Ao caminhar à noite em zonas menos conhecidas, tenho por hábito não parar para olhar, nem prestar muita atenção às coisas. Não convém dar ares de turista curioso. Ao dobrar uma esquina, quase piso algo no chão… era uma pessoa. Bolas!
Outro dia, paro num semáforo, maldizendo o azar de estar a fazer aquele desvio e a perder tempo com isso. Vêm tentar vender lenços de papel, que rejeito automaticamente quase sem encarar. Era um miúdo, talvez de 10 anos, com roupas e mochila gasta, mas digno. Curiosamente lembra-me muito outro de idade idêntica, mas de sorte diferente. Aproxima-se de todos os carros com o pacote de lenços embrulhado num saco plástico. Faltava ainda dizer que chovia, e a chuva não lhe desfazia o penteado bem fixado. Ninguém compra e ele recua para percorrer nova leva de carros, no ciclo seguinte do semáforo. Passa de novo ao meu lado e lança-me um olhar triste e digno, até como se me lamentasse. Ficou cá dentro ferrado enquanto respiro fundo. Ainda espreito para as moedas soltas lá no cinzeiro, mas ele já vai longe e o semáforo abriu. Bolas para a desatenção!!
Outro dia, paro num semáforo, maldizendo o azar de estar a fazer aquele desvio e a perder tempo com isso. Vêm tentar vender lenços de papel, que rejeito automaticamente quase sem encarar. Era um miúdo, talvez de 10 anos, com roupas e mochila gasta, mas digno. Curiosamente lembra-me muito outro de idade idêntica, mas de sorte diferente. Aproxima-se de todos os carros com o pacote de lenços embrulhado num saco plástico. Faltava ainda dizer que chovia, e a chuva não lhe desfazia o penteado bem fixado. Ninguém compra e ele recua para percorrer nova leva de carros, no ciclo seguinte do semáforo. Passa de novo ao meu lado e lança-me um olhar triste e digno, até como se me lamentasse. Ficou cá dentro ferrado enquanto respiro fundo. Ainda espreito para as moedas soltas lá no cinzeiro, mas ele já vai longe e o semáforo abriu. Bolas para a desatenção!!
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