28 março 2010

Gama dinâmica



Uma das maiores limitações que encontro na fotografia é a limitação da gama dinâmica. Ou seja, quando há uma cena com muita amplitude de iluminação e que a sensibilidade do filme/sensor não consegue abranger há que optar. Ou uma parte fica preta, não registando luz nenhuma, ou outra parte fica branca “queimada”, para lá do limite de saturação.

A tecnologia tenta melhorar essa resposta, intrinsecamente por aumento da gama de resposta do sensor, e por “truques e manipulações”. Os “truques” passam por tirar várias fotografias, com níveis de exposição diferentes, que depois são combinadas conseguindo definição em toda a imagem. Começou por ser feito em software externo e agora há algumas máquinas que já o fazem internamente como as Alpha 5xx. À partida a ideia pareceu-me muito interessante. Achei curioso que numa análise crítica com origem em Inglaterra se questionasse o campo de aplicação. Como lá não há grande sol, poderá ser por isso...!

Em busca de uma compacta “satisfatória” peguei numa Fuji F200 EXR que para lá de outras inovações trazia integrada a tal extensão da gama dinâmica. Das fotos acima, a da direita beneficia dessa facilidade. Efectivamente o escuro é menos escuro, vê-se melhor o que está na sombra, mas não gostei. De repente lembrei-me de uma história que me contaram há muitos anos. Um coro gravava para a televisão. E tinha registos altos e baixo, conforme a composição pedia. Só que os técnicos “corrigiram” para se ouvir melhor. Subiram o volume para as partes baixas e cortaram as altas. E a máquina estava a fazer o mesmo: a trazer tudo para a média, destruindo contrastes. Devolvi-a.

E lembrei de outras situações em que artificialmente se apagam os escuros e se evita a luz forte, ficando simplesmente “plano” (in english flat). Cada qual tem a gama dinâmica que tem, com limites seguramente, mas é melhor ir ao limite, por penoso que seja, do que filtrar a sensibilidade.

25 março 2010

Compulsos (10)

Começou em

Bem-vindos! Bem-vindos a este círculo dos compulsivos. Todos temos pulsões e compulsões, apenas a sua natureza e ponderação muda. Se as misturarmos e distribuímos na boa medida, seremos todos normais.
Convenceram o moderador a não deixar entrar mais a mulher do traço nem o homem da imaginação. O argumento foi que se não fosse assim, sairiam todos. Aritmeticamente o organizador verificou ser aquele universo várias vezes superior à dupla singela e declarou-se favorável à democracia.

Tinham estacionado próximos de novo, por azar ou por busca de sorte, e lá vieram lentamente juntos a conversar até ao círculo. Entre as bocas e orelhas era um tema irrelevante e banal, mas do outro lado a mão imaginária dele agarrava a dela e ela sentia no corpo um calor daquele de quem abraça e é abraçado com força.

O moderador esperava-os à porta para explicar que devido à ausência da sessão anterior, tinham entrado duas novas pessoas e o círculo estava completo. Que lamentava muito mas o funcionamento do mesmo dependia do rigor no número de participantes e não podia abrir excepções. Ficava com o contacto deles para quando abrisse novo círculo, caso estivessem interessados, é claro, não deveria tardar muito, eles teriam prioridade absoluta obviamente e blá, blá, blá...

Surpresos mas não demasiado incomodados foram tomar um café ali ao lado. Apresentaram-se mutuamente o seu bilhete de identidade. Não o da altura, peso e impressões digitais. Simplesmente o das etapas que tinham vencido: das opções, das rupturas, das estradas arriscadas, dos erros e das dúvidas. Enfim, todos essas coisas pelas quais sabemos o que somos.

