06 abril 2016

Culturas e respeitos


Duas notícias curiosas da mesma semana.

Na Suíça, numa freguesia da zona de Basileia, os estudantes muçulmanos foram autorizados a não apertar a mão das professoras, um cumprimento habitual nas escolas por ali. Tal ato, tocar numa mulher que não é esposa nem familiar, iria contra os preceitos da sua religião. Custa-me a entender. Já cumprimentei com um aperto de mão centenas de muçulmanas sem ter sentido algum constrangimento pela parte delas. Ou seja, isto não é um problema do Islão em geral, mas de uma certa forma de interpretação do mesmo. E se esse Islão é incompatível com a sociedade europeia, não é esta que deve mudar.

A outra notícia foi a contestação das hospedeiras da Air France a serem obrigadas a cobrirem os cabelos à chegada, nas próximas ligações com Teerão. Em primeiro lugar não vejo muita diferença entre essa situação e a da Arábia Saudita. Aparentemente neste último caso a obrigação é apenas depois de saírem do aeroporto, enquanto no Irão será logo à chegada. É motivo para contestatação social e intervenção sindical!?

O Corão não impõe o uso do véu ou da burka. Apenas diz que as mulheres se devem vestir com decoro. Aliás, até há bem pouco tempo, no nosso mundo, as mulheres não costumavam sair à rua com a cabeça descoberta. Há aqui uma evolução latente, mas não me parece que isso seja assunto que diga respeito ao pessoal de bordo da Air France e muito menos ao seu sindicato. São pagas para cumprir uma função e um respeito mínimo pelos locais destino faz parte do seu trabalho, independentemente de o véu ser xiita ou sunita.


Foto da Europe1

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