23 janeiro 2022

Teremos sempre geringonça?


Parece dizer A. Costa que “Geringonça nunca mais”. Este afastamento tem alguma lógica tática nesta fase. Ao fim e ao cabo há muito eleitorado do PS que não se revê nessa constelação. Agora, se contados os votos, forem necessários os deputados do BE e/ou do PC para ancorar o PS ao poder, acham que este irá hesitar mais do que 30 minutos?

Diz também que se fizerem a injustiça de não lhe dar a vitória se vai embora. Haverá por acaso um lugar livre a curto prazo pelo Conselho Europeu? Bom, isto de apanhar um avião, Ryanair ou outro, e deixar na paróquia um delfim, tem um precedente, que não acabou bem para ninguém. Neste caso, até me tremem as pernas só de pensar nisso.

20 janeiro 2022

Pessoa e Salazar


No meu cabaz de Natal, ou no sapatinho, ou na meia… chegou este livro, acima ilustrado.

Pessoa era genial, mas não tão louco como muitos grandes criativos, que têm alguma dificuldade em conseguir uma vista equilibrada e racional sobre a política e a sociedade em geral. Este excerto já de 1925 é representativo

Tio Mussolini e Abade Lenine

Seguimos o princípio contrário ao do tio Mussolini e ao do abade Lenine. Desoprimir. Tornar os outros diferentes do que nós queremos! Ensinar cada homem a pensar pela sua cabeça e a existir com a sua existência – só com a sua existência.

É muito interessante a evolução da visão de Pessoa sobre Salazar, inicialmente como alguém que sabia o que queria em termos das desgraçadas contas públicas, que o comunica e implementa, depois como alguém que reduz o governo do país a um exercício de contabilidade e finalmente alguém que pretende secar e anular tudo o que for desalinhado com a sua visão (estreita) e objetivos.

1935

Inteligente sem flexibilidade, religioso sem espiritualidade, ascético sem misticismo, este homem é produto de uma fusão de pobrezas: alma campestre sórdida do camponês de Santa Comba, que apenas se alargou na pequenez pela educação no seminário, por todo o inumanismo  sórdido de Coimbra, pela especialização rígida e pesada do seu destino desejado de professor de finanças. É um materialista católico (e há muito assim), um ateu nato que respeita a virgem. […]

Em Salazar, há sempre materialismo, há sempre o pequeno contabilista. Não podemos sonhar porque o sonho não é remunerável.

Tudo esta evolução ocorre em apenas 7 anos e pensarmos que Salazar sobreviveu no poder ainda mais 33 anos ao poeta e filósofo é assustador. E pensarmos que o regime ainda durou mais 6 anos após a saída do seu criador…

Podemos entender que a seguir à catastrófica e anárquica primeira República, houvesse forte predisposição a aceitar quem viesse pôr ordem na casa.  Agora que isso tenha continuado tanto tempo, quando já em 1935 era claro a todos que quisessem ver ao que o homem vinha, assusta-me. Porque, obviamente, não basta diabolizar Salazar. Se o regime tanto aguentou foi por ele e não só.

Hoje, quando vemos as trapalhices em que a nossa governação se afunda, sem parecer ter capacidade de se auto regenerar…

 

19 janeiro 2022

Discursos de miss mundo


Há bastantes. Não necessariamente quanto ao desejo de haver paz no mundo; esse é antigo e algo gasto, mas muitos sobre a transição energética. É um desejo bonito e fica bem em todos os programas eleitorais pedir o fim da produção de energia elétrica geradora de CO2. Obviamente que também é bonito haver rios livres sem barragens, montes limpos de eólicas e por aí fora. O nuclear também não devia estar bem, mas a Europa decretou recentemente que podia ser usada na transição para a transição. A França, atrapalhada por várias manutenções no seu parque nuclear, mantém o carvão. Nós por cá já fechamos as duas últimas que restavam.