Mesmo com a proximidade não sentiam as orelhas vermelhas. Lá dentro no círculo não se falava doutras coisa senão deles. Do que nós nos livramos! E lá se homogeneizavam a passos largos. Até combinaram uma grande jantarada para o fim de semana seguinte.
Continua para

24 março 2010

Máfia em Portugal

Ontem num apontamento na Antena 1 chamado “Conselho Superior”, com Ana Gomes como convidada, discutia-se a presença em Portugal da Máfia Italiana, na sequência de um livro publicado em Itália que referia actividades da dita cuja por cá. Comentava-se o assunto como se fosse uma grande e preocupante novidade. Eu penso que essa dita cuja e as suas traficâncias são como as moscas e a matéria mal cheirosa em que elas gostam de pousar: estão em todo o lado!

No final Ana Gomes referia que essa implantação era tão forte que já não se limitava às actividades ilegais e tradicionais mas que passava já por fachadas legais de camuflagem e branqueamento de dinheiro. Até aqui nada de novo também. Só que ao enumerar as formas como se podia apresentar essa presença “normal”, referiu restaurantes, lojas, pequeno comércio em geral, empresas de serviços, etc, etc e no fim, como quem não quer a coisa, rematou com “grupos de média” ! Ora bem se restaurantes e afins há muitos, grupos de média já nem tanto. Será que aquilo lhe saiu por acaso na rajada ou quis insinuar algo de concreto??

23 março 2010

A origem do drama

Não sei se haverá proporcionalmente mais padres pedófilos do que na população em geral, mas se o problema nasce apenas nas “hormonas” e na “fraqueza da carne” a provocarem a quebra do voto de castidade, porque é que esse desvio não acontece com um parceiro natural, uma mulher adulta, em vez de rapazes menores, tão condenável e repugnante sob todos os pontos de vista? Simplesmente por estarem mais acessíveis e ser mais facilmente disfarçável ?

Das duas uma: ou a pedofilia é excepção minoritária e a quebra de castidade também ocorre frequentemente com mulheres adultas e nesse caso por simples projecção a proporção de padres não castos será enorme, ou efectivamente a pedofilia é predominante no desvio e, neste caso, coloca-se a questão do porquê dessa preferência. Ambas as situações são embaraçosas para a igreja católica e cabe-lhe fazer o respectivo trabalho de casa de investigação, sem enterrar a cabeça na areia.

A castidade imposta na juventude não representará, em muitos casos, unicamente a simples privação do outro sexo, abrindo derivas para escapes homossexuais, com sequelas para a vida adulta? Um tema também merecedor de investigação séria: quais as práticas reais nos seminários neste capítulo.

Com o espírito e a força de S. Francisco de Assis haverá muito poucos e a igreja não se dignifica exigindo comportamentos que estão para lá da resistência de tantos dos seus membros. E, de novo, das duas uma: ou a igreja mantém as regras e castiga exemplarmente os seus elementos “podres” ou muda as regras. Compreensão e condescendência, e aqui recordo a posição do bispo do Funchal a propósito do padre Frederico, irão corromper a instituição no seu todo.

21 março 2010

Compulsos (9)

Começou em

Bem-vindos! Bem-vindos a este círculo dos compulsivos. Todos temos pulsões e compulsões, apenas a sua natureza e ponderação muda. Se as misturarmos e distribuímos na boa medida, seremos todos normais.
Naquele dia ele não foi ao círculo. Não estava completo. Uma parte dele tinha ido agarrada na mão da mulher do traço quando esta saiu a correr e ele não tinha arrumação mental suficiente para discernir. Até tinha alguma dificuldade em imaginar, estranhamente. Talvez fosse o círculo que tivesse começado a surtir efeito, mas não era claro se estava melhor ou pior. Imaginava menos compulsivamente, mas também lhe faltava uma parte dele, qualquer coisa se teria extraviado.

Ela também não foi. Uma parte do corpo dela tinha ficado abraçada ao homem da imaginação e ele não sabia bem se o queria ver de novo. Duas coisas podiam acontecer: ou essa parte dela tresmalhada voltava a si, regressando à normalidade ou não e aí ela ficaria verdadeiramente perturbada e não lhe apetecia nada sentir-se assim perturbada em público. Porque seguramente toda a gente, menos ele, é certo, ouviria e entenderia a discussão surda entre ela e a sua fracção desgarrada. E ela não queria, não queria isso. Entretanto riscava menos. Sentia a mão diferente, quase acariciada.

