27 novembro 2009

Enquanto a bela dorme

Enquanto o país mediático se entretinha a contar e recontar deputados e a especular acordos e coligações; enquanto o PSD suspirava pelo seu D. Sebastião e os seus barões e escudeiros afiavam as armas; enquanto os professores exigiam a anulação do processo de avaliação; enquanto os tribunos arengavam com maior ou menor elegância e os comentadores comentavam os comentários de outros comentadores, ele crescia.

O deficit das contas públicas, que é como quem diz, o estado gastar muito mais do que recebe. É certo que uma boa parte do problema tem origem externa, há uma crise mundial que não ajuda nada, mas isso não altera um milímetro da questão fundamental: é insustentável viver assim!

Obviamente que dentro da mui retórica discussão sobre qual é a real autoridade de um governo minoritário e com a oposição ameaçando disparar e aprovar legislação populista avulsa, ao deficit económico virá somar-se o deficit de iniciativa e de reformas sérias. Fragilizado, o governo continuará numa espécie de campanha eleitoral permanente, distribuindo papas e bolos. Não se aumentam os impostos, a contenção nos aumentos salariais é uma opção que pode ser tomada ou não. Enfim, nada que desagrade a ninguém porque podemos sempre ter umas eleições ao virar da esquina. De notar que não se trata bem de distribuir o que existe: trata-se de pedir emprestado e gastar agora para, lá para a frente, noutro horizonte, alguém reembolsar o empréstimo com os devidos juros.

O que devia ser claro para todos os actores é que a redução do défice é uma necessidade e uma prioridade indiscutível. Fingir que ele não existe ou pretender que o seu tratamento pode ser indolor é irresponsabilidade. Capitalizar politicamente as medidas impopulares indispensáveis é não merecer a democracia. Por fim, os milhões perdidos e desviados cujos processos judiciais não existem ou vegetam podem ser quantitativamente apenas uma gota no oceano, mas acabar com eles representa um mundo de diferença em atitude e exigência...por onde tudo começa.

24 novembro 2009

O Vinil está de volta?


Há por aí uns cartazes anunciando que ele está de volta. Não sei se os discos de vinil estarão mesmo a regressar em força mas que a oferta aumentou recentemente, é bem verdade. Porquê? Por moda de alternância, tipo saia curta – saia comprida, porque as capas são maiores e muito mais giras, por snobismo de seguir um caminho diferente do do rebanho principal?

Quando se banalizaram os CD’s era previsível que o vinil iria encolher até um reduto muito reduzido dos anti-digitais e estagnaria assim numas tribos muito especificas e selectivas, mas sempre a descer e sem alguma vez inverter a tendência. Basta recordar a facilidade e rapidez da degradação dos discos e agulhas, a pouco autonomia e a inflexibilidade na sequência de escuta. Para ouvir algo selectivamente lá andava a agulha a subir e a descer no meio do disco com fortes probabilidades de deixar uma “assinatura” no local da aterragem.

O CD resolveu essas limitações todas. A menos que avariasse de vez, reproduzia sempre da mesma forma. Com a frequência da codificação e síntese para lá do limite detectável pelo ouvido humano e com equipamento decente acho difícil que se possa dizer objectivamente que o resultado seja inferior ao conseguido pela agulha roçando no vinil. Perfeito, portanto, não? Se calhar o problema será mesmo esse: é demasiado perfeito e repetitivo. Ou seja, a agulha não passa sempre de forma igual, os mini-micro, ou grandes, risquinhos que vão nascendo dão um resultado variável no tempo que nunca é uma fotocópia perfeita como no digital. A agulha acrescentará até um timbre, uma vibração própria, acepticamente retirada do digital perfeito e que agradará a alguns.

Para lá do snobismo, será que os puristas do analógico buscam precisamente um som que não seja perfeito, que não seja clonado, que seja vivo, que tenha “ruído”, que assim se torne mais humano? Não sei. Pode é ser uma oportunidade para fazer evoluir os sintetizadores digitais e acrescentar lá um vibrato e uns arranhões aleatórios!!!

23 novembro 2009

Jogos de fronteiras

Pois é. O Glosa Crua entupiu de novo. A minha última semana foi dominada por um assunto com alguma sensibilidade e dificuldade em ser tratado sem ferir susceptibilidades. Tentemos...

Peter Gabriel dizia, citando de cor, “Se o olhar matasse, seguramente o faria nos Jogos sem Fronteiras, guerra sem lágrimas...” Vem isto a propósito do apuramento para o próximo Mundial de Futebol e se alguém acha que as cuspidelas recebidas pela nossa selecção na Bósnia foram más.....

Para países com algum deficit de afirmação, em que o sentido geral é de estarem na mó de baixo, o apuramento para o Mundial é como poder ir nadar para a piscina dos grandes. Funciona como compensação para os outros pontos que não estão no melhor. Exemplos não faltam e em todos os continentes.....

