25 abril 2016

O que falhou?


É a questão existencialista que terão colocado os Portugueses após a perda da independência em 1580 ou os otomanos depois de terem sido ultrapassados pelos europeus e verem o seu pujante império entrar em decadência irreversível até à queda final. Em todos os casos, a frustração quanto às expetativas não cumpridas não se resolve com sebastianismos nem com ladainhas de “Ó tempo volta para trás…”.

O 25 de Abril cumpriu as expetativas? Entendo que, sem ter sido de forma perfeita, fundamentalmente cumpriu: democratizou, descolonizou e desenvolveu. O nível de desenvolvimento do país é incomparável com o de há 40 anos, muito graças à tal Europa de que agora se gosta menos. Quem tiver dúvidas, faça uma visita às estatísticas, do Pordata por exemplo, e comparem o Portugal de 1974 com o de 2016.

Gostaria de ver o 25 de Abril ser olhado mais como uma permanente base aberta para o futuro e menos como algo de falhado ou incompleto. O se se fosse a refazer não é a questão. Os tempos mudam e o futuro constrói-se com esperança, trabalho e seriedade, não com nostalgia do que poderia ter sido e muito menos com rancores mesquinhos. Haja grandeza!


Sobre a origem da foto, acho que, para esta, essa informação se dispnensa

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