Por isso, nesse dia toda a gente falou deles. Achavam que as suas compulsões não eram boas. Está certo que ali no meio existiam algumas pouco recomendáveis, mas eram claras. Explicavam-se em dois tempos ou não se explicavam e pronto! Agora, aqueles dois eram muito confusos. Sempre com considerações de quem não sabe onde está ou o que quer. Não é que seja obrigatório sabê-lo, só que quando não se sabe, cala-se e não se inventa.

No final todos se sentiram melhor consigo próprios. Tinham-se solidarizado e identificado entre eles. Agora sim, eram uma espécie de grupo e ganharam abertura para criarem laços de cumplicidade, interessaram-se genuinamente pelos outros prontos a receberem um bocadinho de cada uma das outras pulsões em troca das suas. Andava cada qual com a sua caderneta de cromos a trocar repetidos e como uma certa ansiedade, buscando terminar a colecção antes que lá entrasse a monstruosidade de um cromo disforme daqueles outros dois, que lhes arruinaria o equilíbrio.
Continua para

18 março 2010

Vergonha, para alguém ...

É notícia o elevado número de médicos do serviço de nacional de saúde a pedirem reforma antecipada e o impacto que isso terá nos cuidados a prestar. Há falta de médicos no mercado de trabalho! Já cá temos espanhóis e fala-se agora em trazer cubanos e uruguaios. Não tenho nada contra. Apenas não consigo deixar de pensar nos milhares de portugueses que se quiseram formar em Medicina e não puderam.

Evidentemente que o problema de fundo não tenho dois meses nem um ano. Todos aqueles que ao longo destes últimos 20 anos, activa ou passivamente, limitaram o acesso à profissão de médico, criando esses milhares de frustrados e a carência actual deveriam, logicamente, sentir : vergonha !

17 março 2010

Compulsos (8)

Começou em

Sem querer, ou por um acaso daqueles que acontecem quando se quer, saíram lado a lado. Falaram do sitio onde tinham deixado o carro, da dificuldade de estacionar ali e concluíram que até os tinham deixado próximos. Caminharam lentamente discutindo coisas banais. Essa era a conversa entre as bocas e os ouvidos. Entre os olhos e os corpos o diálogo era outro. Não seria bem diálogo, eram murmúrios surdos de barcos perdidos no nevoeiro.

Ele imaginava que a abraçava, tinha muita vontade disso e imaginava mesmo que isso acontecia. E se acontecesse? E como seria o pequeno-almoço do dia seguinte após umas horas? E o fim de semana ao fim de uns dias? E as férias depois de uns meses? .. e ? E deixaria ele de imaginar outras coisas mais, como, por exemplo, a Joana? Ou poderia imaginar umas coisas e viver outras? Pensava que não. Donde que: tudo menos pequeno-almoço!

Ela pensava ainda no João e como tinha sido tão claro. Quando saltara para ele sabia que iria ter o ano do leão e que a relação morreria antes da sua fúria afectiva expirar. De como na altura tinha dito “Que se lixe!”, quero viver isto nem que seja pouco, nem que seja uma vez, principalmente por poder ser só uma vez. Agora caminhava ao lado do triste, sentindo que ele não era nenhum felino, não corria esse risco nem esse prazer. Quando ele a olhou, com aquele olhar quente que abraça, o corpo dela aqueceu e de certa forma saiu do sítio para o enlaçar, contra a sua vontade. Inventou de repente um compromisso em atraso e saiu a correr. Ele parou, viu-a correr e de certa forma o seu corpo saiu dele e foi a correr ao lado dela, segurando-lhe a mão quente.
Continua para

15 março 2010

Novo plano fiscal

Fiquei a saber que vem aí um plano com a designação eufemista de “Plano de Estabilidade e Crescimento” e que significa que vou passar a pagar mais impostos. E eu até nem me importo de pagar impostos. O Estado tem obrigação de disponibilizar um conjunto de serviços e infra-estruturas e os meus impostos são necessários para isso. E, se é necessário pagar mais, eu pago.

