30 dezembro 2015

Uns mil milhões...

Falarem-me em distâncias entre estrelas com 15 zeros ou 20, para mim é igual. Está muito para lá do que as minhas referências podem comparar. Com os mil milhões de euros também era assim, até há pouco.

No entanto e apenas nesta quadra natalícia vimos o buraco do Banif, aí de uns 2 mil milhões na conta dos contribuintes e uma migração do Novobanco para o BES de outros 2 mil milhões, de dinheiro de investidores que deixou de estar garantido e que passará a ser certamente calote. Curiosamente, os 3 grandes do futebol anunciaram contratos de venda de direitos, tudo somado a ultrapassar também os mil milhões de euros.

Num trabalho recentemente apresentado no “Expresso” estima-se que os calotes na banca portuguesa, as imparidades, basicamente haveres que não se haverá por o devedor não poder pagar, chegarão aos 40 mil milhões. Sendo o PIB nacional de cerca de 170 mil milhões, isto significa que para o equivalente a quase 25% da riqueza gerada anualmente no país, alguém vai ficar arder!

Não há fogo que não escalde. Ou os contribuintes como no BPN e agora no Banif, ou os investidores, grandes e pequenos. Sobre o cenário contribuinte, não vale a pena comentar ou acrescentar o que quer que seja, dado o estado atual das contas públicas e todas as limitações e restrições que este governo lá vai reconhecendo, lentamente (excluindo os funcionários públicos, a página está a virar, mas muito poucochinho). Se são os pequenos investidores, lá os temos a protestar na televisão e a insultar o governo (se calhar alguns até achavam a esmola um pouco grande, mas resolveram não desconfiar). Sendo queimados os grandes credores, como agora no BES retardado, podemos dizer para já ser justo a maldita finança e os asquerosos mercados terem a sua conta (desde que não afete o fundo de pensões de ninguém)?

Para lá dos casos de polícia diretos, há os casos de polícia indiretos como fazer duas autoestradas paralelas, separadas por algumas centenas de metros… que alguém há-de de pagar, ou não. Tanto as vigarices claras e diretas, como as obras inúteis, os brincados caros, o clientelismo e incompetência na administração pública, como… a lista é interminável, tudo isto tem um custo… que não se paga. Obviamente que uma parte da economia real, pouco atendida e em contexto adverso, também colapsou e ajudou ao buraco… não são tudo escândalos financeiros.

Como irá o país em geral e o nosso sistema financeiro em particular digerir estes 25% do PIB mal parados, quando a dívida pública está nos 130% do PIB? Vamos imaginar até que a “Europa” vai ser generosa, que os financiadores institucionais internacionais vão continuar a acreditar na nossa banca, mesmo depois de levarem um calote, e que recomeçamos a zero, com as contas limpas!

Quando vemos a “agenda política” atual, os temas destacados, as polémicas ardentes, fico com a noção clara de não termos aprendido nada. Mesmo com uma improvável prenda de Natal, daqui a uns anos estaremos iguais, se não mudarmos OS VALORES E A CULTURA!

29 dezembro 2015

O pior do Nazismo

Num destes fins-de-semana, a RTP2 passou um filme sobre Anne Frank. Não acrescentando nada de muito relevante em termos de informação, acrescenta sempre algo como reflexão…

Uma coisa é o Nazismo no palácio, no quartel-general, onde os líderes mais ou menos alienados tomam decisões que provocam a morte de muitas pessoas, mais ou menos atroz, mas sem lhes sentirem o cheiro, vistas apenas quase como uma estatística, enquadradas num objetivo macro qualquer. Convém recordar que a morte deliberada de civis não foi um exclusivo dos “maus”. Massivos bombardeamentos foram realizados pelos aliados a várias cidades alemãs, assumidamente, com a intenção de quebrar o moral às populações.

