28 setembro 2016

PS, PS, onde estás tu PS…?

Já existe um imposto sobre o património imobiliário, chama-se IMI e pode-se questionar se as avaliações estão corretas, as taxas são justas ou se os beneficiários são os adequados. No entanto, um imposto sobre um património, que eventualmente nem gera rendimento é delicado. É como eu ter um jardim e todos os anos me viram retirar uns metros quadrados do mesmo.

Não posso, por isso, concordar com a ideia de ser justo ir buscar dinheiro a quem o tem. Praticamente todas as formas de acumular dinheiro já têm um imposto em cima do rendimento original. Há demasiada evasão fiscal? Se sim, ataque-se o problema na fonte e não cegamente nos resultados. O simples facto de se ter dinheiro pode resultar de muito trabalho, de muito empenho, de ter assumido grandes riscos ou de ter ganho o totoloto.

O que me preocupa fundamentalmente no entusiasmo e excitação de uma certa esquerda em torno deste direito de saque, é a visão de que riqueza será sempre um pecado a merecer castigo. Esquecem-se que para comermos e vivermos é necessário atividade económica, na agricultura, na indústria e nos serviços e que sem “riqueza” nalgum sítio não há investimentos, não há máquinas para dar trabalho, nem desenvolvimento de conhecimento sequer.

É importante os partidos da esquerda esclarecerem qual o modelo económico que defendem e pelo qual lutam. Se se trata de um baseado na livre iniciativa, de regras bem definidas e garantindo justiça social ou uma solução estatizada até não poder mais e onde é pecado ser rico. Em paralelo, por curiosidade, para os defensores da segunda alternativa, apontem um exemplo (basta um) em que este cenário conduziu a uma situação de liberdade, dignidade e qualidade de vida para as respetivas populações.

PS, PS, onde estás tu PS…?

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