15 setembro 2016

Ainda Setembro, antes e depois


Setembro é um mês especial. Vejo o virar do ciclo anual muito mais neste mês do que naquele Dezembro, quando pouco muda.

Em Setembro acontecem coisas significativas. São as colheitas, o começo das aulas e o fim do verão e do querido mês de Agosto. Não aprecio grandemente o calor intenso e a exposição solar per si, mas há algo de catártico naquele peso quente, especialmente quando se atravessa, sem horas, o silêncio perfumado do interior seco.

O começo das aulas. Uma cançãozita antiga falava “dos estudantes que sonham terem terminado os estudos e dos professores que sonham recomeçá-los”. Hoje haverá talvez professores que apenas desejam que os alunos sejam como eram há 20 anos.

Há 30 anos, mais coisa menos coisa, fui selecionado para uma entrevista para “assistente convidado” na Feup e, reconsiderando a candidatura, disse que não. “Engenheiro” é fazer coisas e de salas de aulas já tinha acumulados 17 anos. Para lá de todas as tensões, dúvidas e inquietações, (re)começar as aulas é uma forma forte de acreditar. Haverá algum local com mais quantidade de esperanças e expetativas juntas do que numa escola num primeiro dia de aulas?

A temperatura vai descer, a luz do dia vai encurtar, especialmente depois daquela machadada brutal da mudança da hora. Haverá coisas que não se poderão fazer mais, até ao próximo ciclo. Porque, novo ciclo, haverá sempre, pelo menos enquanto eu por cá estiver.

Sem comentários: