15 abril 2015

Os bons e os maus rebeldes

Há cerca de 4 anos um movimento de contestação e de revolta armada na Líbia foi abertamente apoiado, mesmo militarmente, pela chamada comunidade internacional. Para já, passemos ao lado das consequências da queda do regime de Khadafi e dos tempos sombrios que o país vive e viverá.

Hoje, um movimento de revolta na Iémen, sequência duma grande cisão comunitária do país, que inclui um histórico recente de guerra civil, está a ser bombardeado pelos vizinhos, acusado de desestabilizar o regime “em vigor”. Há, portanto, bons rebeldes que devem ser ajudados e maus rebeldes que devem ser combatidos.

Numa análise simplificada o regime de Khadafi era hostil ao sunismo waabita das monarquias do golfo; os rebeldes houthis do Iémen são xiitas e aparentemente apoiados pelo Irão, o grande inimigo das tais monarquias árabes. Portanto, o critério para a distinção entre o bom e o mau rebelde será muito claro, quando visto assim a partir de Riad ou Doha. Que o conselho de segurança da ONU tenha autorizado o uso da força em favor dos rebeldes líbios e agora vote um embargo de armas aos houthis, é que me faz alguma confusão. Não que eu tivesse/tenha alguma simpatia por Khadafi ou pelos houthis. Apenas não consigo entender a lógica subjacente… !

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