Só estou em desacordo com duas coisas. Uma é eu pagar e outros não. Aqui penso que tem havido uma evolução positiva. Há quem se queixe da pressão da máquina fiscal mas eu não. Convém pagarem todos e não apenas os burros. A segunda coisa é a utilização do meu dinheiro. Quando serve para comprar sucata pelo preço do cobre ou vender cobre pelo preço de sucata, ou para gravatas catitas dos “boys” ou para o BMW do gestor de bem público que consegue sempre encontrar nos restos das suas obras os recursos para um nível de vida que não consegue explicar.

Até essas duas coisas ficarem moralizadas eu vou pagar os meus impostos a contragosto. Não, não vou nem posso deixar de pagar. Só gostaria que o Estado fizesse comigo um acordo do tipo: Tu pagas e nós gerimos bem. Será pedir demasiado?

E já agora, uma sugestão para o corte nas despesas: façam uma lista de todos os “Institutos” e “Agências” existentes, respectivas competências, sobreposições, custos e resultados. Talvez encontrem pistas interessantes.


Misunderstanding

Passei os olhos pelo “Plano Inclinado” no sábado passado em que se discutia este PEC. A uma dada altura a questão estava na simplicidade do documento e alguém realçava que ele estava classificando apenas como “memo” de “memorando”. Não sei por que carga de água acharam que aquilo era um estrangeirismo. Mário Crespo esticando o beicinho lá ironizava. Rodando as mãos e enchendo a boca com impecável pronúncia de grande “connaisseur” de inglês, recitava o que ele achava ser a designação completa original do termo: um “memorandum of understanding” ... “
Alguém poderá explicar ao senhor que memorandos são como os chapéus : há muitos. Um MOU é uma versão simplificada e prévia de um contrato em que se resume o que foi acordado entre duas partes, antes de se passar ao formalismo jurídico do contrato final. Ou seja um documento “nota” emitido por uma entidade nunca pode ser um MOU! Não há nenhum “understanding”, nem sequer duas partes em jogo. Foi sim um grande “misunderstanding” e uma excelente oportunidade perdida para estar calado.

13 março 2010

Restauro?



Hoje de manhã, enquanto o PSD arrancava o seu congresso em Mafra, eu tirava esta fotografia à sede do partido no seu bastião de Vila Real.
Ao que parece, Passos Coelho oco e Paulo Rangel trauliteiro parecem ser os mais bem colocados para vencer no partido. Na minha opinião Aguiar Branco seria o melhor para vencer no país, mas não se pode ter tudo...
PS: Sim, o texto está pobre, mas também alguém entende como podem fazer dois congressos em duas semanas?
Adendas em 14/3
PS2: A ingénua cena de Passos Coelho com João Jardim só prova a imaturidade do mesmo. Em resumo e em palpite : Rangel ganha o partido mas não ganhará o país.
Ps3: Por este andar, se no futuro for necessário dar a palavra a todos os ex-líderes, dois dias deixarão de chegar para o congresso do PSD.

09 março 2010

Jornalismo e cidadania

Um jornalista é também um cidadão e, como tal, tem todo o direito de intervir na vida pública. Um médico pode ser candidato a uma autarquia. No entanto, quando eu o consultar não o quero ouvir fazer campanha eleitoral. Não pode nem deve utilizar a sua actividade e visibilidade profissional para isso. É uma questão de nunca nos esquecermos de quem nos paga e com que objectivos.

Um jornalista, assim com um magistrado ou outro profissional qualquer, tem todo o direito de achar que derrubar o governo actual é um imperativo moral e de cidadania e no qual deve aplicar todas as suas forças independentemente da natureza da motivação e dos argumentos que o sustentam. Até pode achar que é um alto e nobre desígnio.

