03 setembro 2006

Ainda as línguas e os “bês”

Parece lógico que as línguas evoluam. E dentro do universo de cada língua não é claro que essa evolução seja completamente síncrona. Por exemplo: se duas comunidades falarem hoje português igualzinho e deixarem de ter contacto entre elas, só por coincidência é que dentro de uma geração falarão ainda exactamente a mesma língua.

Parece lógico que as divergências nessa evolução serão tanto maiores quanto menor seja o nível de comunicação dentro da comunidade da língua. Parece lógico que uma nação fechada tenha a sua língua específica. Uma variante germanófona no Luxemburgo será assumida como marca identificadora. Se ocorresse numa zona do país Alemanha, seria diminuída face à norma oficial.

Parece claro que vivemos numa era em que o “nível de comunicação” é alto. Por isso, as divergência deveriam ser reduzidas. No entanto, nunca como agora, essas “divergências” foram valorizadas… Porquê? Por se entender que estão em risco? Que daqui para a frente não haverá mais espaço para divergências??? Será porque culturalmente estamos a ficar normalizados?

De todas as formas, parece importante distinguir o caso do flamengo germanófilo, radicalmente diferente do francês latino, do valenciano marginalmente diferente do catalão…

E, nesta confusão… onde ficam os nossos “bês pelos vês” ???

1 comentário:

Anónimo disse...

Terás sido tu que inspiraste o Rui Veloso na escolha do nome do seu próximo concerto??! :-)))