Na mesma altura em que se anunciam recordes de encomendas para o novo iPhone recém-lançado, uma ONG de Hong Kong lança mais uma polémica sobre a fábrica chinesa da Foxconn que produz equipamentos para Apple. Fala-se em 13 casos de leucemia, provavelmente ligados às condições de trabalho, embora sem haver clara confirmação da relação causa-efeito. Não tenho naturalmente nada contra a China e o seu desenvolvimento, mas as questões recorrentes quanto às condições de trabalho reais demonstram ser um ambiente economicamente imbatível.
Nesta Europa deprimida e em crise crónica, quem governa não encontra mais remédio do que ir acrescentando buracos ao cinto que nos aperta e quem está na oposição, em geral, declara ser contra a austeridade e “pelo crescimento”. Nomeadamente a oposição de esquerda faz fóruns e plataformas para reunir pessoas contra “esta política”. É preciso ir contra os antigos “porcos capitalistas”, que agora ganharam uma nova alcunha de “mercados”, para manter o estado social, a solidariedade e todas essas coisas inquestionavelmente importantes.
No entanto, quantos dos participantes nesses fóruns e plataformas não terão uma poupançazita num fundo qualquer, que em boa parte são quem alimenta os malditos “mercados”? Mesmo sem terem corrido a encomendar o novo iPhone, quantos não convocarão essas reuniões de protesto e reflexão a partir de um equipamento fabricado numa Foxconn qualquer, com operários descartáveis e a trabalhar muito mais horas dos que as permitidas cá? Quantos estariam dispostos a pagar algo mais por um equipamento produzido na Europa, permitindo reduzir o desemprego e criar a tal riqueza que tão afincadamente querem distribuir?
Antes dos discursos inflamados e dos apelos à defesa das “políticas sociais”, seriam interessante entender porque esta está a falir, ir à raiz do problema… e ser coerente.
Nesta Europa deprimida e em crise crónica, quem governa não encontra mais remédio do que ir acrescentando buracos ao cinto que nos aperta e quem está na oposição, em geral, declara ser contra a austeridade e “pelo crescimento”. Nomeadamente a oposição de esquerda faz fóruns e plataformas para reunir pessoas contra “esta política”. É preciso ir contra os antigos “porcos capitalistas”, que agora ganharam uma nova alcunha de “mercados”, para manter o estado social, a solidariedade e todas essas coisas inquestionavelmente importantes.
No entanto, quantos dos participantes nesses fóruns e plataformas não terão uma poupançazita num fundo qualquer, que em boa parte são quem alimenta os malditos “mercados”? Mesmo sem terem corrido a encomendar o novo iPhone, quantos não convocarão essas reuniões de protesto e reflexão a partir de um equipamento fabricado numa Foxconn qualquer, com operários descartáveis e a trabalhar muito mais horas dos que as permitidas cá? Quantos estariam dispostos a pagar algo mais por um equipamento produzido na Europa, permitindo reduzir o desemprego e criar a tal riqueza que tão afincadamente querem distribuir?
Antes dos discursos inflamados e dos apelos à defesa das “políticas sociais”, seriam interessante entender porque esta está a falir, ir à raiz do problema… e ser coerente.
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