Surpreendeu-me o resultado do estudo do professor da FEP, Óscar Afonso, sobre a economia não registada (paralela), quantificada a 26,81% do PIB.
Mais curioso fiquei ao ouvir declarar terem sido usadas “metodologias científicas, testadas, validadas, certificadas e a primeira versão do índice foi submetida à publicação de um artigo numa revista científica internacional e foi aceite”.
A quantificação da macroeconomia é algo que me intriga e arrisquei tentar ler e entender o trabalho académico… que, até invoca dois métodos! Um diz simplesmente que a economia não registada é a soma de várias parcelas, indicador x ponderação, tão simples quanto isso. De acordo, mas… estarão lá todos os indicadores relevantes, sem omissões nem redundâncias, e qual a ponderação certa para cada um? Como arbitrar as ponderações, fruto de um contexto cultural, naturalmente evolutivo? Ainda, se, por exemplo, o “factor” “factura da sorte” não for incluído na série, pode concluir-se legitimamente que esta iniciativa teve efeito nulo!?
O outro método, monetário, pareceu-me inicialmente ter uma base menos arbitrária. Se eu levantar 100 euros no multibanco, gastar 80 euros a atestar o depósito e 20 num restaurante sem factura, há aqui 20% não registados – bingo! Mas, se com os meus 20 Euros, o dono do restaurante for ao mercado comprar batatas, o lavrador pagar com eles a quem lhe cavou a terra e este depois os entregar ao electricista, já são 4 transações de 20 Euros não registadas e não vejo forma de “ver” e medir quantas vezes isso ocorre …
As curvas obtidas serão provavelmente publicáveis em revistas internacionais, mas, pelo menos, o destaque mediático dado a estes 28,61% parece-me claramente inflacionado.
Mais curioso fiquei ao ouvir declarar terem sido usadas “metodologias científicas, testadas, validadas, certificadas e a primeira versão do índice foi submetida à publicação de um artigo numa revista científica internacional e foi aceite”.
A quantificação da macroeconomia é algo que me intriga e arrisquei tentar ler e entender o trabalho académico… que, até invoca dois métodos! Um diz simplesmente que a economia não registada é a soma de várias parcelas, indicador x ponderação, tão simples quanto isso. De acordo, mas… estarão lá todos os indicadores relevantes, sem omissões nem redundâncias, e qual a ponderação certa para cada um? Como arbitrar as ponderações, fruto de um contexto cultural, naturalmente evolutivo? Ainda, se, por exemplo, o “factor” “factura da sorte” não for incluído na série, pode concluir-se legitimamente que esta iniciativa teve efeito nulo!?
O outro método, monetário, pareceu-me inicialmente ter uma base menos arbitrária. Se eu levantar 100 euros no multibanco, gastar 80 euros a atestar o depósito e 20 num restaurante sem factura, há aqui 20% não registados – bingo! Mas, se com os meus 20 Euros, o dono do restaurante for ao mercado comprar batatas, o lavrador pagar com eles a quem lhe cavou a terra e este depois os entregar ao electricista, já são 4 transações de 20 Euros não registadas e não vejo forma de “ver” e medir quantas vezes isso ocorre …
As curvas obtidas serão provavelmente publicáveis em revistas internacionais, mas, pelo menos, o destaque mediático dado a estes 28,61% parece-me claramente inflacionado.
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