Quis a ironia que passasse pelas minhas mãos, um destes dias, um número antigo da “The Economist”, concretamente o de 16/22-Julho-2005.
Por acaso, deparo com uma página completa de publicidade com o título: “Portugal: uma paixão pela inovação”. O subtítulo dizia “Desde combater incêndios por satélite [...] empresas portuguesas [...] desenvolvem soluções inovadoras para problemas complexos”. Podia ao menos ter saído no Inverno. Ao menos, disfarçava melhor!
Um texto longuíssimo, de letra pequena, que poucos terão lido na íntegra, procura apontar casos concretos. No entanto, os que arranjou, na minha opinião, não convencem ninguém. Fiquei a saber que a forte penetração dos telemóveis, em Portugal, é sinónimo da nossa abertura à inovação!
Custa-me muito ser assim arrasador, mas o anúncio é absolutamente caricato e ridículo. Para anedota, não está mal. Só, talvez, um pouco cara. Aliás, o que fica é uma mensagem subliminar de “Portugal: isto é a sério ou a brincar?”.
Devo dizer que conheço casos concretos, que funcionam, de maior interesse do que os indicados no anúncio. Por exemplo, dois dos três ramos das Forças Armadas de Singapura têm toda a sua logística não militar baseada em sistemas automáticos electromecânicos e informáticos portugueses. Idem para o depósito central de todo o numerário que o Banco da China gere e faz circular em Hong-Kong.
Enquanto ficarmos todos vaidosos pelo simples facto de uma empresa portuguesa estar a trabalhar com a Agência Espacial Europeia num projecto para prevenir e combater incêndios por satélite e, ao mesmo tempo, o país arder a bom arder, estamos a ser uns grandes parolos. E parolos de alto nível, que são os piores.
Há em Portugal um problema cultural com a valorização da inovação. Não são anúncios de projectos, nem toneladas de propostas em papel que valem. O que vale é o resultado!!!
Uma coisa é investigação. Sem resultados, é desperdício puro. Outra coisa é a inovação.
Desculpem lá o tom, mas, neste tema, não consigo controlar a minha irritação.
Por acaso, deparo com uma página completa de publicidade com o título: “Portugal: uma paixão pela inovação”. O subtítulo dizia “Desde combater incêndios por satélite [...] empresas portuguesas [...] desenvolvem soluções inovadoras para problemas complexos”. Podia ao menos ter saído no Inverno. Ao menos, disfarçava melhor!
Um texto longuíssimo, de letra pequena, que poucos terão lido na íntegra, procura apontar casos concretos. No entanto, os que arranjou, na minha opinião, não convencem ninguém. Fiquei a saber que a forte penetração dos telemóveis, em Portugal, é sinónimo da nossa abertura à inovação!
Custa-me muito ser assim arrasador, mas o anúncio é absolutamente caricato e ridículo. Para anedota, não está mal. Só, talvez, um pouco cara. Aliás, o que fica é uma mensagem subliminar de “Portugal: isto é a sério ou a brincar?”.
Devo dizer que conheço casos concretos, que funcionam, de maior interesse do que os indicados no anúncio. Por exemplo, dois dos três ramos das Forças Armadas de Singapura têm toda a sua logística não militar baseada em sistemas automáticos electromecânicos e informáticos portugueses. Idem para o depósito central de todo o numerário que o Banco da China gere e faz circular em Hong-Kong.
Enquanto ficarmos todos vaidosos pelo simples facto de uma empresa portuguesa estar a trabalhar com a Agência Espacial Europeia num projecto para prevenir e combater incêndios por satélite e, ao mesmo tempo, o país arder a bom arder, estamos a ser uns grandes parolos. E parolos de alto nível, que são os piores.
Há em Portugal um problema cultural com a valorização da inovação. Não são anúncios de projectos, nem toneladas de propostas em papel que valem. O que vale é o resultado!!!
Uma coisa é investigação. Sem resultados, é desperdício puro. Outra coisa é a inovação.
Desculpem lá o tom, mas, neste tema, não consigo controlar a minha irritação.
6 comentários:
Isto é que é a tua irritação? És mesmo parolo
É por isso que ás vezes penso que não sei o significado da palavra inovação!
Parece que hoje em dia inovar é ser capaz de em muitas páginas descrever algo que as pessoas não entendem muito bem.
Como não entendem, duvidam da sua capacidade. Com alguma vergonha de demonstrar as suas incapacidades ficam caladas e muito quietinhas !!
Desta forma a chamada inovação fica entregue a alguns 'iluminados' que produzem NADA.
Mas o povo português votou na 'inovação' não foi ??? Pois ...
Sónia Leal, Tu lá sabes alguma coisa de literatura para dizer que Jim Morrison não era um grande poeta!
Caro Anónimo 2
Pela inovação, sempre. Mas nunca pela de fachada, que só consome recursos e limita a verdadeira que, essa sim, poderá enriquecer o país.
Muito gostava que este texto fosse explicado aos nosso deputados, e ... de seguida obrigá-los a escreverem sobre o mesmo...
AMP
Nota: O que quer dizer parolo?
Parolo? Pensando melhor... boa questão!
Na minha Diciopédia diz: grosseiro, alarve, pacóvio.
No texto, é mais no sentido de pacóvio que, por sua vez, é: indivíduo estúpido, simplório, parvo, imbecil, idiota.
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