13 fevereiro 2011

Problema de concorrência ?!


Vemos aqui acima de um lado a pick-up Ford F 150, muito popular nos “states”, e do outro o monolugar da Ferrari para o próximo campeonato de Fórmula 1. Sendo o “F” um prefixo habitual desta última marca, especialmente nos mais recentes, e comemorando-se este os 150 anos da República Italiana a bela máquina recebeu o nome de F 150.

Ora bem, os homens de Detroit, se calhar ainda não tendo digerido completamente o falhanço da tentativa de aquisição da marca italiana há 50 anos atrás, resolveram reagir legalmente, apresentando uma queixa em tribunal baseada no facto de que «a Ferrari apropriou-se da marca F-150 para baptizar o seu novo modelo de competição F150, para capitalizar e lucrar com a notoriedade desta marca desenvolvida pela Ford".

Ora bem, olhando para as fotos acima, custa a crer que o Ferrari possa beneficiar de alguma forma da “notoriedade” da famosa carripana, antes pelo contrário… Enfim, a Ferrari decretou então que o seu carro só poderá ser referido pelo nome completo “Ferrari F 150th Italia”. Já estou a ver os comentadores das corridas super concentrados para não caírem na tentação de o referirem da forma abreviada, que possa desencadear uma fatal acção legal dos brilhantes advogados da marca F****. O ridículo não mata mas devia marcar.

11 fevereiro 2011

Estes polacos... !

O piloto de F1 polaco R. Kubica sofreu um grave acidente num rali em Itália no domingo passado, tendo ficado próximo de ver uma mão e até mesmo o braço amputados.
Para ajudar à sua convalescença, receberá uma relíquia do ex-papa e futuro santo João Paulo II que consiste num pedaço de uma veste e uma … gota de sangue!
Que mau gosto! Deve ser uma enorme fonte de força e de inspiração olhar para uma gota de sangue...
E depois o conceito de "relíquia". O que deve mobilizar são os princípios e os valores e não nenhum tipo de quinquilharia, por muito abençoada que se apregoe.
E podes voltar Eça que este mundo não mudou assim tanto..

07 fevereiro 2011

Pasme-se...

Não foi notícia de abertura de telejornal nem deve ter sido capa do “Correio da Manhã”, pelo que espreitei no respectivo site. Apanhei o assunto por acaso e pasmei. Nunca se sabe ao certo todos os contornos destas situações. Apenas uma relação conflituosa entre dois pais separados com uma filha de 4 anos. O pai tinha direito a vê-la 2 horas por semana num jardim público.
No passado sábado, nesse encontro, com muitas testemunhas de ambas as partes, uma discussão e o avô materno dispara à queima-roupa e mata o pai da criança à frente da mesma. O assassínio e a mãe da criança também presente abandonam o corpo morto no local, o que é crime adicional.
Final pasmo: adivinhem o contexto socioprofissional da mãe da criança: Doméstica, desempregada, cigana?!? Não: apenas… juíza!
Estão a imaginar-se um dia numa sala de audiências dependente duma pessoa assim? Não pode ser!!!

05 fevereiro 2011

Um processo ruidoso



Surpreende que após a condenação Carlos Silvino venha dizer que esteve a mentir durante os 7 anos do processo, por estar drogado. Grande droga será esta que faz alguém delirar continuamente durante esse tempo todo!
Surpreende tristemente que essas declarações tenham sido feitas numa suposta “entrevista” que de entrevista e jornalismo não teve nada.
Surpreende escandalosamente que os outros condenados venham de imediato montarem-se em cima do “facto”, que este agora é o que conta e que “prova” a sua inocência!
Deixo uma recomendação: leiam o livro de Francisco Guerra. Não está muito bem escrito mas lê-se depressa e, com as reservas e distâncias que cada qual achar necessárias, é importante ouvir esse lado. E, sobretudo, leiam-no antes que venha para aí uma providência cautelar ou outro palavrão técnico qualquer que “justifique” a sua retirada do mercado. Já vimos tanta coisa …!

03 fevereiro 2011

O nascimento da democracia?

