25 janeiro 2016

Umas contas rápidas


Se é certo não ser legítimo fazerem-se leituras partidárias do resultado das Presidenciais, algum relacionamento pode ser tentado, em grandes linhas, entre o resultado das eleições de ontem e o das Legislativas de Outubro passado.

Começando pelo simples. Marisa Matias agarra e mantém o eleitorado do BE. O seu resultado é praticamente igual ao do Bloco de Outubro. Nada de especial a acrescentar.

O PC/CDU cai 4,4%, nada previsível, dada a tradicional pouca volatilidade do seu eleitorado. Para onde foram esses votos? Arrisco a dizer que para Sampaio da Nóvoa. A ser assim, dos 22.9% de SN, sobram 18,5% para todo o resto, incluindo o PS. Se somarmos o resultado de Maria de Belém, podemos dizer que a família PS terá tido 22,7%, largamente inferior aos 32,3% de Outubro. O saldo estará, portanto, em grande parte, em Marcelo R. Sousa.

São contas simples e simplistas, onde assumo que os restantes candidatos, incluindo Tino de Rans, militante do PS, tem um efeito transversal, mais ou menos equilibrado. A ser assim, algumas reflexões e questões:

A suposta esquerda que se uniu apenas para o derrube do governo de direita, não se conseguiu alinhar minimamente e, se o vencedor final era expetável, menos previsível seria talvez tanto esfrangalhamento. Os jovens turcos do PS que andam aos beijos e abraços com o BE, conseguem entender que o seu PS, aqui estimado em Sampaio de Nóvoa, é substancialmente inferior ao PS original? Vai ser curioso (ou preocupante) observar no Parlamento e na “rua” a evolução do conflito entre o BE e o PC pela efetiva liderança da verdadeira esquerda…

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