29 junho 2016

Desafio superado

Se esta não é a minha primeira e única selfie, pouco menos. Uma vez sugeri que junto a cada um destes registos se tentasse acrescentar uma reflexão: “Quem sou eu aqui, o que aprendi e o que ficou deste momento?”.

Assim sendo, refletindo e justificando... O alto da Serra de Arga é desafiante. Há cerca de 3 anos, quando comecei a pedalar com mais regularidade, olhei para o alto daquela muralha e pensei: será um bom desafio, questão de preparação. E lá fui pedalando, melhorando a forma e subindo, mas sem passar duma escala 4 vezes inferior à do desafio.

Há cerca de um ano e meio atrás a forma caiu bastante, sem eu saber porquê. O âmbito das pedaladas e a altitude alcançada encolheram bastante. A seguir soube o porquê da limitação, felizmente identificada e tratada. Devagarinho e com cuidadinho retomei o desenvolvimento da forma.

Dia 24/6, feriado no Porto, saí de Viana sem grandes restrições de horário. O objetivo inicial até era rolar kms, mais do que subir metros. O primeiro destino pensado era Cerveira, mas o vento norte soprava tão desconfortável, que em Ancora desviei para o interior. Daí, para fazer distancia, podia ser Lanheses e Ponte de Lima, ou subindo um pouco Dem e Caminha, ou, puxando mais um pouco, Dem, Arga e Covas.

Puxar, por puxar…, vi a majestosa muralha à minha frente, a forma estava boa e o ritmo bem marcado. Tão entretido e animado ia que, quando as coisas começam a complicar em Amonde, um excesso de confiança fez acordar um bichito, sequela de um excesso antigo, que me morde um joelho de vez em quando. Entrei na reta de S. Lourenço com sérias dúvidas sobre se a viagem acabaria ali, mas o bicho acabou por adormecer e sossegar.

Como não tinha preparado a viagem, e há muito tempo não pensava naquilo, nem me recordava se a altitude total eram 500, 600 ou 800m. Também não liguei o mapa do GPS. Fui apenas avançando de curva em curva, acreditando ter sempre uma pedalada mais para dar. Não valia a pena ver os km’s arrastarem-se nem olhar para a miserável velocidade linear. Para lá da FC, apenas lia o altímetro que, esse sim, mexia-se bem. Parei duas ou três vezes, um ou dois minutos. O tempo de verificar a pressão dos pneus, deixar arrefecer a temperatura da água do motor, essas coisas…

Depois de 7 km a moer, cheguei, bem moído, e o altímetro marcava 794 m. Praticamente o dobro do meu topo anterior. Encostei a bicicleta e achei que valia uma selfie. Desafio superado.

4 comentários:

jorge neves disse...

Quando você não tinha essas manias ia de moto. Chegava ao alto fresquinho e bem disposto. Agora chega todo roto, mas todo feliz por ter superado um desafio, autentico Edy Merks (chamava-se assim?).Quando quiser dar cabo do cabedal tenho um campo nas Taipas cheio de ervas daninhas a precisar de ser arrancadas. Um abraço

Carlos Sampaio disse...

Preciso acrescentar um pormenor importante. As pedaladas são por receita médica. E, ao contrário do habitual, em que o que sabe bem faz mal e o que faz bem não tem piada nenhuma, o pedalar sabe-me bem.
Quanto às ervas daninhas, tenho que consultar o médico primeiro. Não está marcado, mas, para a próxima, vou tentar não me esquecer! Um abraço.

A. Rocha disse...

Foi realmente um grande desafio!
Já fiz a subida à Serra D`Arga a pé e...custa!
Para baixo, todos os santos ajudam.
Parabéns ao Senhor Carlos Sampaio
P.S.
Um dia, apareça pedalando em Lanheses, que é a minha terra!

Carlos Sampaio disse...

Caro A. Rocha

Este desafio para mim foi importante, para outros seria irrelevante. É sempre algo subjetivo.
Quanto a Lanheses, por vezes passo lá, mas nunca é muito planeado, quem sabe um dia...

Um abraço