Às segundas-feiras costumo ter a parte de trás do carro suja. Umas pegadas de areia no chão, um papel de uma barra de chocolate, um papel rabiscado, um ticket de um livro comprado na Fnac, um celofane de um CD, um pacote de açúcar comido à socapa, umas pedras apanhadas para a colecção, ou até, quem sabe, uma pena de gaivota apanhada na praia. Todo este lixo é lá deixado por dois pequenos ocupantes.
Às segundas-feiras eu fico a olhar para esse lixo e não tenho coragem de o limpar. Como se, mantendo o lixo, o carro se mantivesse menos vazio. Quando volto a ver o carro limpo, senti ter perdido algo.
Às segundas-feiras quem entra no meu carro fica surpreendido com a anarquia reinante na parte de trás. E eu não explico.
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