29 abril 2015

Sobre HCS e não só


Nota de abertura: Este texto sai fora da linha editorial do blog.

Alguém me chamou a atenção para um vídeo publicado na página da Super Bock sobre o novo armazém automático da Unicer e isso evocou-me uns certos tempos passados.

Vinha ali o ano 2000, que muita mudança (e também aldrabice) gerou nos meios informáticos, além de ter ajudado a baptizar muitos projectos. A nossa plataforma inicial, já com 10 anos, era compatível com o novo milénio, mas não resistia às novas modas. A Microsoft tinha finalmente o NT, a primeira coisa decente por eles feita, que nos parecia servir. Já não era uma coisita, a fazer algumas coisas, mais ou menos pela metade, e sempre a precisar da companhia e supervisão do utilizador. No nosso caso, muitos utilizadores eram simples máquinas e tudo deveria funcionar dia e noite, sem passos em falso, para garantir um sono tranquilo aos humanos.

A parte da informática mais “tradicional” migraria com mais facilidade, ficando inicialmente um núcleo duro com o bom velho VMS (e talvez ainda hoje inigualado) para as coisas sérias: ser o maestro implacável e infalível daqueles bichos todos. Mas era necessário virar a página, deixar para trás a base antiga dos blocos de código com uma boa parte de particularização embutida. Numa página em branco tentou-se, de forma minimalista, primeiro identificar o fundamental, a seguir caracterizar esses fundamentais, depois todas as suas interacções e, no fim, criar os motores para as realizar. A particularização deveria ficar exclusivamente em parametrização. Isto tudo para equipamentos que iriam funcionar abandonados, irrepreensivelmente sincronizados entre a movimentação física e o registo informático e com memória indelével desde a primeira hora (além de existir, também, uma equipa comercial altamente “criativa”).

O boneco espartano acima foi o que saiu da página em branco. O W de “warehouse” passou a H de “handling”, para ser mais abrangente. Depois, houve uma equipa que se atirou ao trabalho com determinação maior do que rottweiler a intruso. Um organismo do meio académico funcionou com um empenho e um compromisso raríssimos no meio. Houve o traiçoeiro sucesso inicial na “Edi” e o quase desespero na “Ina”. Ficou feito, viajou a vários continentes, evoluiu e ainda dura. Apetecia-me recordar alguns nomes da equipa, mas provavelmente ficaria incompleto. Os que por acaso lerem isto, reconhecer-se-ão.

Nota de fecho: Mais importante do que o que foi feito, é sempre o que está por fazer.

Nota pós-fecho: Falta o HMS.

28 abril 2015

25 de Abril de 1975

Uma data tanto ou mais importante do que a do ano anterior… Sem o Abril de 74 não haveria o de 75, mas este condicionou, para bem, o futuro do país. Uma participação acima de 90%, com longas filas de manhã cedo de quem fazia questão de ir votar e deixar registada a sua opção, são imagens impressionantes e inesquecíveis (imagem recolhida da imprensa da época).

Se os militares em 74 fizeram a revolução e o povo na rua a confirmou, os eleitores em 75 fizeram questão em afirmar que a última palavra era a deles. A grande surpresa, ou não, foi o PC e restantes partidos à sua esquerda terem ficado, todos somados, pelos 20%. O grande vencedor foi o PS, mas não Mário Soares especialmente. Quem votou PS queria mudança e desconfiava da esquerda “estalinista” (e ainda mais de outros “…ismos”), como também desconfiava da genuinidade democrática dos partidos à direita (nalguns contextos eles foram “habitados” por gente com interesses do antigamente).

O 25 de Abril de 1975 retirou legitimidade à chamada “legitimidade revolucionária”; o 25 de Novembro acabou com ela de vez. Para os que consideram esta data como a desgraça final da “sua” revolução, não deixa de ser curioso que Ramalho Eanes, o líder do 25 de Novembro, tenha sido eleito Presidente da República logo a seguir, em 1976 com 62% dos votos…

A democracia é o pior sistema, com excepção de todos os outros…

25 abril 2015

25 de Abril, sempre ?

