20 novembro 2006

Vai ser ela?


Esta carinha laroca, que qualquer sogra gostaria de ter como nora, vai ser a candidata do PS às eleições presidenciais francesas de 2007. Também face à concorrência existente como Fabius e afins, não é para surpreender.

Previsivelmente correrá contra um Sarkosy que também se deverá impor contra a corrente tradicional da direita francesa. Será uma partida radicalmente diferente do anterior clássico de Chirac contra Jospin e que deu como resultado ver Le Pen na segunda volta.

O problema é que, apesar de tudo, com os clássicos, sabe-se o que se espera e com estes “estranhos” não se sabe o que vai dar. E, em França, quando lhes dá para inovar o resultado é imprevisível.

Não, não é machismo da minha parte. É que me cheira a estética a mais. Uma certa postura de afirmação ... pelo charme. E, quando é assim, desconfio.

Um presidente de “pose”, masculino, como Chirac, Giscard ou Miterrand, é uma coisa habitual. Napoleão continua a ser uma referência mais ou menos consciente, mas um poder matriarcal será inconcebível e dificilmente digerível para uma boa parte da elite francesa.

Como ficará uma França governada por uma Cleópatra?

Vai ser bonito, vai ... !!!
Foto extraída do Le Monde

6 comentários:

Maria Manuel disse...

Imprevisível ao ponto de vir a ficar pior do que com os clássicos?! Com "estranhos" é geralmente possível, pelo menos, uma esperança de melhor... Por um tempo, claro. Porque depois ou desaparecem, ou "ascendem" a clássicos, também eles.

[Meras generalidades. Estes assuntos inspiram-me pouco :-) ].

Carlos Sampaio disse...

Imprevisível é por definição imprevisível!

Maria Manuel disse...

Muito bem. Esqueça-se, então, o que de interrogativo tinha o comentário.

Anónimo disse...

Será boa ou má noticia?

A boa noticia é que a França poderá, pela primeira vez, vir a ter uma mulher como Presidente da República.

A má noticia é que a senhora parece já ser conhecida como a "Zapatera" de França...

...mas na realidade imprevisível...

UPS...

Anónimo disse...

Oi Carlos! Sinceramente, que machismo!!! Referir-se a Napoleao, grande chacinador da humanidade, para negar o direito a uma mulher de ser presidente da Republica, essa é demais!
Podemos concordar numa coisa : pode nao ser eleita porque é estupida (regalia também masculina), porque profere insensatezes logo que os conselheiros em comunicaçao se afastam dela de mais de dois metros (regalia também masculina), porque é pretenciosa (regalia supermasculina), OK, concordo. Mas porque é mulher, sinceramente, nao.
E é mesmo um azar : a primeira primeira ministra que tivemos foi uma parva (mas quantos imbecis ja foram primeiros ministros!!!); a primeira presidente da republica também nao vai ser grande coisa : falta de carismo, carece de poder de convicçao, ela propria nao parece convicta, nao sabe liderar uma multidao... Muitos homens politicos também sao assim, mas ninguém reclama e vota-se em outro candidato sem abrir a boca no mundo.
Desta vez, o caso é o caso de sempre, a diferença é minima : vamos ter que votar contra Sarkozy, como votamos contra o rei de Auvergne Giscard quando elegemos o monarca Mitterrand, como votamos contra o estelionatario Chirac quando reelegemos o monarca Mitterrand. Ha muito tempo que nao votamos “a favor”. A diferença (minima) é que desta vez vamos ter que votar contra um homem (perigoso para a democracia) e, para nao repetir o caso de 2002, vamos ter que votar numa mulher. Iremos votar sem entusiasmo, como desde ha muito tempo. Se fossem dois candidatos machos machoes, o caso passaria totalmente despercebido. Tratando-se de mulher, nao se lhe perdoa a estupidez. Admite-se perfeitamente que os politicos nao sao “Superman”, mas exige-se que uma politica seja “Superwoman”. Sera que os portugueses foram entusiasmados pelos ultimos candidatos à presidência da Republica Portuguesa?
Acontece que “o meu candidato predileto” também seria uma mulher : inteligente e com propostas coerentes, deputada da Guiana francesa, ou seja de uma colonia francesa, e BONITA e NEGRA. Mas esta nao tem chance nenhuma. Ela pertence a um partido ultraminoritario em França. Pena.

Carlos Sampaio disse...

Claude

Não lhe nego o direito. Vejo o assunto em dois pontos:
O primeiro é este mania de governar pelo charme. Não será exclusivamente feminino. O Tony Blair sobrevive ainda em muito graças a isso. Agora, quando é uma mulher que joga no charme, é mais fácil e parece-me mais "escandaloso"!!! (ai ai...)

O segundo é que decididamente não consigo imaginar uma França matriarcal.

Quanto ao votar "contra algo" em vez de a favor... é em França, na Alemanha em Portugal e não só.
E também gostei muito da banhada que Mário Soares apanhou cá nas presidenciais.