22 setembro 2005

E o meu desapontamento crónico...

(continuação do capítulo anterior...)

Não tenho uma concepção clubista da opção política. Não tenho vontade nem expectativa de obter algum benefício directo. Tenho liberdade total para escolher. No entanto, é-me cada vez mais difícil escolher. Serei eu que estou cada vez mais exigente, ou serão as opções que são cada vez mais fracas? A minha sensação é de que estou continuamente a baixar o meu nível de exigência a cada eleição que passa. Já deixaram de contar as opções políticas e estratégicas para passar a contar a dedicação do candidato à causa pública; esta deixou de contar para passar a bastar a capacidade de liderança do candidato. Depois, passei a privilegiar a alternância, que é como quem diz “vamos mudar e logo se verá”.

Os partidos “do poder” são cada vez mais “aparelhos” para boys em carreira política, que deles se servem, em vez de servirem como instrumento de representação dos eleitores que neles votam.

A alternância significa nomeações políticas para quem está em cima e estacionamentos remunerados no aparelho, ou no diabo mais velho, para quem saiu (afinal não sabem fazer mais nada...). Além da falta de eficácia na função de base, cria uma legião de quadros sombra que dalguma forma serão pagos (Ah! As necessidades de financiamento dos partidos...!)

Alternativas: abstenção é demissão; radicalismos são opções pela negativa e não pela positiva. Votar em branco é “passar/não ir a jogo”. Pode fazer-se às vezes mas não deve ser sistemático...

Apesar de tudo, quero ser um cidadão de pleno direito, não me considero “exemplar raro” e não encontro quem me represente.... e depois, ainda por cima, me chamam, desdenhosamente, “centrão”!

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo, só com mais cultura dos nossos cidadãos é poderemos levar a fasquia...

Até lá, vivemos o império dos "arguidos"!

AMP