Eu vivi com alguma proximidade o processo de apuramento entre o Egipto e a Argélia. Vi-o mais do lado Argelino e, é claro, a interpretação é a minha. Em circunstâncias normais o Egipto seria o favorito do grupo, mas a boa campanha da Argélia levou a que antes do último jogo no Cairo, esta estivesse nitidamente em vantagem. Até uma derrota por uma diferença por um golo seria suficiente para o Egipto ficar de fora...

De ambos os lados já não estava em jogo um simples jogo. Estava em causa o lugar do país na primeira plateia das nações. A Argélia chegava ao Cairo acreditando que faltava muito pouco, o Egipto com dúvidas provocava por todas as formas. O autocarro dos primeiros é apedrejado e correm mundo as imagem de jogadores sangrando.

No jogo de 14/11 a Argélia entra no minuto 90 a perder por 1-0, portanto apurada. Nos descontos o segundo golo do Egipto força ao jogo do desempate para o dia 18/11 no Sudão.

É no dia 15/11 que chego a Argel. Frente ao hotel há um burburinho enorme de gente na rua, policia e ambulâncias. Estavam a espancar 3 egípcios expatriados de uma empresa de telecomunicações. Corria o boato de que vários argelinos teriam sido mortos no Cairo e era a vingança, somente por serem egípcios. O boato não foi confirmado, mas já não se estava no domínio do racional. Não se pensava noutra coisa que não fosse no jogo de desempate do dia 18 e na vingança desportiva e “física”. Cortejos inflamados atravessam a cidade barricando o transito. Os escritórios da EgyptAir e de outras empresas egípcias são incendiadas pela multidão em fúria. O governo oferece as entradas no estádio, os “mecenas” financiam as viagens. Apoiar a equipa é politicamente correcto e comercialmente interessante. O governo acaba por oferecer as viagens também.

A multidão rejubila “vamos a eles”. E naqueles olhares de quem sentado numa janela aberta de um automóvel gritava e acenava com o passaporte recém-emitido eu li o olhar de quem estava pronto para ir para a guerra. E não é bonito de ver.

11 novembro 2009

Mais um folhetim “oculto”?

A “Face oculta” se calhar até nem é muito excepcional e os seus ingredientes principais encontrar-se-ão em muitas outras operações mal ou bem investigadas, por investigar e mais mal do que bem julgadas. Tem, no entanto, algumas características que a tornam um pouco emblemática. Em primeiro lugar o percurso de Armando Vara – o balcão da agência bancária, o ministério, a fundação para a prevenção rodoviária e a administração da Caixa e BCP. E depois a natureza dos materiais - sucata. Não se trata de um negócio fino de telecomunicações ou armamento. É mesmo ferro velho e afins e coisas que não sendo ferro velho foram transaccionadas como o sendo.

Como é que figuras do nível em questão se “envolvem”, da forma que a justiça há-de apurar, oxalá, mas de alguma forma se terão envolvido, neste mundo do tráfico do ferro-velho? E como é que um negociante de sucata, acusado de roubar carris de uma linha de caminho de ferro, pode presumir que tem poder e influencia suficientes para pedir a substituição do presidente da Refer!? Não o conseguiu, é certo, não se sabe quão alto o pedido chegou, mas que ele o solicitou isso parece claro!

O fenómeno da corrupção e do desvio de bens públicos não é especifico de Portugal. Não pretendamos ter essa especificidade única. Infelizmente é intrínseco de uma boa parte da natureza humana e conjuga-se em todas as línguas. A diferença está em como as sociedades e as instituições lidam com e penalizam esses crimes.

Espero sinceramente que por uma vez este caso vá até ao fim com rigor e eficácia. Infelizmente, a “feira mediática” não ajuda. De que é que se fala principalmente? Do que fazer às escutas do Primeiro-Ministro. Ou são relevantes no contexto com as devidas consequências, ou não são, mas que se esclareça rápido. Esta emotiva discussão em torno do envolvimento do PM ajudará a vender jornais, é certo, mas é grave demais para sendo relevante ser ignorado e não o sendo se manter a suspeição. Não defendo uma “imunidade institucional” à francesa, mas um país não pode viver com este clima especulativo em torno da figura do Primeiro-Ministro. E o Presidente do Supremo e a PGR podem ter as suas divergências mas não fica nada bem nem digno exporem-nas assim na praça pública. O processo é demasiado importante para ficar enredado e resumido a um superficial folhetim.

E, no meio disto tudo, os trocos supostamente recebidos pelo CDS/PP são uma gotinha de nada. A solução para esta parte fica para quando se acabar com o actual esquema de financiamento dos partidos. Até lá são todos culpados e todos inocentes.

09 novembro 2009

Serei eu o “raro”?

