01 junho 2016

Num quarto perto do seu


Por norma tenho um sono pesado, principalmente na primeira fase. Por exceção, já tinha sido acordado naquele local há uns meses, quando um tremor de terra pusera a porta do quarto de banho a bater violentamente contra a parede e a cama a deslizar pelo quarto. Um abanão idêntico tinha ocorrido uma semana antes, na minha ausência, sendo a probabilidade de tal voltar a acontecer baixa.

Desta vez acordei com uns gritos e os ruídos de algo pesado a ser pousado e arrastado pelo chão, comentando para mim mesmo: Este pessoal hoje está nervoso… andarem assim aos berros a arrastar a mobília a estas horas! Desde que uma vez acordei com uns técnicos a resolverem um problema de canalizações dentro do meu quarto de banho, sem sequer dizerem boa noite, que me surpreendo pouco com coisas bizarras. Uns minutos depois telefona-me um colega, alojado no mesmo hotel: “Anda por aí um incêndio, desça, desça!”.

O tempo de vestir e calçar algo e lá vou escadas abaixo, cruzando-me com os “gendarmes” que subiam para investigar. Uns minutos depois chegaram os bombeiros, mas o fogo já tinha sido dominado pelos empregados do hotel. Os tais ruídos não eram da mobília, mas sim dos extintores a serem transportados e pousados no chão. O sistema de alarme que funcionou foi o guarda noturno da rua, que viu fumo a sair pela janela. Felizmente a janela dava para a rua.

Arderam as duas camas e parte da mobília do quarto 304, imediatamente por cima do 204, o meu… Dado que o calor sobe, seria pior se eu estivesse no 404. A boa notícia é de que a probabilidade de tal voltar a acontecer é baixa (e o importante é que recarreguem os extintores rapidamente).

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