23 julho 2005

Estrondosa Guerra dos Mundos

Este filme é um estrondo. Efeitos especiais estrondosos! Infelizmente, no final, pouco mais nos fica na memória do que os estrondos.

Aspectos técnicos. Na altura em que o romance original foi escrito, talvez a substituição da bobina de ignição fosse suficiente para pôr um automóvel a andar depois da intensa radiação. Hoje não é assim, muito longe mesmo. Quem já ficou parado na estrada com um misterioso “Bip” sabe disso. Teria sido mais engraçado ter posto o automóvel dentro de um galinheiro que servisse de gaiola de Faraday. Até poderia dar um efeito especial estrondoso com a visualização do desvio das linhas de campo. A mesma dúvida para a coerência da presença da máquina de filmar electrónica, estranhamente sobrevivente.

Enredo de suporte. Pobre e “déjà vu”. Não restam dúvidas de que o divórcio é para eles sinónimo de vida caótica e para elas, após segundo casamento, garantia de progressão social fulgurante.

Desenvolvimento. Superficial. Personagens estáticas, caracterizadas em poucos minutos e sempre iguais até ao fim. Profundidade nula. Histórias paralelas ou cruzadas inexistentes.

Para a memória. Só a frase do condutor de ambulâncias que diz que os sinistrados sobreviventes são os que mantêm os olhos abertos a caminho dos hospital. Infelizmente, para ele, a coisa correu mal quando se recusou a ficar quieto.

Anedota final. O soldado que sumariamente espreita para o bicho moribundo e que, com profunda sabedoria, garante que já não há perigo. Um verdadeiro e iluminado herói.

1 comentário:

Titá disse...

Obrigada por partilhares a tua critica sobre este filme. Já tinha algumas reservas em vê-lo. Decidi não ver.