Há também muitos discursos sobre a importância de a paisagem continuar bonita, exatamente como nos tempos pobres e tristes em que não havia eletricidade nas aldeias nem atividade económica no interior, para lá da dura subsistência. Tudo o que seja uma utilização economicamente racional e sustentável da terra é logo um abuso intensivo a limitar. Seja oliveiras, eucaliptos, pinheiros, abacates, morangos ou mirtilos. Aparentemente apenas o trigo do Alentejo e o milho no Norte são aceitáveis aos olhos dos citadinos que gostam de disfrutar da paisagem ao fim de semana.

Acho curiosas estas visões de futuro apenas compatíveis com o passado dos romances neorrealistas, independentemente da qualidade literária dos mesmos. Não, não defendo um vale tudo, mas um pouco de realismo nunca fica mal.

15 janeiro 2022

Muito mais é o que os une…?


“Fechem os olhos e ponham lá a cruzinha”. Consta que esta terá sido a expressão usada por Álvaro Cunhal para instruir aos seus camaradas o voto útil em Soares na segunda volta das Presidenciais de 1986. Certo que os comunistas preferiam este último a Freitas do Amaral e quem nunca votou contrariado num mal menor, que atire a primeira pedra. Foi um sapo que tiveram que engolir e não se viu Soares e Cunhal de mãos dadas em devaneios românticos de um “muito mais é o que nos une do que aquilo que nos separa”: - Olhe que não, olhe que não…!

Compreende-se que o PC e o BE tenham preferido recentemente um governo do PS a um do PSD. O que não se entende é o sapo ser apresentado transfigurado em delicioso leitão. O modelo de sociedade historicamente defendido pelo PS não tem nada em comum com o dos regimes comunistas totalitários cujas aplicações ao longo de um século apenas provocaram decadência e ruínas de várias naturezas. Apresentar esses projetos e o PS irmanados num manto de uma esquerda virtuosa é um embuste, ou então o PS mudou muito e com ele não vamos longe.

Não sabemos o que sairá das próximas eleições. Esperemos não acabar em novo casamento ambíguo com dote excessivamente elevado. Para lá da improvável repetição de algo na escala dos 3200 milhões da nacionalização da TAP, o atraso e o marcar passo do país com cedências a conceções económicas e sociais que já demonstraram cabalmente a sua falência tem um custo muito alto.

08 janeiro 2022

Carta a um eleitor desiludido


 Sim, é natural haver por aí muitos eleitores desiludidos, desencantados e mesmo revoltados com a falta de competência, rigor e de honestidade de quem tem assumido a responsabilidade de nos representar e dirigir este belo jardim à beira-mar plantado.

Sim, não deve faltar quem não tenha mais paciência para ouvir discursos excitados sobre virtudes e máculas, da direita e da esquerda, do centralismo e de regionalismo, de todos os ismos e doutrinas e de tantas causas menores que são detalhes no meio dos sérios problemas que tantos encaram no dia a dia. A saturação e a frustração têm por consequência a vontade de mudar, de correr riscos e aceitar experiências.

Sim, mudar sim, mas se as atitudes radicais podem dar belas dissertações, nunca deram boas governações.

06 janeiro 2022

Não, a Europa não é uma página em branco


O cartaz acima representado, patrocinado pela União Europeia, Conselho Europeu, vem defender e valorizar o uso do véu islâmico, em nome do respeito pela diversidade e invocando a liberdade. Gerou polémica suficiente para a campanha ser suspensa.

De facto, se poderá haver quem o use por gosto, muitas o usarão por pressão social e/ou para não serem assediadas e dificilmente se pode associar este monástico esconder o cabelo e a beleza que o mesmo transmite a… beleza.

A Europa tem tradição, parcialmente justificada, de ser terra de acolhimento. Depois há aquele trauma cristão do “mea culpa”, curiosamente até mais assumido pela esquerda, segundo o qual os pecados do nosso passado e os males feitos por esse mundo fora, devem ser expiados recebendo e ajudando todos os pobres do mundo.

