30 setembro 2014

Não foi em envelope

Depois de alguns dias de reflexão o nosso primeiro-ministro veio dizer que nada recebeu como remuneração da Tecnoforma nem da sua ONG satélite. Foi apenas reembolso de despesas efectuadas. Era importante saber um pouco mais sobre isso porque facturas há muitas…

E lá se aguenta, como também se aguenta o seu homólogo espanhol, à partida até bem pior colocado. Ao que parece, ele e demais notáveis do partido, recebiam notitas dentro de envelopes, geridos e distribuídos pelo tesoureiro do partido.

Esta remuneração B de políticos, melhor ou pior enquadrada, é uma praga que vai para lá dos aspectos fiscais de rendimentos não declarados ou incompatibilidade com o estatuto de exclusividade. Mesmo até com facturas certinhas e rendimentos declarados, não há almoços grátis. O dinheiro que circulou pela tal ONG que origem tinha e qual o propósito real da sua utilização? Obviamente que não se explica por uma lógica económica “normal”. Como milionários excêntricos não há assim tantos a fumarem notas pelo prazer de gastar, há neste e em tantos outros casos uma razão que a ética desconhece.

A autoridade só existe se houver moral em quem a exerce, independentetemente dos sacrifícios em curso que vivemos, que simplesmente a tornam mais premente.

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