20 novembro 2014

Rio infinito?


Muitas bandas musicais, assim como outros criadores, vivem um ciclo em que, depois de atingirem um pico, se transfiguram e degradam, seja por alteração da sua composição, seja por esgotamento criativo. A partir desse momento, passam a ser “outra coisa”, mesmo mantendo o nome.

Na semana em que se celebraram os 40 anos do lançamento do “The Lamb Lies Down Broadway”, o trabalho pico dos Genesis, talvez o mais brilhante grupo de rock sinfónico dos anos 70, os Pink Floyd estão no top das vendas com o novo álbum “Endless River”. Estes tiverem o seu pico um pouco mais tarde, com o “The Wall” de 1979 e no recente trabalho estão apenas 3 dos 5 músicos originais. Um grande desafio, portanto.

Este novo álbum não é mau … nem bom. Não busca novos caminhos, pelo contrário, cheira muito forte aos Pink Floyd dos tempos áureos - recorda e sem fazer esquecer. É como um prato aquecido. Não tem o vigor e o fulgor do cozinhado fresco, mas sabe bem recordar o sabor fantástico original. Fica a questão: será que o álbum representa algo para quem não se apaixonou e empolgou com um “Comfortably Numb”, só para citar um exemplo? Provavelmente não.

Uma coisa é certa. Após ter ouvido os novos temas tive um impulso irresistível de ir buscar o “The Wall”. E outra coisa também é certa para mim: o rock sinfónico dos anos 70 tem já um lugar destacado na (minha) história da música e não estou a ver nada posterior nessa área nem de perto ao mesmo nível, nem de perto... “Hey you…. Is there anybody out there… ?”

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