Quem achar que deve haver limites para o que pode chegar e mudar é imediatamente desclassificado e carimbado como xenófobo. A Europa não é uma folha de papel em branco onde tudo pode ser escrito, nem uma Torre de Babel multicultural. Tem a sua cultura e o seu quadro social, no qual os europeus se reconhecem. O véu islâmico e os princípios que impõem a sua utilização não estão conforme com os princípios sociais em que a Europa foi construída e teve sucesso, nomeadamente com o papel da mulher na mesma.

Que uma instituição europeia venha promover e valorizar isto, sobe a capa da tolerância, demonstra até que ponto os poderes em vigor estão divorciados dos sentimentos da população. Na campanha presidencial francesa, assiste-se a uma subida fulgurante de Eric Zemmour e simplesmente apontar a componente xenófoba do que ele diz ou uma vez disse é insuficiente para o desacreditar face aos eleitores chocados com a desfiguração do seu país. Pelo contrário…

03 janeiro 2022

As reparações históricas


Poucos são os crimes que jamais prescrevem. Entende-se que ao fim de algum tempo, é desnecessário, impossível ou inconveniente instaurar um processo ou aplicar uma pena. Para um acontecimento com vários séculos já decorridos pareceria obvio não ser possível nem razoável tentar ajustar contas. Vamos reclamar à França os estragos das invasões napoleónicas, vem o Brasil pedir-nos contas pelo ouro que de lá saiu (embalar e despachar Mafra em contentores daria um excelente romance!)? Pode o mundo inteiro listar todos os saques e invasões sofridas e pedir compensação a quem entender? Obviamente que não faz sentido, até porque as entidades envolvidas muitas vezes já não existem ou pelo menos serão hoje muito diferentes do que eram na altura do “crime”?

De uns tempos para cá, no entanto, passou a estar na moda a reivindicação das reparações históricas, como se para algo efetivamente isso servisse…

Dentro desse espírito, Portugal e Espanha decidiram compensar os descendentes dos judeus expulsos no século XV da Península Ibérica e nada mais do que com a nacionalidade plena. Sendo consensual que esse episódio não constitui motivo de orgulho, também é verdade que estabelecer a ligação de alguém hoje com um antepassado partido há cinco séculos e respetivo prejuízo é tudo menos óbvio.

Este gesto simpático, e por muita simpatia que possamos ter pela causa, peca infelizmente por excesso de generosidade e carência de rigor. A vergonhosa naturalização relâmpago de alguém de perfil tão duvidoso como Roman Abramovich prova que algo está mal no processo em particular. Quanto ao princípio em geral…

01 janeiro 2022

Novo ano


Porque é que marcamos um novo ano, cada ano? Face à linearidade do tempo, necessitamos de marcar ciclos, fazer balanços e projetar objetivos? Talvez.

Um momento de nos miramos num espelho, imperfeito, e avançarmos em direção à luz? Mesmo com passos são frágeis e o terreno não muito claro.

Entre refletir, considerar e valorizar, avançar.

É só mais um ano, mas sendo apenas um, é suficientemente grande. Deixando os balanços, venham os objetivos.

Bom Ano 2022

24 dezembro 2021

Natal Torga


Apesar de poder não o parecer à primeira vista, eu acho que Natal rima muito com Torga:

Natal.

E, só pelo facto de o ser, o mundo parece outro. Auroreal e mágico. O homem necessita cada vez mais destas datas sagradas. Para reencontrar a santidade da vida, deixar vir à tona impulsos religiosos profundos, comer e beber ritualmente, dar e receber presentes, sentir que tem família e amigos, e se ver transfigurado nas ruas por onde habitualmente caminha rasteiro. São dias em que estamos em graça, contentes de corpo e lavados de alma, ricos de todos os dons que podem advir de uma comunhão íntima e simultânea com as forças benéficas da terra e do céu. Dons capazes de fazer nascer num estábulo, miraculosamente, sem pai carnal, um Deus de amor e perdão, contra os mais pertinentes argumentos da razão.

