20 janeiro 2016

Quadratura do Circulo

Num documento de promoção do país apresentado aos investidores, aquando de uma operação de colocação de dívida pública, já com o novo governo em funções, eram referidas como positivas algumas medidas do executivo anterior em curso de reversão, como, por exemplo, a privatização da TAP e a redução de feriados.

O curioso e o bizarro é que a incoerência não se limita a 3 ou 4 pontos perdidos que, uma vez apagados, ficaria tudo bem. A mensagem do documento é: “investam, o país está bem, graças ao que foi feito no passado recente”. Um documento idêntico produzido pelo governo anterior não seria muito diferente (provavelmente este até é uma simples e simplista adaptação de uma edição do outro tempo).

Independentemente dos méritos e deméritos de cada opção política, como irá ser apresentado o país aos mercados nas próximas operações? Continuando a dizer “investam que estamos bem, graças ao passado”, mantendo a incoerência? Ou “desculpem o que vos dissemos no início de Janeiro, mas isto afinal está um caos devido à anterior governação e nós vamos mudar tudo”?

Nesta fase, convém recordar duas coisas. A primeira é ser mais difícil enganar e contar estórias aos “mercados” do que aos eleitores; a segunda é que se eles perderem a confiança (e tentar induzir em erro não a aumenta) e não forem a jogo, teremos de volta a “troika”, perdão, “as instituições”.

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