19 dezembro 2017

Uma quadratura do círculo

O rating da dívida pública portuguesa subir é uma boa notícia. Tendencialmente pagaremos menos juros pela pipa de massa que devemos e que precisamos ciclicamente de renovar. Independentemente do de quem é o mérito, se podia ser ainda melhor ou, pelo contrário, pior, é positivo!

Convém recordar que esta classificação não é um prémio de mérito genérico e abstrato. É uma leitura da capacidade do país para honrar os seus compromissos financeiros a prazo. Ou seja, entendem estes senhores, que para alguns estão “desautorizados”, mas, para quem interessa, para quem tem o cacau para aplicar, são muito credíveis, que se alguém emprestar dinheiro a Portugal, pode estar relativamente seguro que o irá receber depois, certinho, com os respetivos juros. Entre outras coisas, acham muito improvável que o país tente impor uma renegociação da dívida, que não honre os compromissos assumidos ou que possa sair da moeda única.

Como ficarão então os apoiantes deste governo, acérrimos defensores da saída do euro e da renegociação da dívida, quando veem o “seu governo” ser reconhecido por não pensar nem sonhar em fazê-lo? Este circulo quadrado é uma das particularidades desta mistura de água com azeite, também chamada geringonça.

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