Certamente que o modelo republicano, em que o chefe de Estado é eleito pelo povo, é potencialmente mais justo do que uma transição hereditária, se bem que podemos sempre ter uns eleitos totós e uns príncipes finos. A república não é por si garantia de um regime justo e de pleno direito. Não compro a suposta supremacia da “ética republicana”. Num ranking de mérito ético, tenho dificuldade em colocar François Miterrand à frente de Isabel II, por exemplo. Não faltam monarquias com sociedades livres e justas e repúblicas ditatoriais e repressivas. Não é o modelo que tudo resolve.
Quanto a Portugal, entendo que a verdadeira revolução disruptiva
foi a de 1820, que abriu caminho ao esvaziamento do poder “divino” e da
arbitrariedade dos monarcas. Em 1910, matar o rei para proclamar uma república
incompetente e violenta, que falhou completamente e que abriu a porta ao
estabelecimento do Estado Novo, desculpem, mas não a valorizo muito…
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