23 junho 2016

Questões de saúde e de vergonha


Com o sol das praias ao virar da esquina, nova tinta volta a correr pelo país do nevoeiro sobre a publicidade aos corpos “perfeitos”. No ano passado fez furor um anúncio no metro de Londres com uma modelo algo magra e, em contestação, não faltaram algumas senhoras algo gordas a posarem junto ao cartaz, orgulhosas dos seus pneus.

Este ano, Sadiq Khan, recém-eleito mayor da cidade (e a sua religião deveria ser irrelevante), anuncia que irá proibir esse tipo de publicidade com “corpos irrealistas e não saudáveis” e que poderão “fazer as mulheres sentirem-se envergonhadas dos seus corpos”. Estamos todos de acordo contra a “promoção” da anorexia mas … a gordura que as contestatárias têm gosto em apresentar publicamente, além de inestética, de saudável também não tem muito.

Relativamente a as “mulheres se sentirem envergonhadas” dos seus corpos, há corpos perfeitamente equilibrados e saudáveis que podem provocar esse desconforto… vamos proibi-los? E vamos proibir as mentes brilhantes de falarem em público, para os cidadãos intelectualmente mais limitados não se “sentirem envergonhados” (curiosamente, um certo tipo de televisão já entendeu que dar palco a gente abaixo da média funciona bem termos de audiência…)?

E os atletas que correm a maratona, não irão fazer sentir frustrados quem não aguenta 100 metros? Vamos banir tudo o que é “acima da média” para não melindrar ninguém…? O melhor do que nós deve desafiar-nos e não frustra-nos. Não é ocultando-o nem, muito menos, banindo-o que teremos evolução.

Para não repetir a tal imagem polémica do biquíni amarelo, foi buscar a fotografia acima de uma publicidade a biquínis mais colorida. Esta foto pode ser exposta publicamente ou a elegância a alegria de viver incomodam alguns e, sendo assim, deverá ser censurada?

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