18 janeiro 2016

O que está por trás deste homem?

Às vezes embirro com algumas coisas. A promoção súbita de Sampaio da Nóvoa é uma delas. Um extrato de uma entrevista dele de 2010, que já aqui referi, diz bastante sobre o personagem:

Porque é que é melhor no contra-poder? O que é isso do contra-poder?

Se me perguntar qual é o único valor que é indiscutível, é a liberdade, e junto com a liberdade, a independência. A liberdade e a independência são por definição qualquer coisa do domínio do contra-poder. São do domínio da apreciação crítica, mais do que do exercício do poder.


Ou seja, o homem “é do contra”. Muitas vezes é importante e fundamental estar “contra”, mas faz-me impressão ser-se "contra" por princípio. Devemos ser “por” qualquer coisa; se esse “por” implica ficar “contra” algo, será uma consequência, mas não um princípio.

Vejo-o como pertencente à casta dos príncipes vermelhos, que já aqui descrevi e com a qual, que pelos motivos aí enunciados, simpatizo pouco. Ele tem a cultura dos muitos livros, mas sem sair do papel dos mesmos. Não entusiasma especialmente nem parece ter ideias próprias claras. O seu discurso soa como uma camara de ressonância confusa.

Assim, para mobilizar o leque de apoios que mobiliza e para, como independente, pretender angariar e gastar 700 mil euros na campanha, há qualquer coisa por trás… não assumida. Mania minha?

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