Parece que, desta vez, os 6,83 por cento tiveram o mérito de sensibilizar toda a gente para a gravidade e a insustentabiliade de se gastar mais do que se ganha.
É, no entanto, mau que se discuta o problema atirando a bola para o parceiro do lado e esperando que não toquem no nosso queijo. Mais caricato é ver um monte de ex-ministros das Finanças a opinarem muito sabiamente sobre o problema e sugerindo soluções como se não tivessem sido eles também protagonistas de primeira linha.
O problema somos nós todos no que desperdiçamos e no que vemos desperdiçar passivamente. A solução passa por sermos todos e cada um activos e contribuintes líquidos para a riqueza do país. Passa por sermos críticos e exigentes face à delapidação da mesma que vemos acontecer a cada passo junto de nós. Passa por sermos intolerantes face a incompetentes emproados e vaidosos parasitas. Nas pequenas e nas grandes coisas, com o ministro e com o presidente da câmara, mas também com o amigo e com o vizinho.
A questão de fundo está na atitude. O défice somos nós.
P.S. - Esta nomeação de Fernando Gomes para a Galp também parece ser algo deficitária... E quantos "Fernando Gomes" haverá por aí menos famosos? Alguém me explica o que há de verdade no famoso livro de Rui Mateus sobre o financiamento do PS? Quando se atacará de frente a teia tenebrosa e cancro da democracia que é o actual esquema de financiamento dos partidos políticos?
Carta ao Director do Jornal Público, publicada em 04.06.2005
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