Talvez me tenha enganado há umas semanas atrás quando vaticinava um simples sucessor para Ben Ali na Tunísia. Afinal os tunisinos rejeitam todos os que tiverem ligações com o passado. Para um passado de 23 anos, que começaram por ser a continuação dos 30 anos anteriores de Bourguiba, quem poderá sobrar imaculado e com “capacidade” mínima de governar? Não é evidente. Há aqui um grande buraco à espera para ser ocupado, não se sabe por quem.
Para aqueles que excitados falam da grande novidade do fim das ditaduras e do nascer das democracias no mundo árabe, convém recordar que estes movimentos não são sim tão inéditos e que os seus antecessores não tiverem fim feliz. A história não se repete mas convém não ser esquecida.
Exemplo 1. Argélia, final dos anos 80. Grande contestação e tumultos nas ruas, partido único no poder desde a independência, há mais de 25 anos, é fortemente questionado. O presidente da altura, Bendjedid, depois cognominado “Branca de Neve” pelos cabelos brancos e pela ingenuidade, decide organizar eleições livres e multipartidárias em 1991. O partido islamista (FIS) iria ganhá-las, os militares não gostam, destituem o presidente e suspendem o processo eleitoral. Os radicais pegam em armas para tentarem obter pela força o que lhes tinha sido negado pelos votos. O país mergulha numa década de terror. Hoje, passados 20 anos, talvez 200 000 mortos e uma boa parte da elite intelectual dizimada, ainda não está completamente sanado. Talvez esta experiência traumatizante seja a “vacina” que acalmou, para já, os protestos, que arrancaram em simultâneo com os da Tunísia.
Exemplo 2. Irão 1979 – Um regime autoritário e pro-ocidental cai, empurrado pela “rua árabe”. O que hoje é o Irão passados 30 anos já toda a gente sabe. Pode o Egipto não ser chiita, mas…
Com os todo-poderosos e omnipresentes “aparelhos” desacreditados quem pode aparecer com a imagem pura e limpa e com crédito perante a dita “rua árabe”? O FIS argelino designava “Frente Islâmica de Salvação”. Conforme dizia um Tunisino recentemente essa gente respeita a democracia apenas enquanto é oposição. Ou conforme se receava durante o processo argelino: “um homem, um voto, uma vez”.

27 janeiro 2011

Qual o código?



As pontes pedonais do parque central de Riga estão pejadas de aloquetes fechados nas suas grades.
Inquirido um passante sobre o significado, explicou-me que são demonstrações de amor. Um casal de namorados fecha o aloquete na grade da ponte, que ali fica inamovível e inabalável, tal qual a sua paixão.
Entretanto, o Ferré canta que “avec le temps, avec le temps, tout s’en va…”. Vai-se a grade, fica o aloquete ?

24 janeiro 2011

O cão, a caravana e os outros

Dizia o candidato Cavaco Silva em campanha que os “ataques baixos” que lhe eram dirigidos deveriam ser ignorados porque “o cão ladra e a caravana passa”. E acrescentava que só apenas após o fim da campanha teria tempo para ler o que diziam sobre ele.
A campanha acabou, recém-reeleito e tendo entretanto lido, ou não, os ditos ataques, apressou-se a dizer que a “verdade venceu a calúnia” e que a “honra venceu a infâmia”. Afinal parece que sempre prestou alguma atenção aos latidos, que não os esqueceu e que até tem vontade de ajustar contas. Para lá das banalidades de circunstância a mensagem pouco conseguiu fugir disto. O peso relativo destas “conclusões” no discurso de vitória foi enorme e preocupante.
Senhor Presidente, o facto de ter ganho as eleições não o branqueia de nada. Se as alegadas “calúnias” tinham fundamento, continuarão a tê-lo, independentemente das fontes ou das motivações, e o senhor como qualquer cidadão terá que responder por isso.
Ou será que agora que a caravana parou, “vozes de burro não sobem ao céu”?
PS:
Alegre: Epílogo de uma derrota anunciada
Nobre: O mérito de não ser dos “aparelhos”. É algo, mas não mais do que isso.
Francisco ? como se chama?: a vitória é difícil mas é nossa.
JM Coelho: E que se fará agora com aquela votação na Madeira? Grande imbróglio!
Defensor Moura : ….

16 janeiro 2011

Estaremos em guerra?

Num fim de manhã tranquilo de domingo, vejo que nessa manhã decorreu uma reunião (urgente?) entre o Presidente da República e o Ministro da Defesa, num hotel de Lisboa (tinha que ser num hotel, para eu pagar?).
No final, o PR, naquele seu sorrisinho que eu não consigo classificar, respondeu que em geral não comentava o conteúdo das suas reuniões com o governo e, nesse contexto, também não tinha nada a dizer ao público sobre aquela. Ou seja, há uma reunião supostamente urgente num domingo de manhã entre o PR e o Ministro da Defesa e para os cidadãos, não há nada a dizer nem a comentar.
Tenho um palpite que o Tridente está avariado e assim o maravilhoso submarino não estará operacional para travar a entrada do FMI pela barra do Tejo. Realmente, a ser assim, é grave.
Enfim, se fossemos um país em que houvesse contas a prestar responsavelmente entre governantes e governados, não haveria caixinhas destas: “queres que eu conte, mas eu não conto!”
Assim, irei adormecer com a ligeira sensação de que podemos estar a entrar em guerra ao dobrar da esquina.. . Alguma razão importante e grave tem que existir para tal reunião dominical.

