A liberdade é um verbo frio. Uma jornada sem mapa, sem sol, sem bússola, que soa como um mar sem ondas que nunca se consegue rasgar duas vezes igual.
Por isso nos prendemos a ideias, dogmas, histórias e queremos acreditar em coisas sem cuidar. E nos prendemos a hábitos e costumes para aquecer o nosso lugar e o frio do imprevisto cortar, como se o futuro pudéssemos balizar.
E nos enraizamos a um canto, um país, que adoptamos, dizendo lhe pertencer. Como se fizesse sentido, no sítio onde nascer, morrer. E queremos crer que não estamos cá por acaso. E desenhamos deuses, que depois de mortos nos prendam.
E por vezes dizemos amar quando a solidão é pesada de carregar, como quem quer não se conseguir soltar. E há vezes e há dias, em que atingimos a liberdade de chorar. Não é lógica esta postura. E procuramos uma amarra que possa prender o mar.
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