06 setembro 2016

Proibir o quê e para quê?

De acordo com os princípios europeus de liberdade e diversidade cultural não deveria ser proibida a utilização do burkini nas praias. Há quem assim pense, como também há quem entenda que para salvaguardar esses mesmos princípios europeus de liberdade e de diversidade cultural é necessário travar este programa reivindicativo de algumas organizações muçulmanas.

É de realçar que alguns dos que hoje reivindicam a liberdade de usar o burkini, são os mesmíssimos que amanhã se (quando?) puderem irão exigir a proibição do biquíni. Não tenho a mínima dúvida de que logo que acharem existirem condições, irão pedir o “direito” a haver praias exclusivas para burkini. As mulheres que quiserem usar outra coisa, “indecente”, farão o favor de se deslocarem para outras paragens.

A noção de que “é preciso travar” já não é uma bandeira fantasma da extrema-direita. É uma convicção cada vez mais alargada, dada a forma constante, paulatina e firme como essas organizações nunca estão satisfeitas e pedem sempre mais um degrau. Dado que o Islão se autodefine como a “religião superior” e “o modelo de sociedade ideal”, não os vejo com vontade de parar antes de obterem uma efetiva hegemonia, sendo de recordar que vivermos num regime democrático.

Ironicamente, é como se a liberdade, a democracia e o espirito de tolerância europeus, não perfeitos mas largamente acima do existente na generalidade dos países muçulmanos, fossem utilizados como um meio para … tornar a nossa sociedade mais fechada e menos tolerante. Como travar, não sei…

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