10 junho 2005

Notas de viagem – 2 a 10 de Junho de 2005

Paris no rescaldo do referendoTambém que ideia foi esta de pedir um “sim” a um povo que, mesmo quando acha que está bem, prefere responder pela negativa dizendo “Não está mal”. Se houvesse eleições agora? Não é claro o resultado. Talvez Le Pen, se fosse uns 20 anos mais novo... Mau, Mau! Falta de seriedade dos políticos, défice de representatividade dos partidos “normais”, dificuldades de conjuntura e eleitorado mimalho vai, um destes dias, ter um fim triste. E não só em França. Veja-se o Vlaams Blok na Flandres.

Inovação em Paris – Táxi de luxo de duas rodas. Grandes motos para transporte de pessoas rapidamente em ziguezague pelo meio do trânsito. Se os condutores forem do tipo taxista que sabemos, será emoção ao nível de montanha russa.

Sindelfingen – Junto à principal fábrica da Mercedes, a sul de Estugarda, entra na estrada um novíssimo classe B. Depois de desacelerar, ao retomar o esforço, lança belas nuvens de fumo branco. Realmente, os Mercedes já não são o que eram...

Danúbio frio – Às 8 da manhã, 5 graus, em Junho, na zona em que o Danúbio é um riacho. Este rio que consegue filar milhares e milhares de quilómetros para leste, fugindo sempre, sempre, ao Mediterrâneo.

Lago de Constança – Vinhas nas margens. Deveria arranjar-se outro nome para o produto destas videiras. Chamar-lhe vinho, confunde. Um dirigível sobre o lago em Friedrischafen. Evocando o local do conde Zepplin e de um dos maiores engenheiros do século XX: Dornier. Que fez desde dirigíveis a foguetões.

Empresário de 70 anos Os políticos actuais não têm curriculum nem experiência profissional séria. “Nascem” e fazem carreira dentro do aparelho dos partidos. Não temos petróleo nem riqueza de outras matérias-primas. A nossa principal fonte de riqueza tem que estar na massa cinzenta. O sistema de ensino actual, pouco exigente, está comprometer a nossa riqueza futura. No passado, quando um aluno tinha uma má nota/comportamento era responsabilizado; agora vão os pais à escola responsabilizar os professores. Curiosamente, ou não, falava da Alemanha.

Jantar em Hamburgo na margem do Alster Os ministros são mal pagos para a função e a responsabilidade que têm. “Safam-se” com outros esquemas. É difícil motivar um bom profissional unicamente com o vencimento oficial. Em contrapartida os deputados são demasiado numerosos, deveriam ser reduzidos para metade, e a maior parte ganha demais para o que faz. Especialmente a segunda metade que lá está a mais. Curiosamente, o meu interlocutor falava da situação na Alemanha.

Rebanhos nos aeroportos – Chegou a estação em que moles de turistas vagueiam apreciando lentamente as belezas que os aeroportos têm para mostrar. Que se plantam relaxadamente, a monte, em frente aos balcões de registo em amena cavaqueira como se estivessem a sair da missa. E fica-se com cara de parvo sem saber se nos devemos pôr atrás deles sem saber bem para quê ou se devemos perguntar um a um o que estão ali a fazer e se não se importam de se organizarem um pouquinho...

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