A minha máquina fotográfica principal é uma Sony R1 com 4 anos. Tem uma objectiva fixa da Zeiss 24-120 e estreou o sensor Sony CMOS de 10,3 MPx de dimensão aps-c e que até equipou outras coisas de pedigree superior. Tecnicamente chamam-lhe bridge porque quando se espreita no buraco do visor não se vê a imagem ao vivo mas sim uma reprodução num pequeno monitor lá dentro. Foi um pouco precursora nesse segmento. Tirando situações de pouca luz, pouco usadas por mim, e mesmo não sendo uma metralhadora a focar e a disparar, tem-me dado bastante satisfação.

Ao procurar agora evoluir e ao analisar a oferta existente, vou de espanto em espanto.

Em primeiro lugar todas as máquinas acima de um dado patamar são “reflex”. O reflex consiste num conjunto de espelhos, fixos e móveis, que trazem a luz que atravessa a objectiva até ao visor e ao olho do fotógrafo. No tempo do tudo óptico não havia alternativa. Neste momento, se se fizer uma máquina bridge com o mesmo sensor de uma reflex e com as mesmas lentes, também intermutáveis, e resolvendo a questão da focagem pelo espelho, teremos idênticas performances e fotografias de qualidade igual. Como diferença a máquina será mais leve, mais compacta, mais fiável, silenciosa e mais barata! Para os fotógrafos que valorizem o peso e o toque, seria possível e fácil prever uma versão mais gorda e mais pesada. Mas não existe essa oferta. O que existe é o preconceito de que máquina de qualidade é sinónimo de “reflex”. Nada a fazer, vai ter que ser mesmo reflex.

Uma componente importante da fotografia é a composição, o como se “olha” para a cena a captar. No tempo do tudo óptico, o olho estava colado ao visor e os pontos de visão disponíveis limitados à mobilidade da cabeça. Em particular na vertical, podia-se com mais ou menos conforto, equilíbrio e ginástica estar entre bicos de pés e cócoras. Para ir próximo do nível do chão, só mesmo estendendo ao comprido no dito cujo.

No digital acabou a necessidade de ter o olho colado à câmara. E lá vem nova surpresa: aquilo que qualquer compacta rafeira faz que é mostrar a cena a fotografar num monitor externo, as reflexs têm dificuldade. Algumas de topo de gama como a muito recente Sony A850, por exemplo, não o fazem de todo. Outras fazem-no sem focagem automática e a grande maioria têm-no de uma forma que não interessa. Explico: se eu tiver apenas um monitor fixo nas costas da câmara, continuo a ter que a usar à altura dos olhos. E, para um bicho daqueles, devem ser muito raras as situações em que se justifica ter a máquina na ponta dos braços, afastada do corpo. Se a altura é essa, toca mas é a encostar à cara e a usar o visor tradicional.

Muito interessante é ter um monitor que se possa pôr na horizontal para conseguir fotografar a um nível baixo sem sujar a roupa e poder trabalhar confortavelmente no tripé olhando para a maquina “de cima para baixo”. Em resumo, se 80 ou 90% das fotos são tiradas pelo visor tradicional, existem 10 ou 20% em que dá muito jeito o monitor ajustável e não parece que seja tecnicamente muito difícil consegui-lo. E aqui mais uma surpresa: no topo da gama dos sensores de dimensão APS-C, e em máquinas recentes como Nikkon D300s ou a Canon EOS7D, não existe! Aliás, se a minha investigação está certa, a Canon que consultou mais de 5 mil fotógrafos para desenvolver a 7D, pura e simplesmente ignora o assunto. A Nikkon só se lembrou disso para a 5000. Raios!!!

Serei eu o “raro” ? Bom, pelo menos há uma vantagem. Ao ficar restrito a modelos inferiores irá sobrar-me orçamento!

05 novembro 2009

Com esta oposição....

A oposição ainda não entendeu que perdeu as eleições por jogar na oposição em vez de apostar na construção. Quando o PS os convida para de alguma forma participarem activamente na governação manifestaram-se indisponíveis. Quando o PS apresenta um programa de governo alinhado com as suas propostas eleitorais, acham escandaloso!. Como não tem maioria absoluta, deveria ter mudado algo... e quando eles próprios, no momento devido, fecharam as portas ao compromisso. E os eleitores que votaram no PS, por acaso a maioria, não merecem que este seja coerente com as suas propostas eleitorais? Já me parece mais uma lógica daquelas “à la Palácio de Belém”.

O PSD continua de fulanização em fulanização. Qualquer boneco, espantalho ou manequim serve desde que permita ganhar eleições. Aí, por uma vez, Menezes tem razão. Antes de discutir a pessoa para segurar na bandeira, têm que discutir rumo, identidade e ideias Quanto aos actuais potenciais, fique Sócrates sossegado. Passos Coelho pode ter boa figura e falar bonito mas espremido é um deserto de substância; Marcelo é um tsunami de opiniões, avaliações e considerações mas não tem perfil de timoneiro.