Outra coisa é no dia-a-dia, entre pessoas que se conhecem, que se cheiram, aceitar e jogar este jogo assassino e a denúncia pouco menos do que gratuita… Como é possível, pessoas que se fitam nos olhos se consigam “dessolidarizar” a ponto de enviar um semelhante inocente e indefeso para a degradação e morte?

Não, o pior do Nazismo não foi Hitler. O pior foi a aceitação do sistema e a participação ativa no mesmo de largas franjas da população e não apenas na Alemanha. Pode-se invocar aqui a tal imagem da “banalização do mal”, apresentada por Hannah Arendt? Eichmann, participando e promovendo ativa e conscientemente a morte de muitos milhares, invocou uma espécie de alienação passiva. Tudo aquilo era “normal”, argumentando constituir uma simples peça acrítica de uma engrenagem complexa. No entanto, os cidadãos básicos que aderiram ao processo não podem invocar assim tão facilmente o fator hierárquico para justificar a perseguição daqueles que até há pouco eram seus vizinhos, colegas e amigos.

Num momento em que a Europa mostra sinais de fadiga em vários campos, com alguns paralelos com a situação antecedente a esse período negro, nunca é demais rever o sorriso de uma Anne Frank, mesmo que seja simplesmente o rosto de uma atriz num filme.

28 dezembro 2015

Porto e Lisboa

O Metro do Porto funciona concessionado desde a primeira hora e poucos se queixam. O Metro de Lisboa não pode deixar de ser empresa pública, de greve em greve, e tem raiva de quem não o seja. Tanto assim é que uns senhores de Lisboa já decidiram que o Metro do Porto não deve ser mais concessionado.

O Porto de Leixões funciona bastante bem. O de Lisboa anda de greve em greve, a ponto de importantes armadores de lá saírem. Os postos de trabalho diretos e indiretos ameaçados e o investimento potencialmente enterrado não parecem ser um problema significativo.

O serviço de prevenção de neurocirurgia ao fim de semana funcionava no Porto (e em Coimbra). Em Lisboa não era possível e foi possível alguém morrer por isso…

A capital será Lisboa mas os bons exemplos não parecem vir dali.

27 dezembro 2015

Sobre salvar os bancos

O Sr. José depositou as suas poupanças no banco, que prometeu devolvê-las passado 6 meses, acrescidas com alguns juros. O banco emprestou o dinheiro ao Sr. António que prometeu devolvê-lo passado 6 meses, com mais uns juros.

Ao fim dos 6 meses, o Sr. António está falido e não consegue devolver o dinheiro ao banco, que assim fica atrapalhado para cumprir o seu compromisso com o Sr. José. Este é um problema sério, porque o capital de um banco é bastante inferior à totalidade dos fundos que movimenta.

Assim, quando um banco é “salvo”, não se trata propriamente de salvar os seus donos, mas sim os “Josés” que não gostariam nada de perder as suas poupanças. Se um banco, como agora o Banif, chega a esse ponto, fundamentalmente uma de três coisas terá ocorrido:

1) Foi fruto da sua atividade “normal”. Ter um cliente que não paga, acontece em qualquer sítio e a situação recessiva atual proporciona muitos “Antónios” falidos.

2) Foi incompetência da gestão do banco, que não teve prudência suficiente na gestão dos seus produtos e clientes

3) Foi algo de doloso, como o exemplo do BPN, em que o banco fez circular dinheiro por um círculo de amigos/influência, sem a mínima preocupação de solvabilidade nem garantias. Lembram-se do senhor Oliveira e Costa a vender e a recomprar ações da SLN, com valorização completamente arbitrária?

Assim, antes de se barafustar histrionicamente contra o “salvar os banqueiros”, à custa dos contribuintes, antes de criticar a inação do governo anterior, a precipitação do atual ou a inépcia da supervisão, eu queria mesmo era saber se foi apenas azar do negócio, incompetência dos gestores ou aldrabice descarada…

A diferença entre os vários cenários é muito grande e é fundamental continuar a haver “Josés” a acreditar e a colocar poupanças nos bancos, para eles emprestarem a “Antónios” (sérios), que assim investem e criam riqueza.

