27 julho 2005

Física nas férias


Depois da Filosofia de férias , chegou a vez da física. “A Aventura da Física – A demanda da unidade” de Éthienne Klein e Marc Lachièze-Rey. Comparar a evolução da física, e das ciências em geral, com a da filosofia, na busca de um entendimento global e uno para o que nos rodeia, é assaz diferente.

Consegue encontrar-se alguma sobreposição na fase inicial (?) dos gregos clássicos, nomeadamente Sócrates e Aristóteles. A partir do momento em que a ciência abandona a especulação pura para se basear no rigor da observação e no método científico, ela dispara. Passa a existir efectivamente evolução em que tese mais antítese, dão síntese, que vai receber nova antítese... e por aí fora num processo sólido e construtivo de conhecimento.

A filosofia mantém-se sempre no seu estilo revolucionário. Revolucionário no sentido geométrico da palavra, equivalente a rotação. Rodando, mudando a direcção para onde olha, mudando o lado exposto a um observador externo estático... mas revolução completa é rodar 360º e voltar à posição inicial.

É surpreendente para mim como, na física, a simples busca de simetrias e a utilização de ferramentas matemáticas, permite atingir conclusões complexas que, por vezes, só muito mais tarde a experiência consegue evidenciar.

Fascinantes são conceitos como a quantificação, valores preferenciais mais prováveis do que outros, evoluindo com saltos e não continuamente; a relatividade e outras coisas mais da física quântica que não se podem enunciar assim só de passagem.

No topo, no topo, coloco o princípio da incerteza de Heinsenberg que demonstra matematicamente que não podemos saber tudo. Que quando queremos saber com muita precisão uma coisa, por exemplo a posição, alteramos outra, a energia.

Para concluir, cito um filósofo, em pele de engenheiro:

“O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo. O que há é pouca gente para dar por isso.”

Álvaro de Campos

1 comentário:

Anónimo disse...

OLá
O nosso obrigado pela divulgação -(que seja para continuares)...

Esperamos que Heinsenberg ou até mesmo Pessoa nao seja um fetiche!
Na verdade, e nao querendo ser pretencioso, diria que agora não percebi a tua ideia, ou seja, falas do concreto e vais até à e.volução e ao desenvolvimento intelectual, mas também não vejo o teu verdadeiro/real ponto de vista...
mas tentado compreender penso que cheguei a uma conclusão;
que é: 1- sim, consegue.se encontrar a tal sobreposição nos pos-socraticos, é claro que não te podes "desligar" de toda a filosofia que era até então "praticada" nas ruas de atenas (e nao só claro!! :))
a filosofia é simples, simples demais para o Homem, basta sim, retirar todo o preconceito até agora criado -(talvez por culpa dos proprios filosofos e pensadores), como sabes, os filosofos acompanham o pensamento actual, tal como a fisica e a matemática...
-mesmo assim, acho que ainda não respondi a nada (tb nao é para responder) ... interessante é mesmo o teu interesse por este deambular de ideias e evoluções que parecem nao conseguir acompanhar a totalidade da humanidade, mas enfim... nao te preocupes, isto porque o verdadeiro problema metafisico, é não a evolução, mas sim o caminho dessa evolução, ou seja; tu sabes que tas a evoluir que todas as ciencias que em tempos faziam parte do mesmo "bolo" chamado filosofia e com os tempos vs evolução se foram fragmentando e dando origem a novas areas/ciencias/artes estao em constante evolução, isso tu sabes mas nao sabes é onde é que vai parar e se vai parar é claro...
acho que me fiz entender...
vai dando noticias (o sexto empirico é um nucleo "colectivo" mas que fala sempre no singular -isto sim é um fetiche :))

é caso para dizer que a simplicidade é a nossa maior inimiga nao achas?

abraços e obrigado

S-E