Começou em
Bem-vindos! Bem-vindos a este círculo dos compulsivos. Todos temos pulsões e compulsões, apenas a sua natureza e ponderação muda. Se as misturarmos e distribuímos na boa medida, seremos todos normais.
Convenceram o moderador a não deixar entrar mais a mulher do traço nem o homem da imaginação. O argumento foi que se não fosse assim, sairiam todos. Aritmeticamente o organizador verificou ser aquele universo várias vezes superior à dupla singela e declarou-se favorável à democracia.
Tinham estacionado próximos de novo, por azar ou por busca de sorte, e lá vieram lentamente juntos a conversar até ao círculo. Entre as bocas e orelhas era um tema irrelevante e banal, mas do outro lado a mão imaginária dele agarrava a dela e ela sentia no corpo um calor daquele de quem abraça e é abraçado com força.
O moderador esperava-os à porta para explicar que devido à ausência da sessão anterior, tinham entrado duas novas pessoas e o círculo estava completo. Que lamentava muito mas o funcionamento do mesmo dependia do rigor no número de participantes e não podia abrir excepções. Ficava com o contacto deles para quando abrisse novo círculo, caso estivessem interessados, é claro, não deveria tardar muito, eles teriam prioridade absoluta obviamente e blá, blá, blá...
Surpresos mas não demasiado incomodados foram tomar um café ali ao lado. Apresentaram-se mutuamente o seu bilhete de identidade. Não o da altura, peso e impressões digitais. Simplesmente o das etapas que tinham vencido: das opções, das rupturas, das estradas arriscadas, dos erros e das dúvidas. Enfim, todos essas coisas pelas quais sabemos o que somos.
Mesmo com a proximidade não sentiam as orelhas vermelhas. Lá dentro no círculo não se falava doutras coisa senão deles. Do que nós nos livramos! E lá se homogeneizavam a passos largos. Até combinaram uma grande jantarada para o fim de semana seguinte.
Convenceram o moderador a não deixar entrar mais a mulher do traço nem o homem da imaginação. O argumento foi que se não fosse assim, sairiam todos. Aritmeticamente o organizador verificou ser aquele universo várias vezes superior à dupla singela e declarou-se favorável à democracia.
Tinham estacionado próximos de novo, por azar ou por busca de sorte, e lá vieram lentamente juntos a conversar até ao círculo. Entre as bocas e orelhas era um tema irrelevante e banal, mas do outro lado a mão imaginária dele agarrava a dela e ela sentia no corpo um calor daquele de quem abraça e é abraçado com força.
O moderador esperava-os à porta para explicar que devido à ausência da sessão anterior, tinham entrado duas novas pessoas e o círculo estava completo. Que lamentava muito mas o funcionamento do mesmo dependia do rigor no número de participantes e não podia abrir excepções. Ficava com o contacto deles para quando abrisse novo círculo, caso estivessem interessados, é claro, não deveria tardar muito, eles teriam prioridade absoluta obviamente e blá, blá, blá...
Surpresos mas não demasiado incomodados foram tomar um café ali ao lado. Apresentaram-se mutuamente o seu bilhete de identidade. Não o da altura, peso e impressões digitais. Simplesmente o das etapas que tinham vencido: das opções, das rupturas, das estradas arriscadas, dos erros e das dúvidas. Enfim, todos essas coisas pelas quais sabemos o que somos.
Mesmo com a proximidade não sentiam as orelhas vermelhas. Lá dentro no círculo não se falava doutras coisa senão deles. Do que nós nos livramos! E lá se homogeneizavam a passos largos. Até combinaram uma grande jantarada para o fim de semana seguinte.
Continua para
Sem comentários:
Enviar um comentário