12 julho 2005

Notas de viagem – Paris e Marrocos, 28 a 30 Junho

Paris by GPS - Eu tinha uma ideia do acesso ao hotel mas algumas dúvidas sobre o percurso depois da saída da auto-estrada. O taxista, que até nem era português, resolveu usar o GPS. Logo de entrada, o esparguete de vias mostrado no monitor, não prenunciava nada de bom. Seleccionou o caminho mais curto por estrada nacional, semáforos, rotundas e zonas residenciais com lombas redutoras de velocidade. Ainda tentei sugerir a auto-estrada mas o homem estava inamovível. No fim descontou-me 70 cents do preço marcado no taxímetro. Em compensação mostrei-lhe como apanhar a auto-estrada em 300 metros.

Paris, esplanada refrigerada - Há sempre alguma inovação. Ventoinha na esplanada que asperge água, difundida à frente das pás. Mais uma vez os táxis de 2 rodas. Curiosamente com condutora feminina.... ai ai! Pode ser muito bom, cuidadosa, ou muito mau, azelha. Meio-termo é difícil.

Cité, centro do centro - Parque de estacionamento do Tribunal de Comércio. No lado direito 2 Jaguares; no lado esquerdo 3 sem-abrigo com a instalação dos seus colchões e demais trastes. Calor insuportável. Pior só mesmo pagar 3,60 Eur por 25 cl de água Vittel numa esplanada. Se não é recorde, está perto.

Casablanca by old táxi - Táxi do aeroporto para o hotel. Foi um grande carro há 30 anos atrás. Mercedes 220 D muito, demasiado, esforçado. A 2 km de hotel pára com sobreaquecimento. Debaixo da tampa do motor já tem um recipiente com água. Lá deita umas gotas no radiador fumegante. A porta do condutor não abre por fora para o homem reentrar. Pancada para descer o vidro e já está, abre por dentro. Está tudo controlado. Avançamos com o ponteiro no máximo e umas valentes aceleradelas nos semáforos. Chegamos. Um transeunte pede boleia ao táxi para o centro mas não tem sorte. Pelos vistos é normal os táxis em serviço darem boleia.

Sqala, porto de Casablanca - Restaurante no antigo forte restaurado pelo sultão após a reconquista aos Portugueses. As guaritas eram-me familiares.

Kenitra - Passagem rápida. Não deu para avaliar quantas das dezenas de cegonhas que aí estavam em Janeiro já terão regressado, nem quantos dos milhares de patos e afins ainda estarão na enorme lagoa de água de doce junto à costa.

Mexilhões descascados - São marés-vivas e os rochedos mostram os seus mexilhões. Na estrada entre Moahemedia e Casablanca estão na berma à venda, à temperatura ambiente, ao pó e ao Sol e já descascados. Só para corajosos de último grau.

Antiga Mazagão – Agora El Jadida, muito agradável. Aposto que daqui a 10 anos, os implantes turísticos terão crescido como peste de cogumelos. Há um quarteirão português ainda com “ruas...” mas não deu para ver. A visita ficou pela zona industrial e por um restaurante em frente à esplanada da praia.

Pequena aventura aeronáutica - Regresso por Lisboa num dos famosos Beechcraft da Regional Airlines. 19 lugares todos corredor e janela em simultâneo. Aspecto geral do avião mal cuidado, falhas de pintura, manchas de óleo, etc. WC’s nauseabundos e decrépitos. Logo à saída de Casablanca não havia água para lavar as mãos. Para se proteger do Sol, o comandante coloca dois folhetos das instruções de segurança (?!) na janela à sua frente e à sua esquerda, tapando-lhe completamente a visão. Colocou-os pouco depois de sair de Casablanca e retirou-os algures na Costa da Caparica, já depois de passarmos o cabo Espichel.
Ao esperar pela entrega da bagagem à chegada vi uns remendos de borracha no bordo das asas, com as pontas descoladas. A hélice girava, empurrada pelo vento ao lado das nossas cabeças!

Tudo isto na mesma semana em que soube da realização do “Whisky, Romeo, Zulu”, um filme sobre o acidente com o avião da Lapa em Buenos Aires em 1999 em que morreram 70 pessoas. Uma companhia privada de um país pouco regulamentado, na prática, e com vários desrespeitos pelas normas de segurança à mistura.

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