Já aí para trás falei do que foi para mim o 25 de Abril, nos meus 10 anos. Não o vou repetir. Vou apenas, talvez, provocar um pouco; não assino por baixo do “25 de Abril sempre”. Os objectivos de Abril: derrubar um regime podre e que apodrecia o país, instaurar a democracia, acabar com a guerra colonial, estão cumpridos. É uma data histórica, muito bonita, mas fechada. É com tristeza que vejo uma espécie de tentativa de apropriação da data; um pouco como alguns se tentaram apropriar do pós-revolução até à surpresa (ou não) das eleições de 1975. Entristece-me ver hoje a imagem do 25 de Abril ser assim “sectarizada”!

Está tudo bem e perfeito hoje: não! Mas a solução não passa por outro 25 de Abril nem por rechamar o original. Os problemas que temos hoje não enfermam fundamentalmente da natureza do regime; são devidos às deficiências das pessoas que têm o poder. Não precisamos de mudar o regime com chaimites na rua. Necessitamos de colocar as pessoas certas no lugar certo, de responsabilizar, de julgar e condenar os desvios, de sermos exigentes com todos e connosco. É uma batalha pela mudança de mentalidades. É um esforço que deve ser colectivo, o mais amplo possível e nunca, nunca, “sectarizado”… tal como o 25 de Abril original não o foi!

24 abril 2015

Acreditar num final feliz…?

As propostas económicas recentemente apresentadas pelo PS provocam, no mínimo, muitas interrogações. Uma primeira curiosidade: a redução da TSU e consequente diminuição a prazo das pensões, não será uma promoção dos planos de reforma privados? O escândalo que daria se fosse a direita a sugerir uma coisa destas!

Na lógica de base está: o Estado cobra menos e distribui mais; havendo mais disponibilidade para gastar, o PIB sobe e compensa. Nas folhas de cálculo todos os números batem certo, mas eu gostaria ver essa suposição documentada em casos reais e concretos, de preferência numa economia pequena e aberta como a nossa (e com tanto apetite por bens de consumo importados…). Onde se fez isso e qual o resultado? Por cá, já provamos essa receita, com vários molhos, e sem grande sucesso. Lembram-se das SCUT’s que se pagariam pelo crescimento económico induzido …?

O documento, cheio de boas intenções (ninguém é “contra” o crescimento), parece um manual de navegação, escrito por marinheiros de poltrona que nunca apanharam vento salgado na cara…. É também algo facioso: nos últimos 3 anos praticamente tudo correu mal; as poucas coisas positivas são consequência de acções anteriores. E as negativas… nada? O PS parece ignorar que o seu “modelo voluntarioso” deixou o barco encalhado e estas propostas de agora soam demasiado próximas desses tempos.

Mais do que tudo, ignora o maior falhanço dos últimos anos: a não racionalização do aparelho do Estado. Enquanto essa verdadeira reforma de estruturas e mentalidades não for feita (não é certamente aquela coisa ridícula que o vice PM apresentou), continuaremos a mancar. E, qualquer que seja o plano, os fundos ou os meios… se os governantes forem incompetentes… não há mesmo solução!

23 abril 2015

O futuro da mais bela


A estrada N222 entre a Régua e o Pinhão foi considerada “a mais bela estrada do mundo”, aparentemente até com base num critério científico. Não conheço mundo suficiente para poder comentar essa avaliação, mas sei uma coisa: como num bom livro em que não apetece chegar ao fim, é uma estrada donde não apetece sair (seja de carro, moto ou bicicleta… :) ).

De realçar que ela não é completamente desenhada pelo rio original, pela natureza. Como tudo no Alto Douro, foi fortemente moldada pela intervenção humana. Dos 23 km totais, cerca de metade foram refeitos para fugir à albufeira da barragem de Bagúste, construída no início dos anos 70. É precisamente essa secção, a mais recta e aberta, que faz a alternância com as partes sinuosas à saída da Régua e entre a foz do Távora e o Pinhão, que a valorizou.

