21 abril 2016

Cadé os outros!?


Foi uma expressão celebrizada num programa de televisão humorístico brasileiro. Havia um personagem que assim exclamava, ao ser acusado de ter feito algo errado, surpreendido por ser apenas ele o apontado, quando inúmeros outros em seu redor fariam igual ou pior.

É uma situação que traduz um sistema pouco são. A justiça, formal ou informal, não deverá ser tendenciosa. No entanto, se há 20 condutores em excesso de velocidade e apenas eu sou apanhado, não me servirá de nada invocar o “Cadé os outros?”. Muito mal andaríamos se isso fosse motivo de absolvição.

Surpreende-me no caso do processo de destituição de Dilma Roussef ver esse tipo de argumentação ser usado em sua defesa. Não está correto (?) porque os que a irão substituir têm tantos ou mais telhados de vidro do que ela (para não usar palavras mais feias). Provavelmente hoje na classe política brasileira poucos existirão realmente limpos, mas será isso motivo de “absolvição” ou de relativização, ainda por cima estando em causa a Presidente da República?

No Brasil ou em qualquer lugar, os países só evoluem se houver leis e justiça, iguais para todos na teoria e na prática, de preferência deixando a invocação de Deus, assim como as graçolas e os insultos fora das instituições.

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