13 janeiro 2016

Cepa torta, garantida


Apanhei esta imagem curiosa na estação do Metro de Lisboa do Aeroporto e fiquei impressionado com a força de S. Sebastião. Numa segunda leitura, e dado estar em território propício, imaginei Jerónimo de Sousa a escrever a António Costa: “Para sua segurança, não ultrapasse Santo Arménio!”

Estou chocado com o anúncio da greve geral na função pública pela reposição imediata das 35 horas, assim como estarão chocados muitos do que suam para ganhar a vida, incluindo, presumo, mesmo alguns funcionários públicos. Senhores: é isto uma prioridade da nação?

Esta suposta nova era, do fim da chamada austeridade, parece ser mais uma reposição do “estatuto” da função pública do que outra coisa. Realmente, são eles os grandes beneficiários do desapertar do cinto. Será justo ou apenas consequência da sua “forte expressão sindical”? A ser o segundo cenário, é bastante injusto. Onde ficam, por exemplo, os pensionistas, cuja melhoria das condições de vida era a prioridade e a urgência que justificou a construção desta geringonça bizarra?

Preocupa-me ainda este perfume de ligeireza, de tudo ser possível, de tudo o que foi feito é para ser desfeito/revertido/anulado, insuficientemente fundamentado e ignorando que depois da embriaguez vem a ressaca. Em resumo: a lógica de conquista e manutenção de poder, não especificamente de quem lá está agora, ignora os interesses do país a prazo. Enquanto assim for, teremos cepa torta garantida por vários anos.

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