Vamos encontrar, portanto, nessa estrada uma réplica do modelo da região. Umas condições naturais únicas, fantásticas, que são trabalhadas e reviradas pelo homem, valorizando-as. Este virar e revirar da natureza no Douro, não foi feita para agradar à vista, mas por razões práticas. No ponto de vista das necessidades práticas, as estradas foram durante muito tempo um grande problema. A bem da beleza da região, que tem um valor, também prático e útil, gostaria de pedir que as intervenções nas novas vias de comunicação mantenham esse cariz particular no Douro: o homem mexe mas não estraga. Poupem-no de mais longos viadutos e pilares semeados pelas encostas. E, já que estamos em maré de pedir, um pouco mais de cuidado com a arquitectura das construções pode não ser uma batalha perdida.

Foto da dita cuja, tirada da outra margem.

22 abril 2015

Tribunal contra tribunal

O Tribunal de Contas (TdC) fez uma auditoria ao Tribunal Constitucional (TC) e detectou várias irregularidades e informalidades. Algumas deles tocam pontos muito sensíveis, relacionados com a remuneração em valor ou em espécie dos juízes. O TC responde argumentando com diferenças de interpretação. Não sou especialista em direito, entendo que possa existir mais do que uma forma de aplicar a legislação, que a redação das próprias leis e regulamentos pode não ser perfeita, que haja competências não claramente atribuídas e por aí fora…

Agora, o que me custa a entender é que os juízes de uma instituição como o TC, em caso de dúvida, optem pela interpretação que lhes é pessoalmente mais favorável. Face à sua altíssima responsabilidade, o seu exemplo deveria ser no sentido: na dúvida prefiro ser eu prejudicado e não o erário público. Se pensarmos naquelas polémicas decisões sobre os orçamentos de Estado, sempre no sentido de proteger os funcionários públicos, fica uma impressão muito estranha e uma quebra de credibilidade que não se limpa sozinha.

20 abril 2015

Pensar na verdadeira origem do drama...

Está nas primeiras páginas e na agenda dos políticos europeus a questão dos naufrágios no Mediterrâneo. Os “humanitários” de serviço acham que a culpa é da Europa por fechar as portas à imigração legal, forçando a clandestinidade. A Europa é capaz de ter alguma culpa, mas a solução não é certamente abrir as portas de par em par. Sem querer generalizar, aqueles que na viagem atiraram pela borda fora os membros de outra crença religiosa diferente da sua, não são bem-vindos.

Uma boa parte desses clandestinos embarcam na Líbia, um país que não tem o mínimo de administração ou controlo. Que inclusivamente até está parcialmente controlado por aqueles tipos das bandeiras pretas, para quem a vida de uma pessoa vale muito pouco e para atacar o ocidente vale tudo. Uma parte dos refugiados foge da Síria onde uma guerra foi declarada e apoiada pela Europa, já lá vão 4 anos. Não tenho/tinha nenhuma simpatia por Khadafi ou Bachar El Assad, mas obviamente que estas intervenções militares pesadas contra os “tiranos maus” criam muitos problemas deste género.

Neste momento está a começar mais uma, no Iémen. Há quem a ache aceitável. Quando um barco de iemitas naufragar no Mediterrano, vamos continuar a achar que a Europa é culpada, pelo facto de fechar as suas fronteiras… ?

Imagem picada em motor de busca

17 abril 2015

Coerência

Sabem o que é um “CC”, também conhecido por “gãogado” ?

É um c*gão /c*gado. C*gão para os que estão abaixo dele; c*gado para os que estão acima.

Em todos os casos apenas produz m**da!

15 abril 2015

Os bons e os maus rebeldes

Há cerca de 4 anos um movimento de contestação e de revolta armada na Líbia foi abertamente apoiado, mesmo militarmente, pela chamada comunidade internacional. Para já, passemos ao lado das consequências da queda do regime de Khadafi e dos tempos sombrios que o país vive e viverá.

Hoje, um movimento de revolta na Iémen, sequência duma grande cisão comunitária do país, que inclui um histórico recente de guerra civil, está a ser bombardeado pelos vizinhos, acusado de desestabilizar o regime “em vigor”. Há, portanto, bons rebeldes que devem ser ajudados e maus rebeldes que devem ser combatidos.

