04 outubro 2025

O comércio das boas causas

Há uma coisa que me repugna fortemente. É ver evocada uma boa causa, justa e solidária, quando a agenda e os objetivos reais são outros. É o caso desta famosa flotilha e da sua suposta missão humanitária. É evidente que se o objetivo fosse mesmo humanitário, as ações teriam sido outras. Qual o sentido de enviar uns barquitos ao longo de toooodo o Mediterrâneo, sabendo obviamente que nunca lá iriam chegar?  Também ainda estamos para ver qual a natureza e dimensão dessa ajuda embarcada.

O objetivo era chegar onde chegaram. Publicitar e sensibilizar a opinião pública para a guerra de Gaza. Têm todo o direito de o fazer, mas chamem os bois pelos nomes. Já agora, atirar os telefones para o mar… porquê? Que segredos continham? O caricato de mandar borda-fora as facas da manteiga também não se entende, mas não serão tão nocivas para o ambiente.

Fico na expetativa de ver uma nova flotilha organizada na direção da Crimeia, ilegalmente ocupada, para protestar contras as atrocidades cometidas pelos russos na Ucrânia… mas não a iremos ver. Não estaria alinhada com a agenda políticas destes ativistas e, se de lá se aproximassem, a abordagem e o tratamento recebido seria certamente bastante mais violento do que o agora aplicado pelos malvados israelitas.

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