro transeunte que passa em frente da câmara nos seus imprescindíveis “directos” e que, à falta de melhor, até é capaz de fazer título de destaque de uma lâmpada fundida numa escola? Não poderiam ser um pouco mais sérios na sua missão de informar em vez de venderem patacoadas à toa?

Tempos difíceis exigem sacrifícios que, espectáculos à parte, o comum dos cidadãos até entende e será capaz de os realizar desde que a sua definição, comunicação e realização se pautem por um princípio: seriedade.

Quando chega a tempestade, o comandante não age por medo e a tripulação insiste em manter as rotinas da calmaria, está de bom de ver qual o resultado? Ou o navio afundo ou se muda o regime de comando. O cenário de ter que ser o FMI a vir cá para se conseguir credibilizar a nossa política orçamental é uma prova de menoridade e de incapacidade nacional que eu nunca julgaria possível. Maior vergonha do que essa não estou a ver.

14 setembro 2010

Agora foi o Rooney

Li, na diagonal, que o W. Rooney está a cair em desgraça por uma questão de “meninas”. E logo vem a comparação com Tiger Woods, outro que se desgraçou pelo mesmo assunto. Eu sei que é assaz delicado desenvolver algum tipo de argumentação em torno deste tema, mas vamos tentar.

Nestes casos há obviamente um comportamento social reprovável, uma falta familiar grave, mas, apesar de a mais velha profissão do mundo não estar legalizada, não é necessariamente um crime público a justificar a queda em desgraça que os média alegremente anunciam e promovem.

E isso parece-me sobretudo injusto quando compararmos com algumas figuras públicas que por aí andam alegremente, algumas de charuto na boca, que são ladrões, vigaristas, corruptos, que nunca confessam, que têm uma enorme cara de pau, que conseguem evitar as condenações formais em tribunal e que se mantêm populares com belos tempos de antena... (e alguns até ganham eleições!).

Tiger Woods casou em Outubro de 2004 com uma modelo sueca muito bonita. Tinha um acordo pré-nupcial para limitar eventuais estragos futuros. Cinco anos depois, em Novembro de 2009, rebenta o escândalo. Na tentativa de salvar o casamento ele aceita “renegociar” o acordo. Agora divorciaram-se e até parece que ela foi generosa em não querer ficar estritamente com metade do património dele. Contentou-se com 750 milhões de dólares, cerca de 600 milhões de euros. Por muito inocente e magoada que estivesse, receber 120 milhões de euros por cada ano de casamento, em que a participação dela para o capital acumulado foi provavelmente “negativa” (terá gasto mais do que ganhou) parece-me imoral. Por muito valioso que fosse o coração partido, 600 milhões de euros por um coração destroçado... nem do ouro mais puro. É claro que isto não pode ser analisado numa perspectiva economicista, mas mesmo assim...

E que dizer das meninas que receberam para fazer e que depois receberam para não contar nada e que até, às tantas, também receberam, neste caso de outra fonte, para contar o que tinham feito ? O óbvio, claro!

09 setembro 2010

Respeito

Há uma centena de malucos lá nos States que quer no próximo dia 11/9 queimar duas centenas de exemplares do Corão. É estúpido, é de mau gosto, é uma provocação inútil e disso não temos a menor dúvida.

Agora, será assunto suficiente para estar meio mundo a falar dele e a própria Secretária de Estado dos ditos States se sentir na obrigação de vir pronunciar-se publicamente sobre o assunto? Não poderia ser simplesmente ignorado?

Mal estaria o mundo se em todos os países, por cada maluqueira imaginada por uma dúzia dos seus cidadãos, tivesse que vir o governo pedir tempo de antena para dizer “Por favor, não liguem ao que eles estão a dizer!”. Isto cheira-me a receio, para não dizer medo.

Imaginemos a França tão pródiga em filósofos, especuladores, radicais e provocadores de todos os estilos e latitudes. Se por cada provocação e/ou estupidez originada por um francês, viesse o seu Presidente demarcar-se formalmente da dita cuja, não fazia outra coisa na vida.

E, cada vez que um português solta publicamente aquela do “De Espanha nem bom vento, nem bom casamento”, será que J. Sócrates se sente obrigado a telefonar ao J.L. Zapatero para dizer “Ó pá, não ligues porque essa não é a posição oficial do nosso país”?

Respeito é uma coisa, medo é outra.

