16 junho 2016

De relativização em relativização

Aquando do massacre dos jornalistas do Charlie Hebdo em Janeiro de 2015, não faltaram umas vozes progressistas e (pseudo?) pro-terceiro-mundistas a relativizar, colocando alguma “culpa” nos próprios jornalistas, na medida em que estes “tinham provocado”, é preciso “respeitar o outro” e outras considerações perigosas e inaceitáveis para o que é e foi um crime bárbaro e injustificado. Mesmo alguns ativistas islâmicos de cara civilizada viram uma boa oportunidade para pedirem mais “respeito” e houve quem achasse que uma solução (?!) passaria por uma espécie de autocensura.

Agora com o massacre no bar gay de Orlando, ainda não vi ninguém a colocar uma coresponsabilização nas próprias vítimas, na medida em que ser homossexual é declaradamente contra os princípios islâmicos e até com um enquadramento legal que chega nalguns países à pena de morte. Não vi ninguém a reclamar que a “solução” passa por tirar os gays do espaço público, fechar os locais dedicados e “não provocarem”. Gostava de ouvir os ativistas islâmicos de cara civilizada falarem sobre esta questão.

Reforço que falo de ativistas islâmicos. Aqueles que têm por objetivo islamizar o individuo, a família, o país e o mundo, que se encontrarem obstáculos lutam, se essa luta tiver que ser violenta, eventualmente por procuração, sê-lo-á e que se for preciso morrer nessa luta, isso é uma honra e uma obrigação.

Não me refiro aos muçulmanos que querem viver em paz com a sua religião inseridos numa comunidade diversa. Esses também são atacados e combatidos, embora de outra forma, pelos ativistas de cara civilizada. Não há nem pode haver relativização possível face a estes crimes nem tolerância face a tais propósitos.

PS: “Relativizar” com base nas dúvidas sobre o “islamismo” do autor do massacre é mais uma diversão dispensável.

2 comentários:

A. Rocha disse...

Os ativistas islâmicos, sobretudo os "estudiosos", não tem credibilidade alguma. Surgem frequentemente nos jornais artigos de opinião, em cujas entrelinhas se percebe que são contra a nossa forma de viver ocidental. Quem defende convictamente a "diferença" na Europa não está a promover de forma alguma a integração. Estou a falar evidentemente dos conceitos islâmicos (burka, véus etc) em países europeus, na Europa das liberdades.Admiro sim, aqueles casais que chegam à Europa e retiram esses símbolos, misturando-se com a respectiva população, respeitando o facto de não estarem num mundo dominado pelo Islão. Para os ditos "intelectuais" a "integração" é manter a diferença, mas isso, inevitavelmente choca com a restante população. Daí o "racismo" que eles tanto combatem!
Um desses intelectuais afirma no "Público" de hoje que "não custa nada receber alguns milhões, quase sempre provenientes de países islâmicos, numa Europa de 500 milhões". Porém, não convém esquecer, que apesar de sermos a maioria, desses 500 milhões mais de 30 milhões já são muçulmanos. A nossa demografia desce e a deles cresce rapidamente.

Carlos Sampaio disse...

Caro A Rocha

Queria apenas precisar existirem aqui dois perfis envolvidos. Aqueles que eu chamei “islamitas islâmicos” sabem bem o que fazem e têm um plano a longo prazo de “islamizar” a Europa/Ocidente. São eles os responsáveis pela radicalização das novas gerações, já nascidos na Europa.
Depois, há os “intelectuais” ingénuos, manipulados, onde se mistura uma certa paixão terceiro-mundista e um complexo de colonizador para perdoar e relativizar muitas coisas inaceitáveis.
Não tenho uma posição de princípio contra o Islão e os muçulmanos, mas há aqui um terreno que está a ser cultivado há décadas e cujos frutos não são bonitos de ser verem.