Numa análise simplificada o regime de Khadafi era hostil ao sunismo waabita das monarquias do golfo; os rebeldes houthis do Iémen são xiitas e aparentemente apoiados pelo Irão, o grande inimigo das tais monarquias árabes. Portanto, o critério para a distinção entre o bom e o mau rebelde será muito claro, quando visto assim a partir de Riad ou Doha. Que o conselho de segurança da ONU tenha autorizado o uso da força em favor dos rebeldes líbios e agora vote um embargo de armas aos houthis, é que me faz alguma confusão. Não que eu tivesse/tenha alguma simpatia por Khadafi ou pelos houthis. Apenas não consigo entender a lógica subjacente… !

13 abril 2015

Resistência e colaboração

Os franceses são grandes vendedores de imagem. Sem falar em modas, perfumes e outros luxos muito bem vendidos, basta pensar naquele vinhito de S. Martinho, o “Beaujolais Nouveau”, com o qual conseguem criar um acontecimento mundial… enfim!


Na sua história há duas referências claramente sobrevalorizadas ou, pelo menos, contadas de forma facciosa. Uma é a famosa revolução, certamente um marco fundamental na história da humanidade, mas cuja prática imediata, muito afastada da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” é pouco analisada. A outra é a resistência à ocupação alemã durante a II Guerra Mundial.

As imagens românticas e heroicas dos resistentes, do “Si c’etait à refaire…”, são apresentadas como a representação principal da verdadeira França, grandiosa, mas não foi bem assim. Muitíssimos franceses colaboraram e não necessariamente por básica necessidade de sobrevivência ou simples cobardia. Muitos deles identificaram-se com a ideologia nazi e, por exemplo, abraçaram claramente o antissemitismo. A história não deve incluir apenas o lado A, aprende-se muito com o B. Por tudo isto, é muito significativo ter estado patente uma importante exposição sobre a França colaboracionista, realizada a partir de documentos da época – “La Collaboration (1940-1945) à travers les archives”, Hôtel Soubise, Paris.

Agora que esta mostra corajosa encerrou, podemos esperar de algo idêntico cá, para os nossos lados, para o nosso lado B …? É que procurar evitar erros futuros passa por analisar com frieza e discernimento os passados.

10 abril 2015

Reencontrar a Pérsia


Estive uma vez 24 horas em Teerão (aqui). Muito pouco para entender o país, mas o suficiente para me aguçar a curiosidade sobre a sua enorme dimensão cultural e forte identidade. A antiga Pérsia, entre o golfo de seu nome e o mar Cáspio, foi durante muitos séculos um importante cruzamento de caminhos intercontinentais, algo que deixa marcas. No passado recente, nomeadamente durante o século XX, foram demasiado fortes para se deixarem governar, mas não o suficiente para escaparem às tensões e manipulações que dominaram a região. Em 1978 a revolução islâmica, incluindo a crise dos reféns americanos, e o posterior discurso radical dos seus governantes, divorciaram o país do ocidente. No entanto, uma boa parte da sua população nunca o esqueceu, como o muito interessante filme de animação “Persópolis” narra. Em 2001 quando a Al-Qaeda de berço sunita leva a cabo o 11/9, o agora designado Irão pensa ver uma oportunidade para se reaproximar da comunidade internacional. Curiosamente George Bush vai surpreender ao inclui-los no famoso “Eixo do Mal”.

O recente acordo sobre o desenvolvimento nuclear é uma janela que se abre e foi extremamente curioso ver as manifestações de alegria espontâneas nas ruas de Teerão (foto anexada picada de um site de noticias). Este acordo tem muitos espaços em branco por preencher e muito caminho ainda por percorrer. Também tem inimigos poderosos, seja do lado da influência israelita, seja do lado dos petrodólares árabes. Mas, pelo menos, pelos educados e cultos persas, eles e elas, com vontade de viver no mundo moderno e dispostos a dar o seu pleno contributo para isso, seria muito bom que vingasse.