25 dezembro 2015

Natal fora da igreja


Neste mundo das questões, interrogações e polémicas, o Natal não há exceção.

A Igreja contesta a sua dessacralização e o consumismo associado. Confesso não apreciar muito aquela coisa do pessoal enfiar um barrete vermelho na cabeça, como quem enrola um cachecol no pescoço em dia do jogo da seleção.

Por outro lado, nalguns lugares, a sua matriz original religiosa incomoda outras comunidades de outros credos, sobretudo quando se manifesta fortemente na vertente social.

Desculpem-me os religiosos puros, o pessoal dos barretes e os outros incomodados. Bem ou mal, certo ou errado, o Natal tem uma força que vai para lá dessas polémicas todas. Se tem a marca de um começar, é também um momento inquestionável e insubstituível de reencontro. Nenhuma outra data do calendário arrasta uma emoção tão forte, de calor e de família. Venha o próximo e com todos cá.

23 dezembro 2015

Como foi …?

Com a consciência de que estou a comentar algo que conheço mal e me possam escapar alguns factos e detalhes relevantes, agravado ainda por estarem em causa vidas humanas, sob o jovem que morreu no fim-de-semana em Lisboa, não consigo deixar de expressar alguns pensamentos:

- Como é possível que na capital do país não existe um mecanismo de prevenção ativo para estas situações?

- Como é possível assumir calmamente a mensagem: desculpem, mas estamos fechados para isso, aguentem até à próxima 2ª feira?

- Como é possível agora todos estes pedidos de demissão evocando os “cortes”. Se esses “cortes” são realmente a causa e como não foram introduzidos “ontem”, a gravidade do problema não deveria ter forçado uma tomada de posição firme há mais tempo?

- Como se sentirão os médicos que deixaram uma pessoa morrer, por não responderem à prevenção, por uma reivindicação salarial?

21 dezembro 2015

Colocando chumbo na asa

Continuo sem perceber esta embirração contra a privatização da TAP. Se fosse com a ANA, ainda podia tentar entender. Não é nada prático ir apanhar um voo a Badajoz ou a Vigo…

Aqueles que defendem o caráter estratégico da companhia para a diáspora e a ligação aos PALOP/CPLP deveriam atentar no que se passa com o grande avião da Royal Air Maroc que todos os dias voa entre Lisboa e Casablanca. Leva muita gente e uma grande parte dos passageiros segue depois viagem para destinos também servidos pela TAP, muito especialmente Angola. Aqueles que fazem contas à vida não se restringem os voos diretos e, se se justificar, farão escala em Casablanca, Madrid, Paris, etc.

O Estado já provou não saber gerir a empresa. É difícil imaginar que, depois de a retomar, ela passará a ser rentável, sendo que, ao reverter o contrato, são já mais custos que se acrescentam.

Um primeiro-ministro de um Estado de Direito anunciar que vai recuperar a empresa com ou sem acordo, é algo estranho. Vai expropriar? Vai montar um assédio fiscal e legal dissuasor? Além de estranho é também assustador. Mais do que nunca precisamos de quem invista, de quem acredite no país. Ter um governo com estes tiques autoritários e ameaçadores, invocando um poder discricionário terceiro-mundista não ajuda mesmo nada. Com o estado da banca que vemos, precisamos mesmo que algum investimento venha exterior e, aí, as exigências de credibilidade são acrescidas.

15 dezembro 2015

Medo sim, mas de quê


O último número da “Economist” destacava o aumento da extrema-direita populista, supostamente jogando com o medo e incluindo agora (?) a vertente da segurança. Foto de capa com D. Trump, M. Le Pen e V. Orban, aqui copiada.

