O famoso “Código da Vinci”, uma “simples” ficção, primeiro em livro e depois em filme, arrisca-se a deixar a maior mossa da história na imagem do Opus Dei. Efectivamente, ele é muito mal tratado e acredito que em parte injustamente. No entanto, o impacto e o incómodo gerados são de certa forma proporcionais à falta de transparência da organização. Não estará simplesmente a ser vítima da sua extrema discrição?
Mais do que protestar inocência, o Opus Dei só tem uma forma de convencer que é “abrindo-se”, tornando-se visível. Explicando quem são, quantos são, como recrutam, quais os critérios de admissão, quais os seus rendimentos, qual o seu património e como está aplicado, qual a sua presença e missão na sociedade em geral e em particular no ensino superior. Esclarecer os aspectos mais polémicos como o que há de verdade sobre a auto-flagelação, se são assim tão frequentes a rupturas dos jovens admitidos com as suas famílias naturais, qual a idade mínima com que os jovens começam a ser abordados, o que se passa quando alguém quer sair, se é verdade que um membro do Opus não pode ler o “Código da Vinci”, ou outro livro qualquer, sem prévia autorização superior e tudo o mais
Só “dando a cara” aberta e sinceramente permitirão que o público em geral deixe de acreditar em histórias com monges albinos assassinos. Fechados, prestar-se-ão a todas as suposições fantasiosas.
No final seria, no mínimo, curioso que fosse um romance popular a provocar uma mudança na postura de uma organização com décadas de tenaz discrição.
Mais do que protestar inocência, o Opus Dei só tem uma forma de convencer que é “abrindo-se”, tornando-se visível. Explicando quem são, quantos são, como recrutam, quais os critérios de admissão, quais os seus rendimentos, qual o seu património e como está aplicado, qual a sua presença e missão na sociedade em geral e em particular no ensino superior. Esclarecer os aspectos mais polémicos como o que há de verdade sobre a auto-flagelação, se são assim tão frequentes a rupturas dos jovens admitidos com as suas famílias naturais, qual a idade mínima com que os jovens começam a ser abordados, o que se passa quando alguém quer sair, se é verdade que um membro do Opus não pode ler o “Código da Vinci”, ou outro livro qualquer, sem prévia autorização superior e tudo o mais
Só “dando a cara” aberta e sinceramente permitirão que o público em geral deixe de acreditar em histórias com monges albinos assassinos. Fechados, prestar-se-ão a todas as suposições fantasiosas.
No final seria, no mínimo, curioso que fosse um romance popular a provocar uma mudança na postura de uma organização com décadas de tenaz discrição.
5 comentários:
Este foi cozinhado em fogo lento!
:-)
Estranho, não é, que com o sucesso do romance/filme se partisse tão pouco à procura da verdade?
Só hoje, a propósito da leitura do teu texto fui ter ao "site oficial" do OD (http://www.opusdei.pt/) e soube, noutro sítio, uma curiosidade: que «a iniciativa "Rock in Rio" é organizada pelo Opus Dei»!! (http://www.geocities.com/CapitolHill/Senate/4801/OpusDei.html)
Será?!
Tanto quanto sei, o Millenium BCP foi o patrocinador principal do Rock in Rio Lisboa e o próprio Paulo Teixeira Pinto apareceu no recinto, no que foi interpretado como uma demonstração de abertura: Uma figura de relevo do Opus Dei num evento desta natureza!!
Não me parece que haja mais mas, enfim, com tanta camuflagem dá para "acreditar e duvidar de tudo"
Tomei em referência exclusivamente este post, o que me leva a fazer um comentário muito sumário, que se resume a uma sugestão com uma pergunta:
O que tem a história do KuKluxKlan no sec. XX de comum com a maioria das sociedades secretas?
Proposta de resposta:
Conheço mal a história da KKK mas por trás da maioria das sociedades secretas está um "sindicato", no sentido largo de palavra, que se organiza para promover/defender um interesse comum aos seus membros, sob uma "capa" mais ou menos transparente.
Bem passada a ironia que te assombrou! De facto, por vezes são "pequenos nadas" que mudam muito (lembrando o que a aspirina acabou por significar para a cardiologia, por exemplo! Eheheheh, juro que não bebi!:-)
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