19 junho 2005

As janelas do nosso futuro II

(continuação....)

Esta imagem aplica-se ao sistema de ensino em que o cumprimento dos objectivos é conseguido ajustando a referência para baixo e em que desde o básico ao superior há uma propagação da redução do nível de exigência de baixo para cima e uma desresponsabilização cima para baixo.

Não está em questão se é importante que hoje na Universidade se desconheçam algumas coisas que antes se aprendiam na Primária. O que é dramático é que todos os intervenientes pareçam unicamente motivados para que se cumpra uma fasquia que é cada vez mais baixa e que, consequentemente, mantém o nome mas vale cada vez menos.

Este valer menos é as pessoas saírem do ensino sem formação para cumprirem as funções que potencialmente lhes são destinadas. Que até passados alguns anos possam ser chamadas a tentar ensinar o que não conseguiram aprender. Felizmente que é possível nessa altura não ser muito exigente. Mesmo o domínio da Língua Portuguesa não é indispensável!

O que está em causa é a nossa riqueza futura. E a riqueza primária, aquela que reside no conhecimento e na capacidade intelectual e também na disciplina dos hábitos de trabalho, no rigor, na persistência, no compromisso com os objectivos e na recusa do “facilitismo”.

A continuarmos assim, mais vale nem colocar janelas. Deixar um buraco é mais honesto e menos perigoso. A solução não reside exclusivamente no ensino. Depende de todos os intervenientes, inclusive dos pais e do que eles entendem por “sucesso” dos filhos na escola. Agora enterrar a cabeça na areia é que não é aceitável face ao que está em jogo.

1 comentário:

Anónimo disse...

uma famosa professora de algebra dizia que hoje em dia qualquer pessoa vai para a universidade, é duro mas é verdade e podemos alargar para qualquer pessoa é professora, médica, secretária, jornalista porque não ministro, presidente da câmara e até blogger??? pois o objectivo continua a ser montar o maior número de janelas: é muito mais fácil, barato e dá mais dinheiro. heranças do pogresso insustentado.