De acordo com o artigo, um cenário economicamente recessivo cria insegurança, medos, xenofobia e é campo fértil para um perigoso populismo radical. Propunha a sua receita habitual: abrir fronteiras, globalizar, livre circulação de bens e pessoas. Isso cria riqueza. A prosperidade matará então os medos, secando o populismo xenófobo.

Da Hungria não conheço nada, mas julgo existir por aqueles lados xenofobismo a sério. Dos USA também sei pouco, mas reconheço ser assustador ver um Trump a presidir uma superpotência, especialmente se tiver conselheiros do calibre dos de G.W. Bush.

Sobre França, que conheço bastante melhor, afirmo. Sim, existe xenofobismo puro; sim, durante a II Guerra o colaboracionismo foi muito relevante; sim, as ideias na fundação da FN são preocupantes. No entanto, claramente, não é o xenofobismo primário fruto da falta de prosperidade, que o tal reforço de globalização supostamente resolveria, que levou 30% dos eleitores para a extrema-direita.

Na causa está certamente a incompetência e hipocrisia dos políticos tradicionais, mas não só. Quando, e é apenas um exemplo adequado à época, a população se choca por a autarquia suspender as iluminações de Natal nas ruas, em nome de uma laicidade politicamente correta, isto não é xenofobia, mas pode ser capitalizado nesse sentido.

A vitória da direita tradicional na segunda volta das regionais francesas é uma vitória de Pirro. Atribuir um carácter “pestífero” aos radicais, decretando que devem ser cirurgicamente isolados de qualquer exercício de poder é algo desrespeitoso, sobretudo quando representam 30% dos eleitores e ineficaz a prazo, dado estarem a subir consistentemente, com fundamentos para continuar…

O “Economist” que me desculpe, mas para lá das questões económicas, na Europa, também contam as culturais.

09 dezembro 2015

Salário pelo mínimo

Começo por confessar o meu recente desconhecimento. Quando há uns bons meses atrás se começou a discutir com intensidade a atualização do salário mínimo, eu julgava que o impacto maior da sua alteração seria do lado das prestações sociais a ele indexadas e não tanto diretamente no recibo de vencimento de muita gente. De uma pequena investigação que na altura procurei fazer, cheirou-me que a realidade não seria bem assim.

Hoje leio que a proposta de alteração atualmente em discussão, irá colocar um terço dos trabalhadores por conta de outrem nesse patamar. Confesso que isto me choca. O salário é uma retribuição pela contribuição do trabalhador. Não é muito fácil avaliar a real contribuição individual de cada um. Ela será maior ou menor em função de muitos fatores, tais como a formação de cada um, o ambiente de trabalho na empresa e o mercado em que ela se insere. Por outro lado, existe também um mercado do lado da oferta que influencia os salários praticados e fazem, por exemplo, que um bom técnico com formação básica possa ganhar mais do que muitos doutorados.

Se simplificarmos e pensarmos numa empresa em que o valor criado, distribuído pelos trabalhadores dá 200 Eur em média a cada um e o salário mínimo for 500 Eur, essa empresa não sobrevive e estará, portanto, desenquadrada do quadro social do país.

Com todas estas considerações, onde pretendo chegar é que, para mim, o salário mínimo deveria ser um limite e não uma norma. Voltando ao ponto de partida, o salário deveria ser, com maior ou menor rigor, uma retribuição justa para o contributo de cada um. A organização e estrutura, o modelo de negócio e a gestão de cada empresa deveriam permitir que esse valor fosse “digno” e, naturalmente, por norma, acima do tal patamar mínimo.

Quando ouço falar em 1/3 dos salariados em salário mínimo, assusta-me. Das duas uma: ou as empresas estão a gerar um valor muito reduzido e realmente não dá para mais; ou aplica-se o mínimo porque é obrigatório e, se fosse metade do atual, seria (quase) igual. Sem entender exatamente qual das duas hipóteses está em questão, aumentar salários por decreto pode ser positivo ou negativo.

08 dezembro 2015

A França syrizou?