15 janeiro 2011

E agora segue-se… ?


Ben Ali foi a primeira vítima do wikileaks. Acredito que as revelações que mostraram em detalhe e confirmaram o que se adivinhava, pôs a pólvora a descoberto. O jovem que se imolou foi rastilho. O regime ter acreditado que podia ter controlado o incêndio à bala, foi o seu último erro.
A última vez que estive em Tunes foi há um mês, em Dezembro passado. Aquele eixo Cartago-Gammarth era realmente muito giro. Giro e chique. Nem parecia que estávamos em África. Mesmo não conhecendo a fundo os dois contextos, apetece-me dizer que tinha mais sítios chiques e finos do que a própria cidade do Porto. Difícil imaginar que esteve a ferro e fogo e que uma parte foi saqueada, de tão tranquilo e “controlado” parecia.
Os mesmos que há dois meses abraçavam fraternalmente Ben Ali e que há duas semanas assobiavam para o lado enquanto os manifestantes caiam pelas balas, ontem negavam autorização de aterragem ao avião do ex-presidente e hoje saúdam a revolução do povo tunisino. Pois é. Dizem que o povo tunisino fez cair um ditador… É verdade. Ben Ali saiu, já não está lá. Mas pretender que tudo mudou assim quando a “grande família” controlava uma enorme parte da economia do país... no mínimo, não é evidente.
E agora? Será a vez da “oposição democrática” ? Se existia, não se via. Será a vez de uma “democracia” ? Acho que não. Provavelmente será a vez de um “herdeiro” de Ben Ali. E, apesar de tudo, pode não ser a pior solução.

13 janeiro 2011

Será que ele está bem?


Até agora já sabíamos o que podíamos (não) esperar de Cavaco Silva, mas ao menos podíamos contar com alguma estabilidade no bom e no mau sentido.
Ultimamente, não o entendo. Ele sabe (ou deveria saber) que está reeleito – à primeira ou à segunda. De que lhe serve esta agressividade toda dos últimos dias? Também não sabe quais as funções do Presidente da República, como os outros? Foi contagiado? Não é óbvio que só tem a ganhar em ficar calado e deixar correr o calendário?
Às vezes aquele olhar parece-me estranho. Parece-me transmitir uma coisa que não digo aqui, mas que seria a ultima coisa de que precisávamos mesmo… E, a propósito, penso naquele discurso de “justificação” do caso das escutas, daquela coisa de sair da República Checa de carro na altura do vulcão, naquele retorno precipitado a Lisboa antes de terminar a cimeira Ibero-Americana da Argentina aquando da confusão do espaço aéreo espanhol porque “tinha que estar em Lisboa”… Será que ele está bem???

11 janeiro 2011

Uma história de amor ?

Dizia alguma imprensa que o infeliz desfecho de Carlos Castro e Renato Seabra foi uma história de amor que acabou mal. Perdão!? Disse “amor” …???
Um jovem de 21 anos, “normal” segundo família e amigos, que sonha ser modelo e viver no mundo da moda é contactado por uma sumidade dessas andanças que o quer “ajudar” a singrar. Estão a ver o jovem apaixonado por aquela figura de 65 anos pastosa e repugnante?
Foi iludido, enganado, deixou-se enganar, pretendeu enganar, conseguiu enganar? Revoltou-se ou enlouqueceu quando se sentiu enganado ou que não podia enganar?
Ninguém merece morrer e muito menos daquela forma, mas para lá da morte ou especialmente por aquela morte, há aqui tema de reflexão e proporcionando falar de muita coisa, menos de amor. Há aqui um negócio em que alguém pagou e não recebeu ou alguém a quem foi pedido um preço excessivo para o que pretendia pagar.

10 janeiro 2011

"España no pesa en las urnas"

Assim titulava hoje o "El Pais" o resultado da atribuição dos prémios pela Fifa para melhor jogador e melhor treinador de 2010. De facto, entre os candidatos, para jogador estavam nomeados dois espanhóis e um argentino e ganhou o argentino; para treinador havia dois espanhóis e um português e ganhou o português. Ou seja: Espanha zero.
Custa-me a crer que pelo menos Portugal tenha mais peso nas urnas da Fifa do que Espanha. Doutra coisa tenho a certeza: se tivessem ganho dois espanhóis, não seria pelo peso de Espanha nas urnas, seria sim pelo extraordinário mérito dos mesmos, inequivocamente reconhecido! "Roder" !!!