06 setembro 2010

Os ciganos e os outros

Segundo entendi a França está a propor o retorno de ciganos ao seu país de origem, contra um prémio monetário e, ao mesmo tempo, a expulsar os imigrantes ilegais. É feio realizar uma acção selectiva dirigida a um grupo étnico mas comparar isso com as tristes e sinistras perseguições do passado é ignorância ou estupidez ou as duas coisas misturadas.

Pagar para saírem voluntariamente não é expulsar e ilegal é por definição ilegítimo e inaceitável. Ou devemos aplicar uma discriminação positiva, segundo a qual os ciganos e outras minorias étnicas podem permanecer ilegais e outros não?

A nossa sociedade tem um modelo que é aquele em que eu quero viver e tem regras que têm que ser cumpridas por quem cá chega. A defesa desse nosso “modus-vivendi” não passa por perseguir e banir os diferentes mas também não também é compatível com tolerar desvios que o violam. Não me incomoda nada ver um cigano na rua, ou um africano, ou um árabe ou um esquimó, mas não quero ter um acampamento de ciganos no jardim público em frente à minha casa nem quero ver a minha rua igual a uma de um bairro popular africano. E presumo até que muitos dos manifestantes solidários não se sentiriam muito confortáveis num cenário desses.

Os políticos e os “fazedores de opinião” que no alto das suas torres, entre duas cachimbadas, fazem pueris discursos sobre a defesa da diversidade ignorando os efeitos intrusivos que o “excesso de diversidade” pode trazer, estão ao lado da história. Ou conseguem descer à rua e entender, ou os extremistas, esses sim xenófobos e perigosos, irão capitalizar o fenómeno e será feio.

03 setembro 2010

Afinal havia outra ...



Há uns tempos atrás eu queixava-me do anacronismo do espelho nas máquinas fotográficas de qualidade e dos preconceitos quanto ao mesmo por parte dos “profissionais”. Na altura, depois de algumas peripécias, acabei por comprar em saldo uma Olympus E3, que dizem ser profissional e, apesar de algumas nítidas melhorias e muitos mais botões, não me fez esquecer a velhinha Sony R1 e a sua Zeiss impecável.

Depois, quando vi o anúncio das Nex 3 e Nex 5, achei que a Sony tinha ouvido as minhas preces, mas enganei-me. Quando analisei melhor, entendi que essas Nex’s afinal são a outra coisa que também ainda não existia. Câmaras em tamanho pequeno com sensor de qualidade, tamanho grande (APS-C).

As reais sucessoras da R1, saíram agora. São as a Alpha 33 e 55 e sem compromissos. Têm tudo o que de vantagem tem uma “bridge” séria e até garantem aquilo que seria a “última” vantagem das reflex – a focagem por detecção de fase. Neste momento não há mais dúvidas. A Sony lidera e quem achar que o traque-traque do espelho móvel continua a ser fundamental, com todas as limitações que acarreta, está a trocar o racional pelo emotivo.

E uma reflexão: se a Sony lançou a R1 há 5 anos e demorou tanto a dar esta sequência, chegando somente agora que o assunto está na berra, porque será? Um palpite: a aquisição da Minolta e aquilo que em parte foi uma grande herança tecnológica terá sido ao mesmo tempo um banho de conservadorismo de que só agora se libertaram.

E a Canon e a Nikon que se cuidem.

E, se alguém quiser uma E3 + obj 12-60 de excelente qualidade a bom preço, o email está no perfil.

Nota: Foto extraída do site da Sony

01 setembro 2010

Escoural



Dizem que vale a pena visitar e tentámos. De acordo com um folheto da câmara de Montemor-o-Novo, o espólio principal estaria no museu de Arqueologia da cidade. Chegamos lá um pouco antes da hora oficial para almoço e estava fechado. Voltamos meia hora depois da hora oficial de reabertura e estava fechado. Um papel na porta mandava tocar a sineta. Tocámos, esperámos e tocámos de novo e nada. Procurámos outras portas e outras sinetas e nada. Resolvemos ir directamente ao local, deixando uma pequena nota sobreposta no dito aviso.

No Escoural as placas mandam seguir até à gruta que fica a cerca de 4 km da localidade. Quando lá chegámos verificámos que estava fechado para obras. Uma placa sugeria, em alternativa, visitar o centro de interpretação na povoação e lá voltámos para trás os 4 km. Nesse último local um anúncio diz que, adivinhem...., estava fechado, por baixa da funcionária. Tudo isto aconteceu no dia 27/8, em plena época turística. Tudo muito consistente e a tirar a vontade de voltar a tentar. E é pena, não é ?