08 abril 2015

Torre de Ucanha para Lisboa, concessionada

Já aqui atrás me referia à analogia entre as taxas “turísticas” de entrada em Lisboa e as práticas medievais simbolizadas pela ponte fortificada de Ucanha.


A aplicação prática da dita taxa, que seria um quebra-cabeças, especialmente por causa da excepção de isentar os residentes, teve uma solução milagrosa. A ANA “assume” o pagamento, coisa simples e fácil, mas muito pouco clara. Para lá do imbróglio criado com os outros aeroportos nacionais, é muito difícil imaginar uma entidade privada a entregar assim voluntariamente quatro milhões de euros à autarquia, como investimento. Acreditam mesmo que a utilização dessa verba pela câmara vai aumentar o movimento no aeroporto, a ponto de o justificar? Fica-me a forte dúvida se não haverá aqui algum outro tipo de contrapartida ou compensação não anunciada. Cheira a “esquisito”…

06 abril 2015

Nascente e foz

As estações de comboio tradicionais estão no centro das cidades, mas não lhes pertencem.

São foz e nascente de um rio por onde o mundo lhes chega e as suas gentes partem. Têm a magia das partidas e as emoções das chegadas. Também, por vezes, são casa improvisada para quem não a tem e as suas vizinhanças locais duvidosamente frequentados porque quem um dia partiu e está hoje sem ter onde chegar. Um mundo à parte.

Segundo esta classificação, que vale o que vale, das 10 mais belas no mundo, 2 são portuguesas.


02 abril 2015

Filmes

Provavelmente, por estes dias, irão esgotar os adjectivos em torno da vida e da obra de Manoel de Oliveira. Se são impressionantes, sem sombra de dúvida, a sua longevidade e tenacidade, muito do orgulho virá do paroquial: “Ele era muito famoso lá fora!”. Sentir-se-ão orgulhosos mesmo os que nunca viram um filme dele, ou que viram e não gostaram.

Para lá do devido respeito e admiração por quem dedicou a vida a uma arte, a uma causa, penso ser de reter que Manoel de Oliveira não chegou ao público português. Porquê? Não sei, mas julgo ser uma a questão fundamental a ser colocada, para o futuro, para quem quer fazer cinema em Portugal e, naturalmente, precisa de público. Faltou educação do público, faltou cuidado, por exemplo, no som (lembro-me de uma entrevista a José Fortes, onde ele referia a aparente pouca consideração do mestre por esta vertente)?

Para lá dos adjectivos, haja coragem para nos centrarmos no futuro e retenhamos de Manoel de Oliveira aquilo que o permita construir. Que este momento seja um ponto de partida e não de chegada.

01 abril 2015

Mesquita Omíada de Aleppo

Estas duas imagens, picadas num motor de busca, representam a grande mesquita de Aleppo antes e depois da guerra em curso na Síria.

Como curiosidade, a dinastia omíada liderava o califado aquando da conquista da Península Ibérica, iniciada em 711. Liderava essas tropas o general Tariq, donde vem o nome de Gibraltar – Djebel (monte) al Tariq. Quando o poder passou para os abássidas de Bagdad, Córdova continuou Omíada e até se declarou posteriormente como califado autónomo. É este contexto que vai proporcionar a existência e desenvolvimento de conhecimento amplo, incluindo o trabalho de Averrois, muçulmano de Córdova, que, entre outras coisas, estuda e divulga o pensamento de Aristóteles. A última dinastia muçulmana que governou a Andaluzia, os Almóadas, já foram diferentes, cortaram cabeças e queimaram livros.

A mesquita de Aleppo foi danificada e o seu belo minarete destruído por uma guerra entre gente que, apesar de algumas diferenças ligeiras, professa intensamente uma religião na qual o seu livro sagrado diz, no versículo 191 da sura 2: “E não os combatais nas imediações da Mesquita Sagrada até que eles vos combatam nela”… Ou seja, aparentemente um muçulmano nunca deve tomar a iniciativa de fazer guerra numa mesquita. O que falhou aqui?!