Agora, não podem é utilizar a sua actividade profissional e desfrutar do seu espaço de informação como se fosse um simples blogue pessoal, que é a versão mais moderna e menos interactiva da conversa no barbeiro. Não estudei jornalismo mas eles deverão tê-lo feito. E mesmo sem grandes bases teóricas sei, e eles também o deverão saber, que o publicar, tornar público, algo, tem um conjunto de regras e de princípios sem os quais a dignidade e a credibilidade da profissão desaparece.

Que dizer dos “jornalistas” que não conseguem sequer disfarçar a emoção e a satisfação de apresentarem factos que sustentam a sua opinião, que seleccionam os factos e os realces que lhes interessam, que fazem entrevistas no registo: “Não concorda comigo que... .?”
Quando isso acontece este deixa de ser jornalista e passa a ser apenas um personagem de tertúlia, com maior ou menor honestidade intelectual. É uma opção mas, por favor, depois não invoquem a nobreza do jornalismo nem o respeito que tal profissão merece.

04 março 2010

Carta aberta ao casal Mccain

Provavelmente os senhores Mccain não lêem o Público nem entendem português, mas os seus vastos recursos que acompanhem tudo o que se diz sobre eles poderão detectar esta carta e fazê-la chegar ao destino devidamente traduzida. Antes de mais, reconheço que perder uma filha, especialmente daquela idade, é muito duro e sempre me surpreendeu a forma tão controlada e sem emoção como lidaram com o caso, mas nós somos mediterrânicos e vocês têm outra têmpera.

Eu comprei e li, antes de ser proibido, o livro de Gonçalo Amaral “A Verdade da Mentira”. Aliás ainda não entendi como foi possível essa proibição num país em que qualquer jornal pode publicar, da forma selectiva e que mais impacto provocar, em segredo de justiça ou não, respeitando o mínimo de decoro ou não, o que entender sobre qualquer figura nacional, mas essa não é a questão agora.

Gonçalo Amaral não se limita a emitir uma opinião arbitrária e infundada. Surpreende e perturba o conjunto de factos que ele apresenta e nos quais sustenta o seu corolário. Assim, gostaria de pedir aos senhores Mccain que respondam objectivamente ponto por ponto a cada uma dessas questões estranhas que a mim e a qualquer cidadão surpreendem. A título apenas de exemplo, cito as seguintes:

- É verdade que apagaram o registo dos seus telemóveis do período a seguir ao desaparecimento e porque o fizeram?
- É verdade que naquela noite “arrumaram” o apartamento antes da chegada da polícia e porque o fizeram?
- É verdade que estiveram com a mala do carro aberta a arejar um largo tempo, quando souberam que iam chegar os cães pisteiros?

Provavelmente que escudados na sua poderosa armada legal podem facilmente argumentar e justificar que não têm a mínima obrigação de me responderem. Mas, sabem, eu como contribuinte português que pagou parte do enorme esforço de investigação despendido neste caso, entendo que mereço, e que merecemos colectivamente, uma contrapartida mínima que é explicarem-nos o que não conseguimos entender.


Sinais de fogo

O texto acima foi escrito no passado Domingo e publicado hoje nas “Cartas ao Director” do jornal “Público”. Posteriormente vi parte da entrevista (!?!) do sr Miguel Sousa Tavares a Gonçalo Amaral. Jorge de Sena deveria estar a dar voltas e reviravoltas, onde quer que ande, perante tão grosseira utilização do título da sua obra magistral.

O sr Miguel Sousa Tavares é arguto e inteligente mas acha-se “o” mais arguto e "o" mais esclarecido. O seu discurso, estranhamente próximo do de Manuela Moura Guedes, é: “Não concorda comigo que... .?”( esta “besta” não concorda comigo??!? Vamos lá repetir para ver se se faz luz naquela mente menor!”) “Como ousa não concordar comigo que... .?!?!?”

Ou seja, nada acrescentou, nada esclareceu. Tudo se resumiu a uma arrogante, falaciosa e repetitiva argumentação. Pegamos nos argumentos que interessam enquanto interessam. Quando uma linha de argumentação evolui para onde não interessa, cortámos e passámos a outra. Que desonestidade intelectual assombrosa !!!!