Na realidade o que está em causa é a governação do país depois de uma eleições muito recentes. E há quem ache que as eleições, não correndo como previam, não valem. Vamos ali trocar de fato e voltamos já, prontinhos para as próximas! Tudo isto me parece de uma irresponsabilidade assustadora.
Mais do que nunca cheira e tresanda que o que está em jogo é única e exclusivamente o acesso ao poder pelo poder. Aqueles que estão a ver chegar à sua casa as reestruturações, os lay-offs e os encerramentos sentirão, naturalmente, revolta. E a essa gente, que é muita, ver a eventual revisão do processo de avaliação dos professores ser feito assunto político de primeira página...também deve agoniar.

03 novembro 2009

Mercedes SL 500, 03-27-SQ + Mercedes CL 65 AMG, 68-GV-25

Segundo o JN da semana passada estes dois veículos foram oferecidos pelo sucateiro de Ovar a dois altos quadros da EDP e da Galp. Por acaso até estranho as matrículas. Não correspondem a matrículas novas de Junho deste ano, altura da suposta oferta. Qual o sentimento de impunidade que podem presumir estes beneficiários para aceitarem assim um produto de origem tão rastreável como um automóvel?

Parece que um ex-empregado de balcão de agência bancária do interior profundo que subiu até ser administrador de um grande banco privado chamado Armando Vara ajudou um pouco, pondo a sua agenda e lista telefónica à disposição do sucateiro.

Tirando os “virgens” de poder e um líder político particular que, além de falar muito bem, tem uma grande capacidade de esquecer o que disse e o que fez, por exemplo quanto a sobreiros e submarinos, por todo o lado se nota aquele silêncio confrangedor dos telhados de vidro.

Ainda bem que há cada vez menos empresas públicas. Apesar de tudo, prestar contas a um investidor privado será sempre mais rigoroso do que no caso público. Infelizmente ainda continuam a existir algumas que mesmo sem serem públicas vivem alegremente do contribuinte.

Armando Vara é um caso notável de sucesso na vida. É este o modelo de sociedade que queremos que seja um exemplo a seguir? Pelo menos por uma vez: Justiça! Por favor...! Para condenar quem nos rouba e vacinar quem isso planeia.

02 novembro 2009

Contra a corrente



Pum... Pum... Pum .... Pum... Pum.Pum.Pum !

Com mais ou menos coreografia, com um sem gaita de foles a dar algum toque melódico, a base e o realce é aquela sequência de pancadas. A alguns incomodam pelo intensidade e, digamos que... pela barbaridade. Para outros evoca qualquer coisa lá do fundo, não facilmente classificável, mas seguramente sua.

Em tempos ao bater a mesma base nos bordões de um violão, eu dizia que não era uma questão de técnica, esta até extremamente simples, e portanto acessível para mim, mas antes de estado de espírito.

O domingo das festas de Viana. Uma cidade que as sente e as assume como poucas outras. A luz estava muito bem e luz em grego é “foto”. E sem querer lá fui seguindo o pum-pum-pum... De alguma forma passaram, teimosamente, olhando fixamente contra a corrente. Contra uma certa corrente de um tempo sem tempo.. e gostei de o ver.

01 novembro 2009

Três cantos

Um atraso na definição da disponibilidade quase me atirava de novo para os galinheiros lá em cima, neste caso não por limitação de orçamento mas por escassez de lugares disponíveis. Sobrou um camarote ali ao lado do palco, com 6 lugares pagos e em que apenas 4 pessoas podiam ver a cena sentadas. Um som abaixo das expectativas e do mínimo exigível. Para quem busca ouvir cantantes de palavras e não as consegue entender, é frustrante.

Uma selecção de temas que necessariamente sabe a pouco, tal é o tamanho da obra de cada um. Alguns temas datados, mais datados para uns do que para outros, naturalmente. Mas sobretudo um belo momento de música e cultura portuguesa. Os últimos trabalhos de fundo de originais de cada um daquele trio já têm uns anos, mas mesmo que o melhor já tenha passado, são três pessoas que optaram arriscadamente pela música dando um contributo assinalável a sermos o que somos e a sabermos quem somos.

Herdeiros à vista não há. Mesmo o Rui Veloso de outra meia geração à frente parece ter parado. Os tempos são diferentes. Nos tempos actuais mais facilmente se gasta em “shots” numa simples noite do que num CD original, considerado caro. Se há 20-30 anos atrás fosse assim tão fácil “descarregar” música sem pagar, será que eles teriam tido condições para criar e viver da música? Não sei. Sei que ainda recentemente comprei o último álbum de Rão Kyao, “Em Cantado”, porque gosto e porque sim!