A estratégia do Coelhinho

Estava calado na toca há uns tempos. Agora que a pressão para a entrada do FMI em Portugal aumenta e começa a cheirar mais forte, ele veio ao terreiro dizer o que pensa e deixar-nos entender o seu itinerário programado (in english road-book).
1. Virá o FMI
2. Isso demonstra a falha do governo do PS (até aqui estou de acordo)
3. Por isso devem ser realizadas novas eleições
4. Que provavelmente o PSD ganhará
5. E o PSD governará com a tutela do FMI
6. As medidas impopulares indispensáveis serão mantidas e até agravadas, mas ficarão na conta do FMI e de quem é responsável pela sua vinda para cá
7. Confortável ?
Pode ser uma posição “confortável” mas não era disso que precisávamos….
E ainda Cavaco e as acções da SLN
Pode não ter sido ilegal, fiscalmente correcto e poderá não ter existido nenhum favor antes ou depois. Agora, Cavaco Silva é economista e querendo ser sério deveria questionar a substância económica do valor das acções. Quando estão em bolsa, terão por vezes comportamentos ilógicos mas é público e livremente transaccionáveis. Neste caso, mais não parecem do que uns meros “vales” para os quais Oliveira e Costa arbitrariamente atribuía um valor, sem substância económica subjacente. Por essas e por outros é que o BPN tem o buraco que tem e que todos vamos pagar. O facto de haver gente importante envolvida terá sido o que determinou não ter tido um tratamento de mera “Dona Branca”?

09 janeiro 2011

Grande


Ainda há pouco tempo se filosofava sobre o futuro, a tecnologia, as tendências e a forma final que teriam os livros electrónicos. Sabia-se que estavam ali à esquina, com um potencial enorme, mas não se sabia quando nem como a explosão se daria. Os equipamentos existentes desse género eram “aquela coisa” que se agarrava, vira e revirava com o nariz torcido e alguma desconfiança dizendo: - É isto !?
O espaço entre o PC portátil e o telemóvel continuava virgem de sucesso apesar de várias tentativas de incursão de gente com pergaminhos. Foi então que a Apple, que tem algum jeito para acertar naquilo que as pessoas gostam e querem, atirou cá para fora o IPad. Tecnologicamente não era nenhuma revolução; os críticos até diziam que não passava de um IPhone grande que não fazia chamadas. Pois é. Só que é uma coisa em que se pega e que fica agarrada às mãos. Hoje já não há media que se preze que não apresente a sua versão electrónica para IPad e ele é considerado a mais séria ameaça ao longo reinado do livro em papel.
Steve Jobs foi considerado o homem do ano pelo Finantial Times e nem sei por quê. Limitou-se a produzir um IPhone grande e caro que não faz chamadas. Outros e a Micrsoft estão a tentar recuperar, partindo com várias voltas de atraso, sem entenderem como estiveram 10 anos sem conseguir acertar. Não gosto da Microsoft. Com um bocadinho de exagero, diria que tiveram uma grande sorte com um pecado original da IBM e que nunca inventaram nada de especial e muito menos de genial. Estou a escrever num PC novo com poucas semanas. Têm o Windows 7, estou a usar pela primeira vez o Office 2007 e a primeira sensação “isto é deprimente!”. Se nunca o entenderem continuarão sempre com várias voltas de atraso.
(e, a propósito, se alguén souber porque o Word 2007 não faz copy - paste directo para o editor do Blogger, eu agradeço a informação ...)
Foto do Site da Apple

07 janeiro 2011

Notas de um ano novo

Enfim…
"Enfim" não é uma palavra bonita para começar um ano novo (em minúsculas). Nunca tive tanta falta de pachorra para ver telejornais. Uma (pré)campanha para as presidenciais para a qual só apetece dizer : esperamos bem que pior seja impossível. Um candidato (pré)ganhador que só fica bem calado. E para já continua calado sobre as suas acções da SLN … dizem que comprou 1 e vendeu a 2,4, perfeitamente avalizado por um tal Oliveira e Costa. E um BPN com um buraco de vários mil milhões de euros… como é possível? E sou eu (e nós todos) que temos que pagar? E quando foi o empreiteirozito lá dos apartamentos que faliu e que os deixou “pagos” pelos compradores mas na realidade hipotecados ao seu banco? Como não se chamava Oliveira e Costa, não tinha amigos bons e os compradores não eram importantes, lá tiveram estes que pagar duas vezes o preço.
As situações de crise podem ser mobilizadoras, momentos em que se concentram esforços, em que se foca o fundamental rejeitando o acessório, mas este não parece ser. Só vejo ratos estúpidos, egoístas e pouco sérios que se recusam a salvar o navio e ainda não perceberam que a continuar assim o naufrágio está aí a seguir.
Vamos lá a ver se ganho coragem para continuar a escrever por aqui algo de jeito e de diferente. Neste momento, a vontade de correr os ratos a pontapé sobrepõe-se a tudo o resto.