Miguel Torga, in Diário (1985)

Natividade 

Nascer e renascer...
Ser homem quantas vezes for preciso.
E em todas colher,
No paraíso,
A maça proibida.
E comê-la a saber
Que o castigo é perder
A inocência da vida.
Nascer e renascer...
Renovar sem descanso a condição.
Mas sem deixar de ser
O mesmo Adão
Impenitentemente natural,
Possuído da íntima certeza
De que não há pecado original
Que não seja o sinal doutra pureza.

Miguel Torga in Diário XIII




 

23 dezembro 2021

Uma prenda de Natal

 

Anteontem todos os portugueses de Norte a Sul, desde os de berço aos mais séniores, com rendimentos de milhões ou pensão mínima, foram todos chamados a dar uma prenda de Natal de cerca de 310 euros a uma empresa estatizada chamada TAP.

De todos os argumentos apresentados sobre a importância estratégica da empresa para o país não há um único que os fatos e os números não desmontem. Será importante para quem quer voar de Lisboa em voos diretos e não se importa de pagar algo mais. Face aos 10,3 milhões de que contribuem, são muito poucos. 

Há empregos em causa, sim, mas mal estaríamos se fossemos estatizar e financiar com dinheiros públicos todas as empresas e setores em dificuldades.

Acrescente-se que os prejuízos da TAP não nascerem com o Covid. A empresa tem uma relação crónica com os apertos financeiros e só mesmo uma enorme fé no Pai Natal pode fazer alguns acreditar que este “investimento” terá retorno e que desta vez é que vai ser.

Dispensava-se esta prenda forçada, sobretudo pensando em tudo o que se poderia fazer em alternativa com estes 3,2 mil milhões de euros.

17 dezembro 2021

Cores de fogo

Ali, pela estrada entre Barcelos e o Prado, fazem-se alguns milagres com a terra e o fogo. De várias formas, cores e temáticas.

Dentro dos vários artistas oleiros que por aqueles lados abundam, apetece-me realçar Carlos Dias. Este não pinta, ou quase não pinta. As cores são dadas pelas diferentes terras cozidas a uma temperatura mais alta do que a do barro tradicional. Associado ao talento indiscutível das suas mãos, o resultado é surpreendente e dá vontade de trazer para casa tudo.  A sua coleção de mochos já vale a visita.

Há uns tempos tive o prazer de descobrir uma nova criação, a das mulheres minhotas, que vão à feira, que trabalham, que transportam o mais variado tipo de produtos da terra…. Terá sido a primeira compra de figuras dessa coleção. E certamente a primeira de muitas.




16 dezembro 2021

Ministros ao largo


Não sei se Manuel Pinho cometeu crimes ou não, não sei se a sua detenção é abusiva ou justificada. Nesta dimensão, e para essas respostas, não sei se a justiça está a ser justa ou se chegará a sê-lo, se por excesso ou por defeito.

Agora, há uma coisa que para mim é indiscutível e independente de acórdãos e recursos. Mesmo sem eventual crime existente ou provado, é inaceitável que um responsável pela coisa pública, especialmente ao nível de ministro, possua bens “ao largo”, em offshores. Com que fim, qual a necessidade?

A possível inocência penal de Manuel Pinho e atual presunção de inocência não branqueiam algo que é inadmissível num Estado que queremos sério e dirigido por gente insuspeita. O processo nos tribunais é um assunto em curso; a condenação clara e inequívoca da conduta política é uma exigência, indiscutível para este caso e outros análogos.

10 dezembro 2021

O gato


Chega sempre muito calmamente, como quem não quer a coisa, sendo óbvio que alguma coisa quer. Instala-se sem um ruído, apenas lhe sai por vezes uma respiração ruidosa dos anos que lhe pesam. E fica à espera, de uns restos que haja, ou que se arranjem.

