Há uns tempos li uma história sobre um "caso de sucesso" numa grande organização, subordinada ao tema: É necessário ser a melhor empresa do sector, aliás, isso é uma questão de sobrevivência!
E fiquei a pensar que, se todos morrem, excepto o primeiro, ficamos com uma estrutura de monopólios, o que não parece muito eficaz. Como a empresa em questão é um ex-monopólio e ainda um quase monopólio, dá-se um desconto.Quando, desesperado, eu tinha que conduzir no centro Paris, ensinaram-me que o truque era ser sempre o mais rápido. O que vai mais depressa do que os demais pode escolher o caminho, os restantes ficam condicionados e, no limite, o mais lento fica completamente entalado. Confirmei-o plenamente na grande rotunda do Arco do Triunfo, em que, várias vezes, a prudência me fez estancar, por ficar sem espaço para avançar.
Julgo que se poderá estabelecer alguma analogia com a estratégia empresarial. No entanto, considerar que, entre vários milhões de condutores, todos têm que ser o mais rápido dará um resultado, no mínimo, caótico.
É fácil pagar a consultores para propagar tamanhas e solenes declarações de intenções. Agora, o que é exactamente "ser o melhor?" Para poder escolher o caminho e sobreviver, algo de diferente tem que ser feito. A dificuldade toda está no identificar esse quê de diferente... e fazê-lo. Pretender "ser o melhor", sem mais, é uma expressão oca.
Por outro lado, dá a impressão de que, quando já se é o melhor, está o objectivo cumprido e... resta esperar ser-se ultrapassado.
Não aprecio quem acha que faz as coisas bem feitas. Admiro muito mais quem, todos os dias, as tenta fazer melhor do que na véspera
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