17 novembro 2014

Empresas da teia


Sim, tenho uns morangueiros nas traseiras da minha casa, mas nunca deram morangos, acho até que já morreram. Pode-se falar assim da horta, mas dificilmente se entende que alguém se refira desta forma à sua participação numa empresa. Para começar, uma participação não vem tipo oferta do detergente da roupa. Tem um valor que o próprio pagou ou alguém pagou por ele, não há participações grátis. Depois, ser sócio de uma empresa implica responsabilidades e algum risco. Por prudência básica seria previsível que os sócios acompanhassem minimamente a gestão da “sua” empresa, para não se depararem um dia com surpresas desagradáveis.

Uma empresa, mesmo sem actividade comercial, continua a ter obrigações fiscais e sociais, não se extingue por morte natural. Há uma formalidade a seguir e estranho será que os donos não estejam a par. Um sócio desconhecer o estado da sua participação, no mínimo não é muito responsável.

O escândalo de corrupção em volta dos vistos gold escandaliza por ser uma teia e uma teia criminosa a um nível muito elevado. Marques Mendes tinha um ponto de contacto com essa teia e em vez de manifestar surpresa e vontade de se afastar, acha mais importante dizer que não ganhou nada nessa empresa. A ideia que fica é tratar-se de uma teia difícil de quebrar.

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