Havendo ou arranjando-se, lá come tranquilamente no seu canto, sem nada nos dizer. Passado o tempo de efetivamente comer ou apenas esperar em vão, reparte tranquilamente, sem um som, sem um movimento mais brusco do que outro. Dignamente vai à sua vida até regressar na próxima refeição ou na próxima manhã, em busca de novas.

E regressará e esperará, às vezes exposto, outras vezes escondido. Ao detetar algo a cair na tijela, aproxima-se desconfiado, com os olhos controlando quem a enche e o nariz sondando o que lá estará. Cumprida a distância de segurança, avançará então resolutamente para trinchar e trincar o que se arranjou.

E repartirá e regressará, sem nada nos dizer. É um gato!

07 dezembro 2021

A liderança e a covardia

Pode o cidadão Eduardo Cabrita ser criminalmente inocente no famoso caso do atropelamento mortal do trabalhador na A6. Mas a um líder, e um ministro deve ser um líder exemplar, exige-se muito mais do que o básico cumprimento da lei. Entre outras coisas exige-se integridade e coragem. Obviamente que um simples passageiro de um táxi não é responsável por um atropelamento que o condutor provoque; agora se este for sistematicamente a infringir o código da estrada, já qualquer cidadão que o aperceba, mesmo sem ser o ministro que tutela a segurança rodoviária, tem obrigação de reagir.

Sabendo que é prática corrente as comitivas ministeriais viajarem a velocidades largamente acima dos limites legais, custa a crer que o mesmo não seja feito a solicitação ou, pelo menos, concordância tácita dos senhores ministros. Se for assim é uma enorme covardia Eduardo Cabrita resguardar-se no “não tenho nada a ver com isso”. A outra hipótese de serem os motoristas que por sua livre e espontânea vontade decidem conduzir à velocidade que lhes dá na gana e os senhores ministros não se apercebem/não reagem, há aqui gente a dormir na forma e dormir tanto e tantas vezes não é credível.

Obviamente que com lideranças a darem estes exemplos a viagem do país não segue por bons caminhos.

PS: Demorarmos quase 6 meses para conhecer a velocidade do veículo; quantos tempo mais será necessário para saber quantas pessoas iam no veículo? Vergonhoso e indigno.


29 novembro 2021

A Grande Guerra


Por um destes dias de novembro celebrou-se mais um aniversário do armistício da Grande Guerra de 1914-18. Para muitos tem como particularidade ter sido uma enorme barbaridade começada por um simples episódio nos Balcãs, em Sarajevo, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, e a guerra das trincheiras, da lama e dos gases.

Não tem/teve a projeção hollywoodesca da seguinte, com a barbárie do monstro nazi, do holocausto, nem dos bombardeamentos massivos de alvos civis, mas a I Guerra Mundial tem algo que arrepia.

O assassinato de Francisco Fernando acendeu o rastilho do barril de pólvora e que, se não fosse por aí, certamente por outro lado teria sido ateado, mas é arrepiante a desumanização do ser humano, a banalidade das baixas, que os seus incompetentes condutores demonstraram. Verdun, Somme, Ypres e outros são apenas nomes de locais em que uma tentativa de avançar algumas centenas de metros, significava milhares de mortos, por vezes num único dia e tantas vezes para nada.

Certo que a seguinte também teve movimentos desesperados muito pesados, com muitas baixas, mas penso que com bastante menos barbaridade em causa própria. A facilidade com que os estrategas da Grande Guerra repetiam sempre as mesmas manobras infrutíferas de tentar furar a linha da frente, tantas vezes com milhares de baixas diárias do próprio lado é arrepiante. Aliás o próprio conceito de “baixa” tem algo de curioso. É um número que deixou de estar disponível. Se morto, ferido por uns tempos ou estropiado para sempre, é irrelevante e equivalente, do ponto de vista da “estratégia”.

Os tanques e os aviões mudaram muito e mais do que isso mudou o mundo. Acho que hoje, pelo menos na Europa, não se aceitariam 4 anos deste tipo de ofensivas e chacinas. Evoluímos… ainda bem!