Não, não se pode dizer isso. Syrizar é uma radicalização do eleitorado para a esquerda e em França ele está a ir para a direita. Para muitos, não é comparável. A subida sustentada da FN em França não é uma surpresa, nem recente. Já em 2002 Jean Marie Le Pen disputou a segunda volta das presidenciais. Da mesma forma como o Syriza de hoje é muito diferente, na prática, da sua teoria de há um ano atrás, a FN de hoje também é bastante diferente, na teoria, da de 2002. Quando cheira a poder, há uma certa pragmatização destas organizações.

Segundo a teoria dos jovens turcos do nosso PS, que defendem um “seguimento” do eleitorado, afastando o partido do centro, para não desaparecer, a direita tradicional francesa deveria estar agora a cair para o extremo, indo para “onde a bola bate!”. 

É algo curioso que na suposta terra da liberdade, igualdade e fraternidade, a extrema-direita cresça desta forma e a outra pouco se note. Nos filmes e nas ficções, viam-se mais resistentes à ocupação do que colaboracionistas e, talvez, a realidade não fosse assim.

Julgo ser guerra perdida, a prazo, criar estes cordões sanitários: “todos contra eles”. No polémico e provocador romance “Submissão”, Michel Houllebecq especula que em 2022 essa aliança já não tem mais alternativa do que apoiar para a Presidência da República o candidato da Irmandade Muçulmana.

Em resumo, os partidos tradicionais do poder estão desgastados fundamentalmente pela sua prática. Ou entendem isso e encontram forças internas para realmente mudarem, ou serão mudados. O que serão estes extremistas na prática, uma vez chegados ao poder, não sabemos. Pode não ser bonito nem positivo. Que por este caminho irão lá chegar, não tenho a menor dúvida.

06 dezembro 2015

Nós é que sabemos

Um amigo pediu-me para ler e criticar um livro que lhe tocava assunto próximo e cuja produção tinha um pouco acompanhado. Debaixo do título enfático e pomposo, não gostei da estética das frases (e gostos talvez não se discutam) nem da forma indefinida da escrita. Não tinha desenvolvimento de personagens suficiente para ser romance (estas eram quase e apenas cabides de citações) e também não tinha foco para ser uma tese. De facto, ficava a ideia de se estar fundamentalmente a percorrer uma lista solta de citações muito literalmente transcritas e insuficientemente tratadas.

No fim, no fim, tentando expurgar o que declaradamente não tinha relação com mais nada e alguns pontos óbvios como apontar deficiências da classe política em geral, as 300 e tal páginas pretendiam dizer que todo o mal do mundo, próximo ou remoto, é devido aos demoníacos mercados, secretas conspirações capitalistas e alguns visíveis truões neoliberais.

E o que me ficou mesmo a impressionar, e de certa forma a justificar o investimento de tempo, foi ver com mais proximidade aquele tipo de postura (esqueçamos quadrantes e bandeiras especificas) para quem o mundo é amarelo. Assim sendo, apontam e destacam tudo o que vêm amarelo e ignoram o que não o seja. Leem e citam os que realçam o amarelo do mundo. Se algum inimigo ou mero tonto tiver o desplante de apontar um ponto verde, é tratado como uma melga intrusa, que higienicamente deve, de uma forma ou de outra, desaparecer. Sai um palavrão e uma etiqueta de “qualquer coisa feia”, como se presumivelmente ser “uma coisa feia”, fosse suficiente para destruir qualquer fio de razão ou anular a mais simples frase pronunciada. Um mundo ideal é um mundo com melgas silenciadas, para não dizer exterminadas.

A riqueza e o conhecimento passam por falar e ouvir, aceitar provocar e ser provocado. As tribos que se autoalimentam exclusivamente das suas razões empobrecem. Aqueles que do alto do seu discurso e postura altiva julgam ser os donos de todo o saber do mundo, mais do que me revoltar, entristecem-me.